Marfins Beisebol faz primeiro amistoso em solo juiz-forano
Equipe do Marfins Beisebol, que nasceu após incentivo de integrantes do Mamutes (agora JF Imperadores) realiza primeiro amistoso em solo juiz-forano contra o Beagá Beisebol neste sábado
Matheus Policarpo, estudante colaborador sob supervisão da editora Carla da Hora
Os juiz-foranos poderão assistir, neste fim de semana, o primeiro amistoso de beisebol realizado na cidade. O Marfins Beisebol faz sua primeira partida em casa neste sábado (22), com entrada gratuita, às 14h, contra o Beagá Beisebol, no campo da Empav, no Bairro São Benedito, na Rua Athos Branco da Rosa, número 1.490. Na Manchester Mineira, a receita tradicional de um taco e a bola com cerca de 150 gramas atingiu um novo patamar através do “irmão” futebol americano. Após integrantes dos Mamutes – hoje JF Imperadores – convidarem entusiastas da outra modalidade para praticar e aprender mais sobre o jogo, um grupo decidiu dominar a paixão pelo esporte e criou a equipe do Marfins Beisebol. Com nome inspirado nas presas de um mamute/elefante, a equipe entrou em campo pela primeira vez em abril deste ano para dois amistosos contra o BH Capitals e Beagá Beisebol.
Para vencer o adversário de Belo Horizonte, o Marfins segue treinando com base nos ensinamentos fundamentais inspirados no estilo de jogo da Major League Baseball (MLB), principal torneio da modalidade nos Estados Unidos, e espera contar com o apoio da torcida no primeiro jogo em JF para reforçar a modalidade na região. “Desde o começo trabalhamos nosso ataque. É o ponto forte da equipe. Minha comissão está me ajudando a escalar o time para entender as vantagens e fraquezas para chegar no jogo de forma tranquila”, conta Gustavo.
Nas partidas, dois times com nove jogadores divididos em ataque e defesa, têm como objetivo anotar corridas como pontuação após rebater com o bastão uma bola lançada e em seguida correr pelas quatro bases do campo. Um ponto é marcado quando o jogador consegue chegar à base de origem, após passar pela primeira, segunda e terceira bases, que estão distribuídas no campo em forma de diamante.
Com 20 atletas atualmente, o time juiz-forano pretende disputar no ano que vem o Torneio Nacional de Beisebol na categoria iniciante. E para quem quer participar da história do início da modalidade em JF, o grupo abre espaço para novos integrantes e pessoas que desejam desenvolver a prática do esporte. “A base do beisebol fala que um jogador precisa de ter cinco habilidades: força no braço, boa luva (forma de pegar na bola), boa rebatida, contato na bola (força da rebatida na bola), e boa corrida. Estamos trabalhando o desenvolvimento essas competências com qualquer um que queira aprender ou entrar no time”, explica Gustavo Alvez, treinador do time. Para o próximo semestre, a equipe está planejando receber crianças e adolescentes de escolas públicas para ensiná-las a jogar.
Desafios
Fábio Nogueira, presidente do clube, ressalta que ainda há muitos obstáculos para o avanço do beisebol na região, entre eles a infraestrutura e os equipamentos, a maioria importados. Hoje, 90% da bagagem do Marfins foi recomprada através de outros praticantes. “A taxa dos revendedores é altíssima, e conseguir um patrocínio fica mais difícil ainda, pela falta de conhecimento do esporte por aqui”, conta ele. Para ajudar a solucionar o problema, a comissão da equipe está negociando uma parceria com a Little League Baseball, liga internacional que realiza doações e oferece descontos em equipamentos.
Apesar disso, alguns desafios já foram superados. Com o apoio Secretaria de Esporte e Lazer da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora (PJF), o Marfins conseguiu um campo de treinamento com medidas próximas às de um campo de beisebol oficial. No campo da Empav, a dimensão é de 100m x 70m, sendo que o recomendado para a realização de uma partida é 70m x 70m. “Isso foi muito bom pra gente. O campo é perfeito para o beisebol, só ajustamos um pouco com as marcações para ficar no tamanho certo. A estrutura é boa e conta também com um vestiário. Em Minas Gerais, somos um dos poucos times que têm um campo bem próximo a um campo de beisebol, nem o time de Belo Horizonte tem, na Zona da Mata só tem a gente”, explica Fábio.
História
Referência nos EUA, o beisebol nasceu em meados do século 19. Segundo a revista “Forbes”, só no ano passado, 77 milhões de torcedores compareceram aos estádios americanos para acompanhar a Major League Baseball. Apesar de ser pouco conhecido no Brasil, a prática do esporte por aqui é tão antiga quanto a do futebol. De acordo com o acervo do jornal “Estadão”, em 1902 foi registrado a primeira partida de beisebol entre trabalhadores da empresa canadense “Light”. Com a chegada dos imigrantes japoneses em 1908 na cidade de São Paulo, começou a divulgação da modalidade vinda do país nipônico, gerando anos depois, em 1936, o primeiro torneio de beisebol no país. Em 2020, a modalidade será incluída nos Jogos Olímpicos de Tóquio justamente por ser bastante popular no Japão.