Funcionários do HU entram em greve nesta terça

Paralisação acompanha mobilização nacional e afeta três unidades do Hospital Universitário da UFJF em Juiz de Fora


Por Renato Salles

04/06/2018 às 21h06

Empregados da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) entram em greve a partir desta terça-feira (5). A mobilização é convocada para todo o país e irá atingir as três unidades do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que funcionam nos bairros Santa Catarina e Dom Orione, além do Centro de Apoio Psicossocial do Hospital Universitário (Caps), localizado no Bairro São Mateus. Ao todo, a cidade conta com cerca de 1.100 profissionais de saúde da Ebserh lotados nos quadros do HU. Antes de a deflagração do movimento grevista, os servidores já haviam rejeitado proposta da empresa, referente às campanhas salariais de 2017 e 2018. Além das negociações da atual data-base, as partes ainda buscam uma solução para dissídio relacionado ao entrave às conversas para reajuste salarial do ano passado em debate no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

“Em Juiz de Fora, estamos bem mobilizados e vamos acompanhar o movimento nacional. A paralisação será por tempo indeterminado. A greve deve permanecer até que tenhamos uma proposta que atenda aquilo que temos pedido. Desde o ano passado, temos um dissídio referente às cláusulas econômicas de um acordo coletivo de trabalho. Ainda não tivemos um julgamento. A última proposta da empresa foi para que tirássemos a questão do TST, sem o pagamento de retroativos, com um bônus de R$ 1.800 e o pagamento do INPC (referente à campanha de 2017). Para as negociações deste ano, além do INPC, sinalizaram cerca de 0,93% de reajuste”, detalhou o delegado regional de base do Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas do Serviço Público Federal no Estado de Minas Gerais (Sindsep-MG), Edson Francisco Rosa. A categoria, no entanto, considera que a oferta sequer recompõe perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos.

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Serviços essenciais mantidos

O delegado sindical ainda explicou que o desejo da categoria é manter no TST as discussões referentes às cláusulas econômicas do acordo coletivo de trabalho 2017/2018, cujas cláusulas sociais foram prorrogadas até o dia 31 de agosto por meio de aditivo. Assim, o objetivo é o de fazer as discussões referentes à campanha salarial de 2018, com data-base em maio, de forma independente, o que, segundo o Sindsep-MG não teria sido acolhido pela Ebserh. O representante sindical reforça ainda que, mesmo com a deflagração do movimento grevista, a categoria irá manter o percentual mínimo de atendimento definido por lei para serviços essenciais como o de saúde.

“Todos os profissionais, de várias categorias, vão parar. Acreditamos que, entre médicos, enfermeiros, nutricionistas e assistentes sociais, 100% estão aderindo ao movimento. Fizemos alguns acordos de funcionamento. Setores que são de urgência e emergência, de alta tecnologia e que precisam de um cuidado maior, como são os casos do CTI, da hemodiálise, dos transplantes de medula óssea e dos leitos de HIV, em que somos referência, vamos manter o funcionamento em 100%. No caso dos outros leitos e das cirurgias eletivas, vamos diminuir para 30% conforme a lei estabelece”, explica Edson.

A partir da deflagração do movimento grevista, o Sindsep irá se manter em estado de assembleia permanente. Já nesta terça-feira, às 7h, a categoria prepara um ato público, na unidade do Dom Orione, para conscientizar os colegas, os usuários e a população em geral sobre os motivos que levaram aos profissionais de saúde da Ebserh a cruzarem os braços. “Atrelado a isto, vamos realizar uma campanha solidária em que nós vamos recolher alimentos não perecíveis. Depois, em assembleia, vamos decidir para qual instituição os mantimentos serão doados”, afirma o delegado sindical de base.

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