CBF envia reclamação à Fifa pela não utilização do VAR

O mexicano Cesar Ramos, árbitro da partida, e o italiano Paolo Valeri, assistente de vídeo, são questionados pela Confederação


Por Agência Estado

18/06/2018 às 19h46

A CBF enviou nesta segunda-feira um documento formal à Fifa em que reclama da arbitragem do mexicano Cesar Ramos na estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia — o empate por 1 a 1 contra a Suíça, no último domingo, em Rostov —, além do trabalho do italiano Paolo Valeri, o árbitro assistente de vídeo da partida. A revolta envolve a não marcação de falta do meio-campista Zuber no zagueiro Miranda, no lance do gol da equipe adversária.

“Respeitosamente, a CBF solicita receber as gravações de vídeo e áudio do VAR para verificar o que realmente aconteceu”, pediu a entidade à Fifa na carta assinada por Rogério Caboclo, chefe da delegação da seleção e CEO da CBF.

PUBLICIDADE

Na carta, enviada à Comissão de Arbitragem da Fifa, a CBF declara que considera estranho que Cesar Ramos não tenha nem solicitado a utilização do árbitro de vídeo no lance. Para a entidade, o protocolo para o uso do VAR não foi cumprido pelo juiz, seus assistentes e pelos árbitros de vídeo, sendo que o recurso já foi usado em diversas oportunidades em outras partidas do início desta edição da Copa do Mundo.

A principal reclamação é em relação à suposta falta cometida por Zuber em Miranda no gol da Suíça (Foto: Divulgação)

Os brasileiros também reclamaram de um pênalti em Gabriel Jesus, que teria sido puxado por um zagueiro dentro da área, no segundo tempo. Mas o próprio técnico Tite entendeu ter sido este um lance interpretativo, assim como outros membros da sua comissão e até mesmo companheiros do atacante do Manchester City, que assegura ter sido derrubado no lance, quando o placar estava empatado em 1 a 1.

Para os membros da CBF e da seleção, se os lances eram duvidosos, deveria ter ocorrido a consulta ao VAR, mesmo que o árbitro optasse por não marcar a falta em Miranda, principal alvo da reclamação da entidade, assim como o pênalti em Gabriel Jesus. Além disso, há dúvidas sobre como e se Cesar Ramos recebeu informações de que as duas jogadas reclamadas pela equipe nacional foram legais.

Em seu comunicado, a CBF faz alguns questionamentos. A entidade pergunta se Paolo Valeri sugeriu ao árbitro principal se ele deveria revisar algum lance durante o jogo entre Brasil e Suíça, se Cesar Ramos pediu orientação dos responsáveis pelo VAR sobre alguma jogada e se houve qualquer tipo de comunicação entre eles

A decisão da CBF foi tomada após uma série de reuniões envolvendo membros da comissão técnica de Tite e da diretoria da confederação. A decisão, inclusive, vai em direção um pouco diferente da adotada pelo treinador na entrevista coletiva após o duelo contra a Suíça no último domingo. O técnico reclamou do trabalho do árbitro mexicano, mas também declarou que a discussão não deveria ser expandida, até para não ser vista como uma tentativa de minimizar o resultado negativo da estreia brasileira na Copa do Mundo.

Mais cedo, a Fifa avaliou como boa a atuação de Cesar Ramos, o que teria irritado ainda mais a cúpula da CBF. Essa defesa do trabalho do árbitro mexicano, inclusive, teria pesado na decisão da confederação de enviar o documento reclamando do trabalho do juiz no confronto que marcou a estreia do Brasil neste Mundial.

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.