Técnico de JF supera obstáculos da pandemia e é campeão paulista sub-19 de vôlei

Treinador Marcus Vinícius, o Didi, ainda leva a prata na categoria sub-21 pelo São José Vôlei como assistente


Por Bruno Kaehler

21/12/2020 às 18h06

Equipe campeã paulista do São José Vôlei com o técnico Didi à esquerda (Foto: Arquivo pessoal)

Protocolo sanitário debaixo do braço e, no coração, a vontade imensurável de seguir auxiliando a formação de jovens por meio do voleibol. Em um dos momentos mais delicados de todo o mundo e, naturalmente, também no esporte, o treinador Marcus Vinícius, o popular Didi, conquistou de forma ainda mais especial o Campeonato Paulista sub-19 na última semana pelo São José Vôlei, título inédito para a equipe de São José dos Campos. De quebra, como assistente técnico, ele ainda foi o segundo colocado no sub-21.

“Foi o maior desafio da minha carreira. Voltar a treinar e competir em meio a uma pandemia não é fácil. Muitas equipes optaram por não retornar, mas as que aceitaram seguiram à risca o protocolo. Os jogos eram com portões fechados, havia a higienização de todo o material de jogo etc”, conta à Tribuna o profissional.

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Aos 44 anos, Didi sempre teve em sua mente que queria trabalhar no voleibol, sobretudo na iniciação esportiva e formação de atletas. “Jogava no Sport e, quando saí lá do juvenil, estava ainda entrando na faculdade, em 1997, e já acompanhava e ajudava treinos. Em 98, fui pro Bom Pastor fazer estágio nas categorias dos mais novinhos porque eu queria estar próximo da formação com os iniciantes. Ajudei os treinos do meu grande amigo Denis Mauro, uma das pessoas que mais entende de vôlei que conheci na vida. E também quero citar a professora Kely Heredia, que me ensinou os fundamentos na escolinha do Sport no início, além do professor Aristides Rocha, que me deu oportunidade de estar na equipe do clube, duas pessoas muito importantes para o vôlei da cidade”, relembra o hoje treinador.

Em 1999, após uma proposta do Clube Bom Pastor, ele ingressou na escolinha, tendo sua primeira equipe de competições na base em 2000. “Disputamos o Mineiro e saímos vice-campeões no mirim e, em 2001, conseguimos o ouro no Estadual infantil. De lá pra cá não parei mais”, conta. Ele ainda passou por Tupynambás, Granbery, Academia e AABB. Em 2013, quando tinha retornado ao Bompas, recebeu a proposta de São José dos Campos. “Estou aqui desde 2014, sendo que em 2016 e 2017 assumi o juvenil do Mogi. Voltei pra São José em 2018 como técnico do juvenil e no ano seguinte assumi o infanto, onde permaneço, além de assistente técnico do juvenil, que é o sub-21.”

Gestão administrativa e técnica do São José é exemplo para Didi (Foto: Arquivo pessoal)

“Foi um ano muito difícil”

O título coroa toda uma caminhada de Didi, somado ao contexto mundial vivido, obviamente impossível de não ser mencionado. “Foi um ano muito difícil de pandemia, mas que para nós deu tudo certo no final. Quando o Governo começou a liberar algumas práticas esportivas aqui, algumas equipes retomaram os treinamentos. Voltamos com incertezas, fizemos testes para Covid no início, porque cada menino vem de um estado. E deram negativo. E ficamos até a última semana sem nenhum tipo de sintoma, um motivo de muita comemoração. Com viagens, alojamento, todos seguiram o protocolo à risca”, reforça.

O Estadual sub-19 foi realizado com apenas cinco times em função da pandemia. “Conseguimos uma campanha muito boa. Na fase de classificação ficamos em 3º empatados com os dois primeiros. Nos sagramos campeões paulistas com duas vitórias na final, um título inédito para São José dos Campos”, explica o técnico, antes de contar a sensação vivenciada.

“Foi uma felicidade muito grande, assim como é o meu agradecimento aos atletas que tiveram disponibilidade de voltar, se dedicar, treinar em dois períodos por dia, jogos, viagens, finais de semana. Foi tudo maravilhoso e o mais importante é que ninguém contraiu Covid. Ficamos indo do alojamento para o treino e para as viagens, então graças a Deus tudo deu certo.”

No juvenil, como auxiliar, o vice-campeonato, após derrota no golden set para Santo André, também foi festejado, bem como a realização da competição sem nenhum surto. “Todas as equipes estão de parabéns por terem voltado e terminado o campeonato de forma íntegra. Tínhamos medos, incertezas por conta da Covid, mas graças a Deus nas categorias aqui o campeonato acabou de forma positiva.”

Continuidade e torcida pelo JF Vôlei

Encerrado o ano de competições para Didi, o treinador enxerga um 2021 com otimismo e esperança. “Desejo para 2021, profissionalmente, dar continuidade ao nosso trabalho. Temos uma equipe muito profissional, honesta. Trabalhamos em prol do programa, com objetivos em comum. Todas as categorias se ajudam e isso é maravilhoso. Espero continuar firme na formação e, se Deus quiser, chegar a uma semifinal de Paulista novamente. É o Estadual mais difícil do Brasil.”

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Os desejos de Didi ultrapassam, é claro, as quatro linhas joseenses. Ele também seguirá, mesmo de longe, reforçando a torcida pelo JF Vôlei na Superliga B. “Que venha um ano com muita saúde para todos e que possamos voltar a treinar e se dedicar ao voleibol, esse esporte tão bonito e apaixonante. Em cima disso, também desejo ao JF Vôlei toda a sorte do mundo. Conheço e sou amigo das pessoas que trabalham no projeto, são muito competentes e de longe fico acompanhando e torcendo para que voltem à Série A para dar alegrias ao público de Juiz de Fora, tão carente de esporte. Essa equipe veio para ficar e espero que tudo dê certo para eles também.”

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