Ultramaratonista corre 608km e é oitavo melhor na 1.000km Brasil

Adriano Mello comemora o resultado e lamenta falta de patrocínio e pés machucados: ‘Não tive condições de comprar tênis novo’


Por Bruno Kaehler

30/09/2021 às 17h53

Dos dez dias de prova para tentar completar os 1.000km Brasil, com a sonhada distância que dá nome ao evento, o ultramaratonista Adriano Mello, 50 anos, conseguiu passar por seis noites e terminou a edição de 2021 em oitavo lugar, com a distância percorrida de 608,35km. O carioca radicado em Juiz de Fora festejou a participação na última semana, na cidade de Engenheiro Paulo de Frontin (RJ).

“Fiz uma excelente prova nos seis dias em que estive na pista, sempre me mantendo entre os primeiros. Fiquei satisfeito com a experiência durante os 608km, pois vi que preciso de um melhor suporte para encarar dez dias de prova”, conta à Tribuna. Conforme o atleta, ele terminou o sexto dia de prova na segunda colocação. “Estava correndo solto e sempre entre os primeiros. Fiquei feliz com a performance.”

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Adriano recebe certificado e troféu após os mais de 600km (Foto: Reprodução)

E o suporte mencionado veio em diferentes carências. “No sexto dia comecei a ter muitas bolhas. Meus pés estavam muito machucados. Pela manhã do sétimo dia, fui para a pista dar apenas uma volta para me despedir dos demais atletas”, recorda.
Adriano explica que os ferimentos ocorreram em virtude de dificuldades financeiras. “Não tive condições de comprar tênis novos para fazer os mil quilômetros. Precisava de uns quatro pares, usei três velhos e o solado não suportou. As pedras estavam machucando demais meu pé. Infelizmente não tenho nenhum patrocínio e levei tênis que já deveriam ter sido descartados”, reitera.

72 horas correndo

Esta deverá ser a próxima meta de Adriano, na Ultramaratona Paraná, programada para a primeira semana de dezembro. “Vou fazer uma prova de circuito. São 72 horas correndo”, antecipa.

E pela experiência, nos 1.000km Brasil, ele já sabe o que irá priorizar para os próximos eventos. “Vou precisar de um parceiro que cuide da minha hidratação e suplementação, e outro da alimentação. Além de um suporte para os tênis. Isso vai me ajudar muito. Infelizmente a ultramaratona não tem muita visibilidade, o que dificulta pra conseguir esse apoio, mesmo sendo o ultramaratonista que traz mais conquistar para Juiz de Fora desde 2016”, desabafa.

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