Associação pede reabertura das quadras esportivas; nova reunião com PJF é marcada

Proprietários dos espaços na cidade encaminharam protocolo à Prefeitura, que mantém proibição de atividades com confrontos diretos, mas irá ouvir a classe


Por Bruno Kaehler

23/06/2021 às 18h54

Os proprietários de espaços destinados à prática de esportes em Juiz de Fora buscam, representados pela Associação dos Centros Esportivos da cidade (ACES-JF), a reabertura das quadras junto à Prefeitura (PJF) para voltarem a receber esportes coletivos como o futebol. Os locais permanecem proibidos de promover as populares peladas pelas restrições impostas nos programas de combate ao coronavírus desde o início da pandemia.

Neste norte, a ACES-JF, recém-criada para defender os direitos da classe, encaminhou à prefeita Margarida Salomão (PT) um protocolo sanitário para análise e aprovação que, além de salientar a importância das atividades físicas na saúde da população e na economia do município, prevê medidas rígidas de segurança sanitária. “Já conversamos com vereadores, com o presidente da Câmara, tivemos uma reunião há algumas semanas com a prefeita Margarida, o (secretário de Esporte e Lazer) Marcelo Matta, mas com movimentações individuais. Entramos na segunda com requerimento junto ao (Luiz Otávio Coelho) Pardal (PSL) pra uma próxima reunião, agora em nome da associação”, explica o presidente da ACES-JF, Julio Campos.

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O protocolo projeta a aferição de temperatura corporal de todas as pessoas na portaria dos estabelecimentos, onde também ficarão à disposição álcool em gel 70% para uso; a proibição do uso de bares, vestiários e bebedouros, além da obrigatoriedade das máscaras nos ambientes externos às quatro linhas e da higienização, ao início das atividades, das superfícies de toques frequentes. Além disso, também há a previsão da adoção de medidas de contingenciamento do público para 20 pessoas por quadra, com intervalo mínimo de 30 minutos entre os horários de aluguel das quadras, facilitando a dispersão dos atletas; a garantia de ventilação do ambiente e proibição da participação de crianças, idosos e demais pessoas consideradas como grupo de risco.

Prejuízos e busca por respostas

Segundo o vice-presidente da ACES-JF, Cloves Santos, os representantes da associação buscam “entender qual o embasamento técnico para proibirem as quadras esportivas. Apresentamos um estudo que, durante a atividade, não tem transmissibilidade. Depois do futebol, é só adotar os mesmos protocolos de bares, shoppings e ônibus”, garante. “Tudo dentro do que a Federação Paulista de Futebol fez como estudo, assim como a UEFA Champions League e que todos os estaduais seguiram, assim como os campeonatos brasileiros: o índice de transmissibilidade em uma partida de futebol é inferior a 0,5%. Não tem como o comércio funcionar até meia-noite, ser aberto em situações emergenciais como no Dia dos Namorados, em que prorrogaram o prazo mesmo na faixa vermelha, e as quadras de futebol não poderem funcionar mesmo com a proposta de não ter os bares, possuir um distanciamento entre uma partida e outra. Somos do único segmento que não foi flexibilizado em momento nenhum”, questiona.

Conforme Julio Campos, “ainda há o prejuízo financeiro dos donos das quadras e dos funcionários também. Na minha quadra, por exemplo, tem o faxineiro, o cara que lava roupas, o do bar, o gerente que marca as peladas. É uma gama enorme de funcionários que estão deixando de ganhar.”

O que é permitido

Atualmente, na faixa laranja do Juiz de Fora pela Vida, a Prefeitura não permite a realização de esportes que possuam o confronto direto e contato físico entre os praticantes, conforme protocolo da Escola de Esportes disponível no site covid19.pjf.mg.gov.br. Treinos físicos e técnicos individualizados, por sua vez, podem acontecer, desde que os equipamentos sejam higienizados após o uso e que respeite o limite de uma pessoa por 4 metros quadrados em local aberto ou 8 metros quadrados em ambiente fechado.

Não há a permissão, também, de aglomerações nos espaços que permeiam as áreas de treinos, como arquibancadas, bares e vestiários. Ainda segundo o protocolo da PJF, deve-se ter um espaço de tempo entre os treinos, de maneira a evitar o encontro dos praticantes no local.

PJF irá se reunir com ACES-JF

À Tribuna, a Prefeitura de Juiz de Fora confirmou o recebimento dos protocolos apresentados pela ACES-JF, mas reiterou que “é entendimento do comitê científico, em consonância com protocolos e procedimentos que prevalecem em grande parte dos municípios e estados brasileiros, não ser recomendável a prática de esportes que envolvam confrontação direta em um cenário em que ainda estão presentes riscos de contaminação, a testagem reduzida e a vacinação, embora crescente, quase atingindo metade do público-alvo com a primeira dose, é ainda insuficiente.” Ainda conforme posicionamento, a PJF, em nota, complementa que “a coordenação do Fórum pela Vida e a área de saúde se debruçaram sobre os protocolos sugeridos e realizarão nova rodada de diálogo com as quadras poliesportivas na próxima semana. Na última segunda-feira, foram divulgados procedimentos sobre o funcionamento das escolas de esportes, que são uma referência para as normativas as serem seguidas nesses espaços. A nota técnica encontra-se disponível em covid.pjf.mg.gov.br/programa_jfpelavida.php.

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