Alex Nascif é aprovado entre 246 técnicos e leva o Vitória sub-15 à semi estadual

Juiz-forano tem invencibilidade de sete jogos e confessa ter negado proposta da Segunda Divisão Mineira para consolidar trabalho e trazer esposa e filho para perto


Por Bruno Kaehler

29/10/2021 às 07h00

Um mês e meio de trabalhos no Nordeste, com sete jogos, seis vitórias e um empate. Vinte gols marcados e nenhum sofrido. Em síntese, este tem sido o início da nova caminhada do juiz-forano Alex Nascif, agora treinador do Esporte Clube Vitória, o Rubro-Negro Baiano, na categoria sub-15. O comandante do Leão avançou às semifinais do Campeonato Estadual da faixa etária, com disputas a partir deste sábado, contra o Bahia de Feira.

No entanto, a contratação do profissional de 34 anos não foi da forma convencional, que os torcedores se acostumaram a ver nas páginas de jornais e sites. Houve um processo seletivo no clube para a função, em que 246 treinadores enviaram currículo. “Foi muito difícil, mas tive todo o apoio do Marcelo Vilhena, que é coordenador técnico da base do clube e conheci na CBF Academy, onde é instrutor das licenças C e B”, conta Nascif, que possui as licenças A e B da principal entidade esportiva nacional. “Mas o que me atraiu a vir primeiro foi o fato de ser o Vitória, que tradicionalmente é chamado de fábrica de talentos por já ter revelado nomes como David Luiz, Dida, Obina e muitos outros. E a presença do próprio Vilhena”, reforça Nascif.

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Nascif em conversa com o elenco sub-15 do Leão (Foto: Felipe de Lannoy Sturmer)

O trabalho mais recente de Nascif foi no comando técnico do Tupi no Módulo II do Campeonato Mineiro de 2020. Antes disso, foi assistente técnico de clubes como o América-RN, Paysandu, Tupynambás e Ipatinga, além de analista de desempenho do Cuiabá, América-MG e Ferroviária-SP. Na base, ainda teve como uma das principais passagens o comando do sub-17 do projeto de extensão da UFJF, de onde vê semelhanças relevantes na nova casa. “Aqui, eles têm um documento orientador dos trabalhos para cada categoria, que é produzido por várias pessoas. E o Marcelo Vilhena vem dando continuidade, então sabemos o que deve ser trabalhado em cada equipe, algo que já defendíamos na UFJF”, conta.

E os resultados já têm mostrado uma adaptação de Nascif e do time sub-15 ao novo treinador. “Na verdade, o que eu penso de futebol me fez vir pro Vitória, porque existem muitas coisas que me identifico. Essa aceitação já foi facilitada por isso também. Os atletas daqui possuem um conhecimento muito grande de futebol. Mas vim para ajudar no projeto.” Em relação às características de jogo e dos atletas, Nascif entende que há poucas diferenças em relação ao futebol mineiro, por exemplo. “Aqui tem uma diferença cultural, é uma região mais quente e isso acaba trazendo componentes do jogo que precisamos adaptar na questão física, na hidratação. Como o clima em Minas é mais ameno, temos que adaptar, aqui, a carga de treinos e de jogos, já que os meninos sentem mais por conta desse clima. Mas no jogo não sinto tanta diferença, no Vitória é parecido com outras equipes também grandes”, analisa.

Entre os triunfos e a saudade

No dia 8 de agosto nasceu Nicolas Marques Nascif, filho de Alex e da esposa, Marcela Marques. O motivo de alegria ao juiz-forano, hoje é também saudade para o treinador, que se destaca com a irreparável campanha até o momento com o objetivo de, além de seguir vencendo em campo, consolidar seu trabalho para poder levar a família para perto. Prova disso é que o profissional revelou ter preterido propostas como para a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, de tiro curto.

“Agora posso falar abertamente. Foi uma escolha que fiz vir para a base por um trabalho a longo prazo. Neste ano eu poderia ter ido para o Contagem, mas preferi a oportunidade de desenvolver um trabalho de maior período por conta da Segunda Divisão ter um calendário curto e não me dar a segurança de continuidade. Preciso de uma estabilidade porque meu filho acabou de nascer e quero um trabalho em que possa trazer ele e minha esposa, poder estar perto deles para trabalhar. Na base você tem essa segurança maior.”

E é com esta motivação e esperança que Nascif busca o título baiano e, em seguida, no mês de dezembro, disputa o Aldeia International Cup, uma competição no Recife, dentro do Centro de Treinamento do Retrô, que já confirmou a participação de times como o Flamengo, Fluminense e Palmeiras.

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