Fragilidade evidenciada
“Quero isentar o Renê (Carlos, preparador físico do Tupi) e seu trabalho de culpa nas lesões. Temos um campeonato longo e desgastante com uma série de fatores que contribuem para isso. Possuímos dificuldades estruturais de campo, mas sabíamos que seria assim. O Tupi é um dos poucos times que tem distância de base para pegar seus vôos e isso é muito ruim. Embora estejamos muito próximos do Rio, em qualquer viagem de Juiz de Fora você acrescenta entre quatro e cinco horas porque temos que despachar material, fazer uma refeição e ter uma margem para não sofrer com problemas. Ou então você voa por Goianá, que tem apenas uma ida diária para sair da companhia de contrato com o campeonato. Logo, não tem como treinar na véspera do jogo, que é o que as outras equipes fazem. Sofremos nós, o Brasil de Pelotas, o Londrina e o Luverdense.” A principal crítica, contudo, está no gramado. Considerado duro, as condições desagradam diariamente os atletas do clube juiz-forano, como expôs o zagueiro Bruno Costa. “Não é o campo ideal para a prática do futebol de alto rendimento. Mas lidamos com isso, procuramos trabalhar o máximo possível e buscar outras coisas. Já estive em outros times, e realmente nunca tinha trabalhado em um campo assim. Tive o privilégio de trabalhar em equipes que tinham esse respaldo, mas acho que dos males esse é o menor. Temos um bom campo para jogar, que é no Mário Helênio, então acho que isso vamos tirar de letra.” Tecnicamente, o prejuízo foi esmiuçado pelo fisioterapeuta do elenco alvinegro, Daniel Mozzer. “O fato de você ter uma superfície muito dura causa um impacto grande em nível de tornozelo, joelho, quadril e coluna. A partir do momento em que você tem um indivíduo correndo ou andando, pelo efeito da gravidade, a reação disso é que essa superficie gere uma força de intensidade de direção oposta. A superfície dura sobrecarrega as articulações e contribui nas lesões.” Mendes deixou claro que a “reclamação dos atletas é pertinente. Não havia tempo de criar um campo novo, então optou-se por fazer o máximo para dar vida a esse campo, e conseguimos. Mas contamos com a falta de chuvas, que ajuda na questão do terreno ser duro, principal queixa dos atletas. Tentamos irrigação artificial, mas a quase total ausência de chuvas tem prejudicado a gente.”