Marina Loures chega a quatro títulos estaduais de futsal diferentes na carreira

Jogadora juiz-forana foi campeã, neste final de ano, da Liga Gaúcha e do Estadual do Rio Grande do Sul pela Celemaster Uruguaiana


Por Bruno Kaehler

23/12/2020 às 07h00

Marina Loures foto Fernanda Malfussi (4)
Legenda: Marina com a camisa da Celemaster em sua primeira experiência no futsal gaúcho (Foto: Fernanda Malfussi)

A atleta Marina Loures, 29 anos, segue levando o futsal feminino de Juiz de Fora ao topo por todo o Brasil. Prova disto é que a ala chegou à marca de quatro títulos estaduais em diferentes regiões do país em sua carreira. O feito foi alcançado neste final de ano, após Marina ser campeã gaúcha pela Celemaster, de Uruguaiana (RS), pouco depois de também conquistar a Liga Gaúcha pela tradicional equipe da modalidade.

“Fiquei muito feliz, atingi uma marca pessoal que nunca imaginava, agora com os estaduais de São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul e Paraná. Não pensava nisso nem nos meus maiores sonhos. Foi bem gratificante, a Celemaster é tradicional, não nasceu ontem, vem com um projeto de longo prazo”, relata Marina à Tribuna.

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Como para a maior parte dos atletas em 2020, e ainda mais no futsal e futebol feminino, Marina teve percalços, mas os jogou para escanteio, como de costume. Ela havia acordado a ida para o Sul em setembro, no Brasileiro, que acabou adiado. “Depois ia para um outro campeonato em Pato Branco, mas também não teve sucesso. Só que decidimos que, mesmo sem os campeonatos de maior relevância a nível nacional, os contratos seguiriam para a Liga Gaúcha e o Estadual no final do ano”, conta.

Por conta do cenário, Marina teve que se apresentar à Celemaster um dia antes de sua estreia. “Não tiveram jogo nenhum até a Liga Gaúcha. Fui pra Uruguaiana, cheguei sem treinar com o time, um dia antes do jogo, fui pra partida, ganhamos a Liga e fiquei mais duas semanas treinando com a equipe pro Estadual.”

A Liga Gaúcha foi realizada em quadrangular, no sistema de pontos corridos, em um único fim de semana, contra as equipes da Boa Parada/Cruz Alta, Luma/Canoas e Palestra Erechim. Marina e as companheiras tiveram 100% de aproveitamento e levaram o primeiro caneco.

Já o Estadual foi dividido em grupos, com a primeira fase em um único fim de semana e, em outro, o mata-mata, de quartas de final, semi e decisão. Mais cinco confrontos da equipe e campanha irretocável, sem um empate ou derrota sequer.

‘Me surpreendi com a estrutura’

Além dos dois troféus, Marina balançou as redes seis vezes em oito jogos. Fruto do trabalho da juiz-forana e, também, do suporte recebido, que motivou a atleta. “Vou confessar que me surpreendi muito com a estrutura da Celemaster, mesmo em um ano muito atípico. Coisas que a gente vê que no masculino é básico, pro feminino é regalia, então valorizo muito. Foi muito bacana estar com eles lá, conhecer de perto a estrutura de uma equipe que chega bem sempre nas competições nacionais, vem com um pentacampeonato do Estado. Valeu muito a pena.”

Esperanças renovadas

O final de ano de Marina, apesar de todos os problemas vividos não só pela atleta, como na sociedade, obviamente refletidos no esporte, trouxe um otimismo para que as mulheres sigam ganhando o espaço que merecem, mesmo que de forma gradual. “Termino 2020 com uma expectativa muito bacana pra 2021. Que a gente cresça ainda mais na modalidade, que as atletas entendam cada vez mais que nós é que fazemos a modalidade crescer. Nós somos o produto e o futsal feminino é, sim, muito legal e cada vez está ganhando mais espaço. Temos que entender essa importância e nos adaptar”, analisa.

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Marina Loures foto Fernanda Malfussi
Legenda: Além das conquistas fora de JF, Marina também é líder na luta pela valorização do futsal feminino juiz-forano (Foto: Fernanda Malfussi)

A busca pela igualdade entre homens e mulheres sempre estará nos planos de Marina, desde o âmbito municipal ao nacional. “Espero que tenhamos mais equipes e competições, que o calendário seja mais organizado porque esse ano foi muito bagunçado, mesmo com a pandemia. A Liga Nacional masculina está acontecendo sem problemas, enquanto muitos torneios femininos foram jogados pra 2021, o que prejudica nossa modalidade. Mas entendo que é pelo cenário diante de tudo o que vem acontecendo.”

Questionada sobre seu futuro, Marina prega paciência para definir qual será o próximo time a defender. “Por enquanto estou curtindo as férias, cuidando do meu corpo para voltar ainda melhor e analisando as propostas que vão chegando.”

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