Em reconstrução

Começou para valer a reformulação do grupo carijó para a sequência das competições do ano: Copa do Brasil e Série C do Campeonato Brasileiro. Os últimos dias foram de contratações e saídas no elenco do Tupi. A transformação era considerada necessária pela diretoria, comissão técnica e torcida por conta da campanha irregular do Alvinegro de Santa Terezinha no Campeonato Mineiro, no qual terminou na nona colocação. O processo é gradativo. Enquanto alguns chegam, outros se desligam da equipe, e os remanescentes vão sendo reavaliados (veja arte).

Até agora, foram oito contratações e oito atletas dispensados. Engenheiro desta obra em andamento, o técnico do Tupi, Leston Júnior, sabe o tamanho do desfio que tem pela frente. “Vamos montar o time mais competitivo possível dentro do orçamento do clube. Quando aceitei vir para cá, sabia do montante que teria para trabalhar, portanto, não vou transferir, ao longo das competições, a responsabilidade por algum eventual insucesso. Os que estão chegando são jogadores ‘jogados’ e experimentados, apesar de jovens. Não é prerrequisito ter trabalhado comigo, e sim ser bom jogador, experimentado, que já jogou competição grande. Se você analisar quem trouxemos até agora, não há nenhum dos atletas que nunca jogou Série B ou C”, apontou o treinador.

Dentro do perfil traçado pelo técnico, já desembarcaram em Juiz de Fora oito atletas, incluindo o trio vindo do Guarani, de Divinópolis, com Vinícius Kiss, Carlos Renato e Rafael Jataí, e o meia Kaio Wilker, que atuou no Democrata de Governador Valadares. Os quatro disputaram o Mineiro por equipes que terminaram abaixo da classificação do Tupi. Mas este fato não incomoda o comandante alvinegro. “Vejo algumas pessoas fazendo alusão a contratações de jogadores de uma equipe que não fez um grande Campeonato Mineiro. Mas isso é uma coisa isolada. Se pensarmos bem, o Tupi não fez um grande Estadual, mas o Glaysson é um jogador que todo mundo gosta”, atesta Leston.

Oxigenar

Entre os oito atletas que deixaram o clube estão nomes que foram titulares no Estadual, como Ulisses e Danilo; utilizados em eventualidades, como Hugo Sanches e Arilson; ou que nem estiveram em campo, como Davy e Paulinho. Segundo Leston, as dispensas estão sendo feitas criteriosamente. “Temos trabalhado caso a caso. Tem profissionais com contrato que não fizeram um bom Campeonato Mineiro, mas têm futebol. Não podemos onerar o clube. Tem que ter responsabilidade, pois há uma questão jurídica envolvida”, avalia o treinador.

Conforme Leston, a mudança não se dá somente por conta do futebol apresentado. Neste momento, para o técnico, é preciso trabalhar também a cabeça dos jogadores e mexer com a parte psicológica do elenco. “O clube fez uma competição irregular no Mineiro e precisa oxigenar o grupo, não só no aspecto técnico, mas precisa também trazer jogadores que não vivenciaram o momento de turbulência que o Tupi passou dentro do Estadual”, disse Leston.

Intertemporada

A maior parte do elenco alvinegro em reconstrução está em Lima Duarte, onde fica até o próximo fim de semana em período de intertemporada. Os novos contratados seguiram para a cidade vizinha com o grupo de remanescentes que não tem o zagueiro Silvio; os volantes Noé e Albert; e o atacante Ademilson. O quarteto ficou em Juiz de Fora treinando em separado, por motivos diferentes. O três primeiros ainda não definiram se ficam ou não para a sequência da temporada, já o centroavante aguarda uma conversa com a diretoria para saber como ficará sua situação por conta do litígio na Justiça do Trabalho entre ele e a agremiação. O encontro deve acontecer somente na próxima semana.

De acordo com Leston, o período de intertemporada é importante para que ele observe de perto os atletas. O treinador anunciou que outras novidades irão pintar nos próximos dias. “Devemos ter entre cinco e seis novos contratados nesse próximo período.”

Hoje, às 10h, o Tupi faz um jogo-treino beneficente contra a equipe amadora da Associação Atlética de Lima Duarte, cujo estádio o Alvinegro de Santa Terezinha tem utilizado para seus trabalhos na cidade vizinha. Segundo Leston, a partida é uma oportunidade de movimentar todo seu grupo e fazer a política da boa vizinhança. “Vamos usar duas equipes, tomando cuidado para não sobrecarregar ninguém, pois estamos trabalhando intensamente em dois períodos. O confronto é mais uma forma de agradecimento ao município que nos acolheu tão bem e ao clube. Uma forma de proporcionar divertimento também ao torcedor da região”, explicou o técnico do Carijó.