Trabalhadores da Ebserh cruzam os braços no HU

Serviços estão mantidos com 30% do atendimento nas unidades do Hospital Universitário


Por Bárbara Riolino

05/06/2018 às 09h16- Atualizada 06/06/2018 às 07h34

Trabalhadores estão mobilizados em frente à unidade Dom Orione (Foto: Felipe Couri)

Trabalhadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) deram início à greve da categoria nesta terça-feira (5). No começo da manhã, os servidores se mobilizaram em frente à unidade Dom Orione do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF). A suspensão das atividades também ocorre na unidade do HU do Bairro Santa Catarina e no Centro de Apoio Psicossocial do Hospital Universitário (Caps), localizado no Bairro São Mateus, por tempo indeterminado. A categoria rejeitou a proposta apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e mantém a greve por tempo indeterminado.

A proposta foi apresentada pelo ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, relator do processo do dissídio da categoria. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas do Serviço Público Federal no Estado de Minas Gerais (Sindsep-MG), em troca do fim da greve, a oferta contemplaria o pagamento de 100% do INPC referente a março de 2017 – que é de 4,56%. Com relação ao pagamento retroativo de recomposição das perdas, o TST sugeriu a quitação de apenas 70% do total acumulado e em duas parcelas: uma na assinatura do acordo e outra na data-base, em março de 2019.

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Para o acordo salarial de 2018, a proposta do Tribunal era de pagamento de um índice de 80% do INPC acumulado no período, o que daria 1,45%. Neste caso, os valores retroativos seriam pagos em sua integralidade, mas em duas parcelas, seguindo o mesmo modelo da proposta para o acordo referente ano passado. Também seriam mantidas as cláusulas sociais e a inclusão da possibilidade de haver 30 minutos de intervalo para almoço.

O delegado regional do Sindsep-MG, Edson Francisco Rosa, explicou que a categoria não aceitou a oferta pois não quer que o valor retroativo seja parcelado até o próximo ano, já que aguarda pagamento desde 2017. Desta forma, o movimento grevista segue sem alterações. Além disso, a categoria quer o pagamento de 100% do retroativo e está disposta a aceitar que o reajuste deste ano seja pelo menos referente à correção da inflação (IPCA). “O julgamento do dissídio está previsto para o dia 11 deste mês, mas com a não aceitação da categoria, o relator ainda levantou a possibilidade do não julgamento do dissídio ou, se julgar, ele não tem a obrigatoriedade de seguir o parecer do Ministério Público do Trabalho no processo, a favor de 4,5% de reajuste. Nossa expectativa é pelo julgamento”, finalizou. Os trabalhadores pleiteiam, em 2018, pelo menos, o IPCA.

Acordo coletivo

Em nota, a Ebserh esclareceu que a proposta de mediação apresentada aos representantes dos empregados visa a finalizar o acordo coletivo de trabalho da categoria, com avanços nas cláusulas sociais e aumento salarial. Contudo, ainda nesta terça, o ministro da Educação, Rossieli Soares, e o presidente da Rede Ebserh, Kleber Morais, iriam se reunir com os representantes dos trabalhadores para dar continuidade às negociações. “A Ebserh reforça que se mantém aberta ao diálogo junto aos seus empregados, sempre em busca de modernizar a gestão dos hospitais universitários federais e oferecer melhores condições de trabalho nas unidades. Somente este ano, a estatal já contratou mais de três mil profissionais. A previsão é finalizar 2018 com cinco mil contratações via concurso público”, informou.

Para esta terça, conforme o Sindsep-MG, não estão previstas outras assembleias e ações, entretanto, a categoria volta a se manifestar nesta quarta (6). A partir das 7h, os trabalhadores se reúnem em frente à unidade Santa Catarina do HU. Eles devem ficar no local até as 8h30 e de lá sairão em passeata até o Hemominas, onde farão uma doação de sangue solidária.

Atendimento mínimo

Mesmo com a deflagração do movimento grevista, a categoria irá manter o percentual mínimo de atendimento definido por lei para serviços médicos, assistenciais, administrativos e de imagem, que é de 30%. Entretanto, nos setores que são de urgência e emergência, de alta tecnologia e que precisam de um cuidado maior, como são os casos do CTI, da hemodiálise, dos transplantes de medula óssea e dos leitos de HIV, o funcionamento será mantido em 100%.

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