Ranking de corridas de rua volta a Juiz de Fora em 2022

Estão planejadas oito provas para o próximo ano; atletas da cidade têm boas expectativas para o retorno


Por Mariana Floriano, sob supervisão da editora Regina Campos

30/12/2021 às 07h00

Com o avanço da vacinação e a flexibilização das medidas de distanciamento, a Secretaria de Lazer e Esporte (SEL) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) confirmou que, a partir de janeiro do próximo ano, iniciará o chamamento público para as empresas interessadas em coorganizar as corridas de rua na cidade. Conforme o gerente do Departamento de Práticas Esportivas de Participação e Rendimento da SEL, Fernando Seixas, em 2022 estão programadas oito provas, quatro para o primeiro semestre e quatro para o último, com a Corrida da Fogueira, prevista para julho, marcando o meio da temporada. “A primeira corrida da temporada de 2022 está prevista para abril, mas vai depender também da apresentação das propostas das empresas coorganizadoras, que farão as corridas juntamente com a SEL”, explica Fernando.

Segundo ele, o número de inscrições na última edição do ranking, em 2020, chegou a quase de 2 mil corredores. “Na época, a programação não aconteceu de forma integral. Planejamos 12 corridas, mas, por conta da pandemia, apenas uma aconteceu. No próximo ano, esperamos um número de inscrições menor, em função do retorno das atividades e do cuidado que os coorganizadores terão com essa primeira edição do ranking pós-isolamento.”

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Já em sua 34ª edição, o ranking de corridas de rua de Juiz de Fora é uma tradição na cidade. Conforme conta Fernando, são mais de três décadas de evento, fato que faz as corridas de Juiz de Fora terem expressão nacional. “A importância de se manter e fomentar o ranking se dá por ser uma atividade que representa uma tradição muito grande para nossa sociedade. Um evento que é extremamente democrático, com a participação de pessoas com deficiência, idosos, crianças, corredores do cotidiano, que correm por lazer, além de atletas de alta performance. A SEL pretende para 2022 tornar essa prática ainda mais democrática, mais ampla em termos de inclusão. Estamos estudando a possibilidade para pessoas com baixo poder aquisitivo participarem desse evento extremamente tradicional.”

Retomada e preparo

Ebert Silvério se prepara para participar de todas as provas do ranking em 2022 (Foto: Hugo Rumo Certo)

A tradição de participar das corridas de rua de Juiz de Fora faz parte da vida de Ebert Silvério desde que ele tinha 16 anos. Hoje, aos 29 e quatro vezes campeão do ranking de corridas da cidade, ele afirma que está esperançoso com a volta das competições. “Todos nós, e não apenas atletas profissionais, estamos na espera por esse retorno. O esporte ajuda nas nossas vidas, de todos os que praticam, não só pela saúde, mas ele age na educação, disciplina, força de vontade. Essa volta vai ser muito positiva. Sabemos que vai ser difícil, pois teremos que seguir os protocolos de segurança, mas nada como uma adaptação para a gente voltar à normalidade logo, logo.”

Assim como outros atletas profissionais, Ebert sofreu com a perda de patrocínio durante a pandemia. Para se manter sem a premiação em dinheiro que as corridas ofereciam, ele começou a trabalhar. “Eu fico um pouco mais cansado. Antes da pandemia, eu treinava de manhã, me recuperava e treinava à tarde. Hoje, essa recuperação é mais lenta. Mas tivemos que fazer essa adaptação para não perder a rotina de treinos, já focado nas competições de 2022.”

Sem recursos para participar de corridas em outros municípios, Ebert pretende se dedicar ao ranking de Juiz de Fora. “Em 2022 vai ser muito difícil participar de provas fora da cidade, eu teria muito gasto. Por isso, vou focar nas provas aqui da cidade, e as que der para ir fora, a gente tenta também.”

Corrida como ensinamento

 

Aline Barbosa reduziu os treinos durante a pandemia, mas pretende se preparar para disputar as provas de rua em JF (Foto: arquivo pessoal)

A esteticista Aline Barbosa também conheceu as corridas de rua de Juiz de Fora ainda muito nova. Foi no ensino infantil que ela participou das primeiras provas de atletismo e, durante o ensino fundamental, chegou a competir, por dois anos, nas corridas de rua da cidade. Depois de adulta, voltou a praticar o esporte com o intuito de realizar uma atividade física, mas acabou se tornando uma atleta profissional, já tendo ocupado o pódio em diversas competições e conquistado, por duas vezes, o ranking de corridas de rua.

“A competição não veio como algo que eu desejava. De repente me vi próxima das primeiras colocações e, com o treinamento direcionado, comecei a participar do pódio. Hoje não me imagino mais sem competir, pois a competição me ajudou muito a me tornar um ser humano mais forte, a lidar com perdas, vitórias, cansaço, a lidar com o que parece ser impossível e o tornar possível.”

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Durante a pandemia, Aline reduziu a intensidade dos treinos, mas afirma que em 2022 pretende voltar a competir. “A energia desses eventos é incrível. São muitas histórias de superação, seja de quem faz sua primeira corrida ou conquista um pódio. É muita emoção, acredito que muitos, como eu, estão contando os dias para poder retomar as corridas.”

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