Estado amplia vacinação contra meningite para novos públicos

A partir do dia 3 de novembro, jovens de 16 a 30 anos, trabalhadores da saúde, trabalhadores da educação e estudantes universitários vão poder receber doses do imunizante


Por Elisabetta Mazocoli, estagiária sob supervisão de Rafaela Carvalho

26/10/2022 às 14h57- Atualizada 26/10/2022 às 17h28

Secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti alertou que cobertura vacinal no país está abaixo do desejável (Foto: Fábio Marchetto/SES-MG)

O Estado de Minas Gerais vai ampliar a campanha de vacinação contra a meningite para novos públicos. Os jovens de 16 a 30 anos, trabalhadores da saúde, trabalhadores da educação (do ensino superior e técnico) e estudantes universitários vão poder receber o imunizante. Em entrevista coletiva, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, afirmou que as doses vão começar a ser distribuídas a partir do dia 3 de novembro.

Durante a coletiva, Baccheretti reforçou que a cobertura vacinal do país, em relação a todos os imunizantes, está abaixo do desejável. Ele chamou atenção para os dados relativos à meningite C, uma das meningites que já conta com vacina disponível para a população há 12 anos. “Nós estamos vendo, desde 2017, que não estamos batendo a meta de 95% de cobertura dessa vacina. Hoje, estamos com cobertura de 76% do público-alvo”, explica.

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Atualmente, a vacina contra meningite é administrada com duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses. Depois, há um reforço quando a criança completa 1 ano de idade. Já os adolescentes de 11 e 14 anos recebem um reforço e uma dose. A ampliação do imunizante, portanto, se direciona a um novo público, que não recebeu quando a campanha de vacinação começou há mais de uma década. “Esse grupo é considerado o mais vulnerável em relação a pegar a doença e transmitir. Sendo assim, com a vacina conseguimos conter a doença”, diz.

Apesar da preocupação em aumentar o público-alvo, o secretário também destacou que não está havendo uma grande alteração no número de mortes em relação aos outros anos ou mesmo um surto da doença. Os dados apresentados foram de 92 óbitos em 2022 e 50 óbitos em 2021, o que o secretário considera estar relacionado também com o atual momento da pandemia de Covid-19 e com o relaxamento das medidas de segurança sanitária. O objetivo da ampliação, portanto, é “proteger ainda mais a população”.

Além de meningite, poliomielite, Covid-19 e monkeypox

Sobre a vacinação da poliomielite, o secretário afirmou que o objetivo ainda é atingir 95% do público. Atualmente, no estado de Minas Gerais, a média é de 81,64% do público vacinado. “Estamos conseguindo melhorar a vacinação com muitas ações, mas a situação é muito heterogênea nos municípios”, disse. Baccheretti exemplificou, nesse sentido, que há partes do estado que já atingiram a meta e outras que ainda estão abaixo.

O secretário também informou, em relação à Covid-19, que os óbitos no estado se igualaram ao começo de 2020, o início da pandemia no Brasil – mostrando um avanço no controle da transmissão. Baccheretti explicou que, no momento, não há previsão de campanha do Estado para a quarta dose para indivíduos abaixo de 30 anos, já que “ainda não foi comprovado em pesquisas benefícios claros para esse público”.

Ele coloca, no entanto, que há uma expectativa de que em 2023 a imunização contra a Covid-19 faça parte do calendário nacional da vacinação. Além disso, ele explica que há uma tendência de os dados epidemiológicos em relação à doença apresentarem uma piora nas estações de temperaturas mais baixas, assim como tem ocorrido na Europa.

Já em relação à monkeypox (varíola dos macacos), o secretário afirmou que o diagnóstico precoce e isolamento dos casos suspeitos têm sido essenciais para combater a transmissão dessa doença no estado. Ele também ressaltou que, por enquanto, a vacina está sendo testada em grupos específicos em alguns estados do país.

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