Dor marca um ano da tragédia da Chapecoense

Pai do juiz-forano Marcelo Augusto revela período de muita tristeza. Nas primeiras horas do dia 29 de novembro de 2016, avião da empresa LaMia com o time de Chapecó (SC) sofreu uma pane seca na Colômbia, deixando 71 mortos


Por Marcio Santos

29/11/2017 às 07h00- Atualizada 29/11/2017 às 08h08

Pai de Marcelo conta que tem sido um ano de muita tristeza para toda a família e amigos, pois o filho era muito querido por onde passava (Foto: Felipe Couri)

“Não está sendo fácil e, neste momento em que todo mundo está falando disso, a dor é ainda maior”. As palavras de Paulo Manuel da Silva, pai do zagueiro Marcelo, 25 anos, um dos 71 mortos na tragédia da Chapecoense, retrata o sentimento das famílias que tiveram a vida transformada no pior acidente aéreo envolvendo um clube de futebol brasileiro e que completa um ano nesta quarta-feira (29). Durante a madrugada de terça-feira (28 de novembro de 2016), o time de Santa Catarina (SC) viajava para Colômbia, onde disputaria a final da Copa Sul-Americana, quando o avião da empresa LaMia sofreu uma pane seca nos arredores de Medellín. Apenas seis pessoas sobreviveram.

O pai de Marcelo conta que tem sido um ano de muita tristeza para toda a família e amigos, pois o filho era muito querido por onde passava. “A tragédia parece que aconteceu ontem, tamanha a dor que ainda sentimos. Tudo que fazemos e mexemos lembra ele. O Marcelo era um rapaz muito dedicado, amigo, um filho abençoado”, lamenta o pai do zagueiro, que deixou esposa e um filho que completará dois anos de idade agora em dezembro.

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Instituto
Apesar da perda, Paulo Manuel segue com o projeto idealizado pelo filho. Através do Instituto Marcelo Augusto, Paulo criou a escolinha de futebol em parceria com a Chapecoense, no Clube Affamata (Rua das Rosas, 115, Bairro Novo Horizonte). Segundo ele, o projeto já conta com 30 crianças de 5 a 18 anos, três treinadores e três preparadores físicos. “Estamos fazendo tudo certinho e temos toda estrutura de um time profissional, com médicos e advogados, para que os meninos possam sair daqui e terem oportunidade no time da Chapecoense (SC)”, conta.

Todos ainda tentam entender a tragédia

São Paulo (AE) – No dia 28 de novembro de 2016, o Brasil vivia a expectativa de ver a simpática Chapecoense na decisão da Copa Sul-Americana, feito histórico e inédito para a modesta equipe de Santa Catarina. Nas primeiras horas do dia 29, quando o avião da empresa LaMia com o time de Chapecó (SC) sofreu uma pane seca nos arredores de Medellín, na Colômbia, local da partida, a trajetória de 77 famílias seria transformada. No total, foram 71 mortes que chocaram o mundo, entre elas a do zagueiro juiz-forano Marcelo Augusto. Astros do esporte divulgaram mensagens de luto. Diversas foram as homenagens e a ajuda ao clube e às famílias das vítimas. Mas as marcas permanecem, sobretudo nas crianças.

No campo, a Chapecoense conseguiu grandes feitos para quem não tinha nem sequer um time para jogar no início da temporada. Sagrou-se campeã catarinense e se garantiu na Série A do Campeonato Brasileiro. Sobreviveram os jogadores Jackson Follmann, Neto e Alan Ruschel; o jornalista Rafael Henzel; a comissária de bordo Ximena Suárez; e o mecânico Erwin Tumiri. Jackson Follmann é comentarista da FOX Sports e estuda para se tornar dirigente. Neto e Alan Ruschel continuam as suas carreiras, assim como Rafael Henzel. Ximena Suárez trabalha como modelo e recentemente tatuou um avião da LaMia como se ele estivesse chegando ao céu. Erwin Tumiri vive na Bolívia e tem participado de programas de TV no país.

Uma vítima não estava no avião: Celia Castedo. Ela era a funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia (Aasana) e detectou problemas no plano de voo, mas foi ignorada. Após o acidente, alegou ter sofrido ameaças de morte e pediu refúgio no Brasil. Vive em Corumbá (MS), mas seu refúgio é provisório, expira em 5 de dezembro e ela teme que não seja renovado. Celia não quer voltar à Bolívia, onde é acusada de homicídio culposo.

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