Entre a saudade e o amor pelo jiu-jítsu, juiz-forana coleciona conquistas nos EUA

Maria Ruffatto, 21 anos, foi tricampeã do Pan e acaba de conquistar título americano nas disputas com e sem kimono


Por Bruno Kaehler

29/06/2021 às 17h43

Em 2018, Maria Ruffatto concedia entrevista à Tribuna divulgando uma rifa que promoveu com o objetivo de arrecadar recursos para passar uma temporada nos Estados Unidos, podendo competir e evoluir no jiu-jítsu sob os olhares de um dos seus mestres, Guto Neto. Menos de três anos depois, a juiz-forana já vive seu oitavo mês em território norte-americano e conquistou, no último fim de semana, os títulos do American Nationals – torneio similar ao Campeonato Brasileiro – nas disputas principais com e sem kimono, pela faixa marrom, peso pesado. As medalhas sucederam, ainda, o tricampeonato pan-americano da atleta na competição no-gi (sem kimono), também nos EUA, em maio, com a prata na disputa do absoluto, entre todas as lutadoras, sem divisão de categoria.

“O tri pan-americano no-gi foi um momento muito gratificante pra mim, porque eu trabalho duro todos os dias, dentro e fora dos tatames, para poder ter o meu espaço no pódio”, conta a atleta de 21 anos, que não mede elogios à fase vivida no exterior. “A experiência é a melhor possível aqui. Tenho o maior suporte e mais oportunidades de lutar também. Sinto que a minha evolução é diária, pois eu tenho pessoas ao meu redor que estão me ajudando a evoluir dentro e fora dos tatames. E isso não tem preço”, destaca a representante da Brazilian Top Team (BTT) Happy Valley (Oregon), do professor Gustavo Bessa.

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Pódio do American Nationals, com Maria no topo na disputa entre as faixas marrom e peso pesado (Foto: Arquivo pessoal)

Apaixonada pela arte marcial, Maria tem o objetivo de viver do esporte. “Posso dizer que estou quase lá!”, comemora a jovem. Sua principal meta, contudo, é pautada também pela gratidão ao que mestres como Guto Neto, além Linus Pauling e Wagner Wats, o Wagão, já fizeram por ela desde os tempos da equipe juiz-forana da Gamonal Fighters. “Meu maior sonho não são os títulos que o jiu-jítsu me proporciona, mas sim buscar evoluir tecnicamente e mentalmente também. Eu tenho o objetivo de ser uma grande coach no futuro para ajudar atletas assim como os meus professores fazem por mim”, destaca.

Para isso, Maria se apoia e se estimula nas lembranças de pessoas importantes em sua vida, das quais também trazem uma das principais dificuldades na estadia nos EUA: a saudade. “A minha motivação diária é, sem dúvidas, minha mãe e minha irmã que estão no Brasil, além dos meus mestres e amigos que estão ao meu redor também. Todos eles me fazem crescer em diferentes aspectos. Mas tenho como uma meta saber lidar com a saudade da família e de amigos. Porém eu tenho muito amor e suporte aqui também. Mas sempre tem a saudade do pão de queijo e de um cafezinho de Minas”, brinca.

Maria exibe medalhas conquistadas no Pan-Americano, em maio (Foto: Arquivo pessoal)

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