Com investidores, Uberabinha quer disputar a Segunda Divisão do Mineiro

Vice-presidente da equipe confirma intenção à FMF com o envio de documentos e aguarda verba para oficializar time profissional


Por Bruno Kaehler

19/05/2022 às 17h29- Atualizada 19/05/2022 às 20h03

A Associação Esportiva Uberabinha pode se juntar ao Villa Real e representar Juiz de Fora na disputa da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, torneio que dá acesso ao Módulo II estadual. A intenção de formar uma equipe profissional foi confirmada pelo vice-presidente do clube Sérgio Eduardo, o Dudu, à Tribuna nesta quinta-feira (19), após o envio das documentações necessárias para a Federação Mineira de Futebol (FMF). A vaga só será sacramentada, no entanto, após um valor negociado entre o clube, já federado, e os dois novos parceiros, de nomes não revelados.

Conforme Dudu, o Uberabinha “vinha conversando há um bom tempo com um empresário que conhece vários investidores. Na última semana intensificamos as conversas e ontem (quarta-feira) estreitamos a relação. Fiz contato com a Federação Mineira, que me autorizou fazer a inscrição com o envio dos documentos necessários e desistir até uma hora antes do Conselho Técnico (marcado para a próxima quarta-feira, 25). (Os empresários) me pediram um prazo até a próxima terça-feira (24) para que o valor estipulado por nós fosse depositado”, explica.

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A FMF havia, inicialmente, agendado para quarta-feira (17) o prazo final para as inscrições, mas estendeu a possibilidade até esta sexta (20).

O vice-presidente preferiu não expor, neste momento, os valores do negócio “por segurança”. “As pessoas acham que o dinheiro é meu ou que está na minha conta”, justificou. No entanto, Dudu garante que sem o montante, não há qualquer possibilidade do Uberabinha confirmar a vaga na competição. “Caso nao depositem, não vamos participar. Em hipótese alguma iremos dar um saldo maior que as pernas”, reitera.

Os valores pedidos, segundo Dudu, serão destinados aos gastos do Uberabinha com a equipe, incluindo a folha salarial de todos os profissionais, despesas com logística e uma parcela à gestão da base – a equipe já havia anunciado que irá disputar, nas categorias sub-15 e sub-17, a segunda divisão do Mineiro destas categorias.

Equipe sub-17 do Uberabinha, a mais velha do clube atualmente (Foto: Divulgação)

Técnico da casa e atletas de parceiros

O treinador já é ventilado pelo clube da Zona Norte, com preferência a um nome de Juiz de Fora. “Preferimos trazer uma prata da casa, quem está em alto rendimento.” Já em relação aos atletas, estes serão trazidos pelos próprios investidores. “Os jogadores serão desses empresários com alguns nossos da base, do sub-20. Já existia uma conversa, em processo, de aproveitar atletas que estouraram idade do sub-20, para que pudessem seguir sendo aproveitados. Esta será uma chance”, explica Dudu.

Primeira vez no Uberabinha

Se confirmada a disputa na Segunda Divisão, esta será a estreia do Uberabinha no futebol profissional em uma competição oficial sob chancela da FMF. “Será uma alegria enorme, porque até há uns três anos éramos apenas uma escolinha disputando campeonatos de base, mas demos um novo patamar ao projeto e sonhamos em ser grandes. Só que a distância é enorme e só daremos saltos se tivermos condições.”

“Nada de Jacaré”

Um suporte financeiro do atacante Wesley Jacaré, que passou pela base do Uberabinha e hoje atua no Internacional, foi questionado nas redes sociais e imediatamente rechaçado por Dudu. “Não tem nada de Jacaré. Nem temos conversado mais, cada um está no seu canto.” Há, inicialmente, um investidor do Rio de Janeiro e outro da Europa, mas há possibilidade e interesse de o grupo de parceiros aumentar. “Aqueles que quiserem fazer parte desta caminhada também têm portas abertas e poderemos negociar, por exemplo, parte de porcentagens de atletas em futuras negociações”, expõe o vice-presidente.

Também não há, de acordo com Dudu, uso de verba do mecanismo de solidariedade da Fifa recebida pelas transferências de Wesley e do meia ex-Flamengo Max, hoje nos Estados Unidos, ambos com atuações no Uberabinha nas categorias de base. “Esses valores que temos recebido são para a base apenas e não tem nada a ver com esse projeto.”

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