Agravamento da pandemia reforça necessidade de exercícios em casa

Estudo aponta relação direta da falta de práticas esportivas ao nível de ansiedade e depressão. Benefícios de exercícios em casa vão do bom humor e bem-estar ao sistema imunológico


Por Bruno Kaehler

31/03/2021 às 18h27- Atualizada 31/03/2021 às 18h45

O lockdown em Juiz de Fora e região, bem como o fechamento das praças da cidade efetuado pela Prefeitura nos últimos dias, deverão continuar pelo menos até 11 de abril, conforme informação divulgada pelo Governo de Minas nesta quarta-feira (31). Diante disto, os cômodos e corredores dos apartamentos e das casas voltam a receber mais práticas de exercícios. Ou deveriam ao menos, pelo elevado número de benefícios aos praticantes, sobretudo em tempos de isolamento social, como sempre destacado pelos educadores físicos e demais profissionais da área da saúde em todo o mundo e reforçado pela Tribuna diante do atual cenário pandêmico.

Um recente estudo de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), divulgado em março, evidenciou a relação direta da falta de exercícios durante a quarentena ao nível de ansiedade e depressão. Quase 2 mil voluntários participaram de um questionário on-line que abordou os hábitos da prática esportiva antes e durante a pandemia, além de como os participantes estavam em relação aos fatores emocionais.

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Nas respostas, 69% dos voluntários eram ativos antes da pandemia, mas somente 39% permaneceram com a prática regular de exercícios durante o período de restrições sanitárias. Além disto, 30% dos participantes apresentaram sintomas de depressão de grau moderado a grave, e 23,3% de ansiedade de grau moderado a grave. As pessoas que diminuíram o nível de atividade apresentaram mais sintomas psicológicos.

“Muitos ficam desmotivados”, afirma profissional

Professora de Educação Física e sócia-proprietária da Activa Fitness Center, Eveline Moraes afirmou que ao passo em que a preocupação com a saúde aumentou no último ano, também houve uma queda no número de praticantes. “Muitos ficam desmotivados para treinar em casa e se incomodam muito com o uso de máscaras em ambientes externos”, pontua.

Professora Eveline Moraes, que destacou a importância dos exercícios neste momento, orientados, sempre que possível por um profissional (Foto: Arquivo pessoal)

Com a extensão do lockdown e as praças esportivas cercadas, a criatividade deve ser aliada para que as pessoas iniciem a prática de exercícios ou se mantenham ativas. “A indicação é que se procure fazer o que gosta, o que é prazeroso. Desta forma, a adesão ao treinamento fica mais facilitada, ou seja, as chances de você praticar mais vezes aumentam”, analisa Eveline. “Mas o ideal é que se faça exercícios para fortalecer a musculatura (exercícios com peso do corpo, com halteres, elásticos), exercícios para trabalhar o sistema cardiorrespiratório (corridas, caminhadas – se tiver espaço em casa ou no condomínio para isso -, pular corda, polichinelos, entre outros) e exercícios de alongamento (yoga, alongamentos em geral).”

Ainda conforme a profissional, “força, resistência aeróbica e flexibilidade são condições físicas básicas para uma vida mais saudável. Você não precisa fazer os três tipos de exercícios em um mesmo dia ou em um mesmo treino. Tudo pode ser fracionado e planejado por um profissional de Educação Física para atender as suas necessidades.”

Tema ainda mais recorrente no dia a dia desde o ano passado, a prática regular de exercícios físicos é uma importante defesa no combate ao coronavírus, bem como outras doenças.

“Os benefícios são incontáveis. O aumento da força e resistência muscular, melhoras do sistema imunológico e nos marcadores de colesterol e açúcar, aumento da autonomia e funcionalidade nas atividades do dia a dia, entre outros. E dá para atingir todos esses objetivos treinando em casa! Além disso, a prática de exercício físico libera no cérebro substâncias responsáveis pelo bom humor: a serotonina e a endorfina, que podem ser capazes de melhorar o bem-estar. Para pessoas com ansiedade, depressão e estresse, o exercício físico pode ser um remédio”, esmiúça a professora, que ressalta, ainda, a relevância da orientação de um profissional de Educação Física.

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