Allan Taxista prevê Villa Real ofensivo e comemora primeiros contratos de juiz-foranos

A uma semana da estreia na Segunda Divisão do Mineiro, presidente do Villa destaca felicidade dos atletas com primeira oportunidade: “Realizado”


Por Bruno Kaehler

31/07/2022 às 07h00

Se o Villa Real irá iniciar uma trajetória de sucesso no campo a partir do próximo domingo (7), não há como prever – a equipe recebe o Figueirense (MG) na estreia em competições profissionais, pela primeira rodada da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. Mas uma vitória fora das quatro linhas já é comemorada como título pelo presidente Allan Taxista e demais componentes do clube. Mais de 20 atletas já anunciados na última semana, quase todos de Juiz de Fora, assinaram o primeiro contrato como jogadores profissionais de futebol, oportunidade que também tocou o ex-atacante campeão brasileiro da Série D pelo Tupi. A ansiedade, conforme o mandatário relatou em entrevista exclusiva para o programa Papo de Craque, da Rádio Transamérica Juiz de Fora, na última sexta-feira (29), tem feito cada vez mais parte do dia a dia dos envolvidos com o projeto.

Feliz com a trajetória até aqui, Allan reforçou a missão de dar espaço prioritariamente aos atletas de Juiz de Fora e regiao (Foto: Leonardo Costa)

“Iniciamos um processo em que primeiro procuramos nos estruturar fisicamente, pra cidade ver a seriedade do Villa Real. Porque às vezes as pessoas não acreditam muito, é uma vida muito louca, de taxista virou jogador, e de atleta foi pra presidente. Isso é pra escrever um livro. E a gente vê a emoção dos jovens. Com ansiedade com certeza eles estão, nunca ninguém fez isso por eles. Ontem, assinando os contratos, ver o brilho no olhar desses jovens, a alegria em estar assinando o primeiro contrato profissional… em cada assinatura eu recebia um abraço e o agradecimento deles. Sou praticamente um paizão e tô realizado, mas falo sempre pra eles que podem abrir muitas portas, depende só deles”, conta Allan, que também festeja a chance de representar cada região de Juiz de Fora. “Tenho certeza que vão fazer uma grande competição e vão mostrar os valores dos nossos bairros. Falei com o pessoal da Comunicação que ao invés de lançar o nome dos atletas, era pra colocar de cada bairro deles. Temos jogadores da cidade inteira. Mas tá muito bacana e a ansiedade está grande, porque viemos de um planejamento em que as pessoas duvidaram muito, mas quando a bola rolar estaremos entregando tudo o que prometemos pra JF”, complementa.

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Allan Taxista é espelho para a maioria dos atletas do Villa, visto que começou a carreira no Tupi aos 28 anos. Logo, ele sentiu na pele a emoção de cada jogador agora contratado e relembrou sua experiência quando se tornou oficialmente um atleta do Carijó. “Imagino tudo o que eles passaram assinando esse primeiro contrato com o Villa Real. É um sentimento de gratidão, de realização, um sonho de criança, de ser um atleta profissional, independentemente do clube, se é grande ou não. Me coloquei no lugar deles de quando assinei meu primeiro contrato no Tupi, e esse dia foi sensacional. Quis sair correndo do Tupi gritando, dando soco no ar. E acredito que quando eles chegarem no estádio no domingo, e sentirem que não são torcedores, mas os astros do evento, vai ser magnífico e gratificante.”

Confiança em treinador e ofensividade no Villa

Como Allan reitera, 95% dos atletas do elenco são de Juiz de Fora. “É algo gratificante e um desafio grande, mas pra mostrar pra cidade e pros clubes que é possível trilhar esse caminho.” Nessa formação, houve participação essencial do treinador Rafael Novaes, que se tornou um amigo de confiança do presidente, que não vê a campanha do Villa no Mineiro sem o profissional.

“O Rafael é um cara muito inteligente, e o que mais prevaleceu foi ele ser da cidade. Vamos sempre priorizar quem é daqui. Chegamos com uma ideia diferente. Geralmente, o time perde dois jogos e o treinador é mandado embora. Mas enquanto eu estiver à frente, o Rafael está até o final do campeonato. Temos que mudar essa ideia, porque a comissão técnica faz um trabalho árduo durante a semana e os atletas têm que executar no dia. O erro acontece quando alguém quer mudar o que foi treinado na semana. E quem é penalizado? O treinador. Não concordo. Não importa que vou terminar o campeonato com 15, mas minha comissão continua, a não ser que pinte algo maior, aí sempre priorizamos o melhor pra eles”, garante Allan.

Sobre as preferências de jogo do técnico e do presidente, Allan conta que são similares. Se depender da vontade deles, o Villa será um time de proposição e destruição no campo de ataque.”O Rafael tem o mesmo pensamento que eu, porque ele é um cara que não joga na retranca. Gosta de marcar pressão, de jogar em cima do adversário. Ele sempre está procurando manter a posse de bola no setor ofensivo, do meio pra frente. Como ele jogou, ele tem o conhecimento que ter a posse de bola ofensiva te resguarda, porque você está longe do seu gol. Brinquei com ele que eu tô no caminho certo, pra ele ficar de olho com a vaga de treinador,que de repente a gente troca. Mas acho que vocês vão assistir uma equipe sempre muito ofensiva e trabalhando no campo do adversário”, revela.

Allan, ao lado da esposa e vice-presidente do Villa, Marcilene, estiveram no estúdio da Rádio Transamérica JF (Foto: Leonardo Costa)

‘Os atletas da cidade fazem a diferença’

Questionado sobre qual primeiro impacto quer causar com a chegada do Villa Real no futebol profissional, Allan, admitiu a vontade de subir ao Módulo II, mas reafirmou ser um objetivo em segundo plano.

“A primeira coisa é entregar para Juiz de Fora tudo o que prometemos. Não sou candidato a nada e nem quero entrar em política, que fique bem claro, porque aqui já é trabalhoso, imagina na política. Não quero. O que prometemos foi a fundação de um clube com atletas e profissionais capacitados da nossa cidade. Temos vários profissionais de alto nível saindo das nossas faculdades, não precisamos buscar longe. Quero entregar para a competição, então no dia 7 de agosto, às 11h, quando começar o jogo, vou ter entregue. Claro que quero o acesso, sem dúvida, se eu ficar na terceira divisão, só vou gastar dinheiro. Tenho que chegar no topo pra parar de só gastar. Mas quero fazer uma boa competição e mostrar que os atletas da cidade fazem a diferença.”

 

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