Acesso, 4-3-3 e mercado paulista: Anderson Florentino projeta trabalho no Baeta

Novo treinador do Tupynambás conversou com a imprensa na sede do clube, em Santa Teresa, e deverá ter tempo de planejamento diante das indefinições do Módulo II


Por Bruno Kaehler

21/01/2022 às 19h05

Confirmado pelo Tupynambás como o novo treinador para a disputa do Módulo II do Campeonato Mineiro, Anderson Florentino recebeu jornalistas na sede do Baeta nesta sexta-feira (21) e expôs suas filosofias de jogo, realizou projeções do trabalho no Leão do Poço Rico e reiterou que, ao iniciar as negociações com o presidente Cláudio Dias, se certificou de que terá condições e um pensamento comum: o acesso à elite estadual e, se possível, o título da competição.

Anderson Florentino (à esquerda) foi apresentado na tarde desta sexta pelo presidente do Baeta, Cláudio Dias (Foto: Tupynambás/Divulgação)

“Houve uma indicação para o presidente Cláudio, e conversamos durante um mês praticamente. Teve interesse dos dois lados, porque quero estar no Módulo II e levar o Tupynambás à elite. E essa é a meta do clube também, então resolvemos juntar forças, acertamos os detalhes, e a coisa se concluiu. Estamos voltados a este objetivo”, salientou no início da entrevista.

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Florentino, 50 anos, deverá trazer ao menos um auxiliar técnico e um preparador físico ao clube. Questionado sobre como pretende formar sua equipe, já que irá participar ativamente da montagem do elenco, ele se mostrou adepto ao jogo ofensivo. “Hoje uma equipe para chegar a ser campeã, ter acesso, você tem que propor o jogo. Pra isso, precisa jogar de forma bastante ofensiva. E o 4-3-3 é uma formação que te permite isso, mas não podemos ficar limitados a isso se não tivemos jogadores com essas características. Tenho que formar essa equipe, trazer os atletas dentro daquilo que acho ser o modelo ideal de jogo. Mas muitas vezes não encaixa e você precisa da sabedoria para fazer mudanças no momento certo, até mesmo da formação tática.”

No Tupi, em 2021, Florentino não chegou a estrear por conta de um impasse envolvendo o então presidente alvinegro, José Luiz Mauler Júnior, e o investidor Flávio Tavares, que o contratou. Apesar disso, durante a pré-temporada o treinador trouxe atletas do mercado paulista, caminho que deve novamente ser percorrido agora no Baeta. “É porque já trabalhei alguns anos em São Paulo, então conheço muitos atletas. E como em tudo, preferimos trabalhar com aqueles que nos dão garantias, que já vimos e acompanhamos durante bastante tempo. Por isso as indicações para o Tupi e, se possível, vamos buscar para o Tupynambás também”, explica.

Saída do Tupi e trabalho em JF

Falando no Carijó, era inevitável a lembrança da saída do Alvinegro de Santa Terezinha na temporada passada, sem a estreia oficial. “Não saí porque eu quis, mas foi uma situação que não ficou bem definida entre o presidente e o investidor que me contratou. Eles tiveram desavenças, mas não vou entrar no mérito dessa questão, não cabe a mim, mas quem ia pagar meu salário saiu, então eu não tinha motivos para estar ali. Não deixa de ser um desafio, porque comecei um trabalho de formiguinha no Tupi. Me deparei com uma situação que não estava nos meus planos. Quando chegamos em uma equipe que tem um nome, como Tupi e também o Tupynambás, viemos para uma determinada situação, mas vendo algo diferente, passamos a arrumar a casa e, quando realmente era um momento agradável, da competição, aconteceu o problema. Mas é passado, quero mais é que o Tupi vá bem, mas que o Tupynambás alcance o acesso e o título.”

Diante do desfecho precoce no Galo, o treinador brincou sobre trabalhar em Juiz de Fora: “Virou um desafio. E um prazer imenso porque tive a oportunidade de ficar aqui dois meses, e a cidade me agradou. O desafio mais ainda. Então juntamos tudo e pretendemos fazer um grande trabalho no Tupynambás.”

Indefinições e planejamento

O Módulo II ainda não tem data de início confirmada por conta do imbróglio judicial que envolve Aymorés e Guarani, a respeito de uma suposta infração do limite máximo de 30 inscrições na última edição do campeonato. Um novo julgamento está marcado para a próxima terça-feira (25) e deve definir qual time seguirá no Módulo II. A partir disso, o conselho técnico será marcado e, ao menos 60 dias depois, começará o estadual. Logo, o Baeta entende que até meados de abril a bola ainda não terá rolado. As indefinições, naturalmente, prejudicam o contato com jogadores e os planos juiz-foranos. “Isso não nos agrada, mas vai ser para todas as equipes. E dentro dos nossos planos, mesmo com essa dificuldade da data do início da competição, já traçamos alguns planejamentos e vamos colocar em prática. Um dos pontos principais, que pedi pra diretoria, é que trabalhássemos pelo menos oito semanas, um período ideal para deixarmos os atletas em condições para que a equipe entre em um ponto agradável, ao menos 70%, para que ela possa crescer durante a competição e evite lesões, por exemplo.”

Outra questão envolve a estrutura física disponível para os profissionais do clube local. Isto porque o Tupynambás tem finalizado as negociações para vender parte de sua sede social, que inclui o campo do José Paiz Soares, por exemplo. No primeiro semestre, ao menos, o Baeta ainda não terá seu novo centro de treinamento previsto construído. “Estamos avaliando tudo, o Tupynambás passa por uma mudança, que no momento certo vai confirmar. Talvez não vamos trabalhar nem aqui no CT, mas isso tudo estamos planejando. Temos tempo pra isso”, minimiza Florentino.

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