Fora da Superliga C, JF Vôlei fortalece a base e já atinge 500 jovens

Com nova prioridade, projeção é que trabalho de categorias de base, escolinhas e núcleos esportivos em escolas públicas possam chegar a até mil crianças e adolescentes ao fim de 2023


Por Bruno Kaehler

23/10/2022 às 07h00

O início da Superliga C masculina na última semana sem o JF Vôlei reforça a mudança de prioridades no projeto local, acostumado a montar equipes profissionais, o que ocorre há mais de uma década. Também machucado pela falta de apoio no município até mesmo após o título invicto e inédito da Superliga B em 2021, que contribuiu para a desistência da participação na elite nacional da modalidade no mesmo ano, a equipe juiz-forana de voleibol agora concentra seus esforços na formação de jovens por meio da prática do esporte, com parcerias que atingem quase 500 crianças e adolescentes em escolas públicas e particulares e também nas categorias de base e escolinhas.

À Tribuna, o diretor Heglison Toledo confirmou a limitação econômica como fator preponderante da opção por não voltar às quadras com uma equipe adulta após o rebaixamento à Superliga C no primeiro semestre deste ano. “A questão financeira é a principal. E de mudança de foco. A última Superliga B mesmo, disputamos mais em respeito aos patrocinadores. Essa parte financeira vem atentando nosso trabalho há algum tempo, e optamos por mudar a missão, que é realmente trabalhar com a categoria de base. E isso tem sido feito com naturalidade”, explica Toledo.

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Em contrapartida, o diretor reitera que este não é o adeus do projeto ao voleibol profissional. A equipe adulta deixou de ser o objetivo final, mas se torna um meio de otimizar o trabalho com jovens. “Acho que um dia a gente volta, mas com foco no desenvolvimento da categoria de base. Ainda não estamos maduros nesse ano pra jogar, mas vamos estar em breve. Podemos estar até na próxima Superliga C, não descartamos. Mas dependerá de uma avaliação momentânea. É uma competição mais rápida, dividida em grupos, então dependerá do momento”, complementa.

Heglison Toledo também ratifica que a ambição em representar Juiz de Fora nas principais competições do país permanece. “Estaríamos prontos pra voltar a qualquer momento, em 15 dias de trabalho remontamos uma equipe aproveitando as categorias de base. Sempre quis fazer isso, nesse novo ciclo da Superliga B já fizemos isso.”

Equipe feminina

Com o desenvolvimento da base feminina, o diretor também admitiu a possibilidade, esta mais distante que no masculino, de poder formar uma equipe feminina adulta. “Vislumbro isso, no mesmo processo, se crescer de maneira adequada, com as competições. A base feminina ainda está iniciando, é muito incipiente, mas quem sabe jogar uma Superliga C lá na frente. Mas temos outros passos pra atingir ainda, está atrás da masculina porque eles vêm há mais tempo, com mais tradição”, explica Toledo.

JF Vôlei investe na iniciação esportiva e não descarta voltar à Superliga com time sustentado pela base (Foto: Divulgação JF Vôlei)

Projeção de atingir mil jovens

Atualmente, o JF Vôlei trabalha com as categorias sub-15 e sub-19 na base, com a projeção de ter equipes do sub-14 ao sub-19 em um futuro próximo. Neste novo cenário vivido pelo JF Vôlei, a exclusividade na concentração de energia tem gerado resultados, conforme Heglison Toledo. “Ter a equipe toda trabalhando em prol da equipe de base, sem o desvio da categoria adulta, que demanda tempo e energia, faz a gente sentir que o trabalho tem sido muito efetivo. Caminhamos para um 2023 bem próspero pelo que plantamos nesse ano, que foi praticamente a nossa volta, desde julho do ano passado”, enaltece.

Além das categorias de base e das escolinhas, o JF Vôlei promove a inclusão social por meio do esporte em cinco núcleos esportivos de iniciação ao voleibol na rede pública de ensino. Em Juiz de Fora, eles funcionam na Escola Municipal (EM) Tancredo Neves, no Bairro São Pedro, EM Fernão Dias Paes (Bairro Bandeirantes), EM Engenheiro André Rebouças (Bairro Milho Branco) e Escola Estadual Clorindo Bunier (Bairro Barbosa Lage). Além destas quatro instituições, também há atividades no Projeto SuperAttack, de Barbacena.

Atualmente, conforme Toledo, cerca de 500 crianças e adolescentes estão inseridos em algum dos braços do trabalho do projeto na base. A ideia, com o desenvolvimento das ações, é a de até dobrar este alcance. “O número significa muito, ter atingido esse valor humano. Passamos a ter o nosso próprio público e universo e temos planos de expansão. Aprovamos mais um projeto na lei federal (de incentivo ao esporte) para mais núcleos. Se a gente conseguir captar recursos, são mais R$ 200 mil com o plano de atingir as escolinhas privadas também. Podemos caminhar para 800 a mil pessoas praticando vôlei no final de 2023. É uma meta ousada, mas quem sabe”, idealiza o diretor. O valor de R$ 200 mil citado é o montante de captação mínima para que o JF Vôlei possa utilizar a verba, sempre oriunda da dedução do imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas parceiras do projeto.

Em quadra, o JF Vôlei já tem atuado também em competições adultas. “Viemos inserindo os meninos nos torneios, mas o principal é o Metropolitano, no sub-15 e sub-19, uma experiência inédita.”

Ao contrário dos últimos anos, Toledo pode, enfim, dizer que o projeto se tornou sustentável. “Hoje é muito sustentável, o que me dá uma tranquilidade muito grande. É o que nunca tive”, sorri Toledo. “Temos recursos em caixa para a categoria de base até o final de 2023, algo inimaginável na outra situação”, comemora.

 

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