Perto da estreia e de amistoso, técnico do Tupi espera pressão e prioriza ideias

De olho no Módulo 2 e antes de visitar o América de Rio Pomba em amistoso, Alex Nascif prevê impaciência do torcedor, mas objetiva equipe aplicada taticamente


Por Bruno Kaehler

30/01/2020 às 19h29

Alex Nascif é graduado em Educação Física pelo Granbery e possui, dentre outras capacitações, especialização em Futebol pela UFV (Foto: Bruno Kaehler)

Aos 32 anos, o treinador do Tupi no Módulo 2 do Campeonato Mineiro, Alex Nascif, possui passagem em outras funções por clubes como Paysandu, América-RN, América-MG, Tombense e Tupynambás, o título da Série D do Campeonato Brasileiro – em 2011, pelo próprio Galo Carijó, como analista de desempenho – e a obsessão em aplicar todo o seu conhecimento tático nos treinamentos no Salles Oliveira. Detentor da Licença A da CBF, o curso para treinadores que desejam atuar nas principais equipes profissionais do país, o juiz-forano e torcedor alvinegro inicia sua carreira de técnico na principal categoria do futebol em um ambiente carregado pelos sucessivos rebaixamentos do clube nos últimos anos.

Nada que o incomode, no entanto, mais que a inserção de suas filosofias de jogo ao elenco ainda em formação, com estreia no Módulo 2 a pouco mais de uma semana. “Já estou acostumado com pressão, na minha vida sempre teve. Nunca tive nada fácil, não fui jogador, tenho 32 anos e já passei por dez clubes profissionais. Lido com a pressão diária. A pessoa que mais me cobra sou eu mesmo. Sempre tive o sonho de ser treinador e hoje estou conseguindo realizar aqui no Tupi, o time que é do meu coração, da minha cidade. Estou acostumado com essa pressão e sei que tenho dois, três jogos pra demonstrar resultado, se não é o ciclo do futebol brasileiro. Falei até com os jogadores nessa semana que, se eu não for continuar com o trabalho, prefiro ter ideias. Se o resultado não vier, trabalhamos com ideias”, explica Nascif.

PUBLICIDADE

Até o próximo dia 8 de fevereiro – ou mesmo depois desta data -, quando o Tupi vai a campo contra o Pouso Alegre, fora de casa, às 15h, na estreia da segunda divisão estadual, as naturais descrenças do torcedor carijó, que em 2016 via sua equipe na Série B nacional e hoje é obrigado a sonhar com o retorno à elite mineira, também já foram projetadas e repassadas aos novos atletas, cientes do cenário vivido em Santa Terezinha.

“Espero uma impaciência da torcida, o Tupi é uma camisa muito pesada, o principal time do interior de Minas. Passei isso no primeiro amistoso aos jogadores. Mostrei uma foto do (Estádio) Mário Helênio, um jogo do Tupi que deveria ter mais de 25 mil pessoas, e mostrei que a carijó está triste hoje. Não adianta querer ir para o Estádio e ver a torcida falar ‘vamos lá, vamos lá’. Temos que saber que estamos em um grande clube de Minas e precisamos respeitar e dar o nosso máximo. Se o Tupi está onde está, nós também nos encontramos nas condições que merecemos. Só nós podemos tirar o clube dessa situação e conseguir coisas melhores. Eu estava em 2011 no Tupi campeão da Série D, era o pior investimento da competição. Isso que passo para os atletas para almejarem coisas grandes”, analisa o técnico.

Amistoso sábado

No próximo sábado (1º), o Tupi terá novo teste antes da estreia oficial na temporada – a equipe juiz-forana visita o América de Rio Pomba, às 15h30, no Estádio Dr. Henrique Dias Filho, do adversário, com ingressos vendidos a R$ 10. À Tribuna, Nascif havia projetado o amistoso como jogo de alto nível, assim como o vencido por 3 a 0 sobre o Núcleo Esportivo de São João Nepomuceno. A declaração gerou uma repercussão entre os torcedores, por se tratar de times amadores. Em nova avaliação sobre o encontro, ele aprofundou sua opinião.

“O América é uma equipe que está há 15 dias treinando com jogadores contratados apenas para enfrentar o Tupi. É uma equipe muito qualificada. Até o time de São João Nepomuceno (os torcedores) não conhecem, do (Marco Aurélio) Ayupe. É fortíssimo, já enfrentei pelo Tupi em 2012, com o Tombense em 2014 e sempre com jogos difíceis. (Nesse final de semana) tinha jogadores que jogavam na China, em campeonatos internacionais e estavam lá contra a gente. Às vezes pessoas só olham o nome e não o trabalho que está se desenvolvendo. Têm que valorizar isso”, destrinchou.

Forma de jogar

Questionado sobre o que espera de sua equipe em campo já a partir da estreia do Módulo 2, Nascif destacou precisar de uma equipe “que consiga cobrir os cinco momentos do jogo (organizações e transições – ofensivas e defensivas – e a bola parada) de forma bem feita. Só que precisamos entender que, em um primeiro momento, talvez não vamos estar 100%. Hoje temos 70% do elenco pronto e gradualmente vamos estar evoluindo essas questões. É claro que é uma competição difícil. Por ser sub-24, você tem atletas em alto nível recebendo elevados valores, e você tem outros de minutagem baixa – que são os que estamos tentando trabalhar, tentando aprimorar os conceitos do jogo com eles.”

O conteúdo continua após o anúncio

Tópicos: tupi

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.