No ano em que viraram pais, juiz-foranos conquistam ouro e prata do Brasileiro de Tiro Esportivo

Priscila Macêdo é bicampeã nacional, enquanto seu marido, Luis Gustavo Sanábio, é vice no Rio de Janeiro; dupla sonha com a Olimpíada de Paris 2024


Por Bruno Kaehler

15/12/2020 às 17h14

Em meio a um ano pandêmico, o nascimento de Pietra iluminou a família de Priscila Macêdo Campos e Luis Gustavo Sanábio e Souza. E o casal juiz-forano, entre seus trabalhos, funções como pais e treinos, motivado pela alegria da filha, ainda conquistou, no último fim de semana, no Rio de Janeiro (RJ), uma medalha de ouro e uma de prata no 51º Campeonato Brasileiro de Tiro Esportivo, edição especial que, além de reunir alguns dos principais atletas do país para definir os títulos em etapa única, também comemorou os 100 anos da primeira medalha de um esportista brasileiro nos Jogos Olímpicos, alcançada pelo tenente coronel Guilherme Paraense, no tiro, na Antuérpia.

As conquistas ocorreram na fossa olímpica, disciplina que tem como meta acertar alvos – no caso pratos, em movimento. Priscila Macêdo Campos se sagrou bicampeã nacional nove meses após dar à luz. “Por conta da pandemia, ficou decidido que só a etapa final, que foi essa do Rio, valeria para o campeonato, mas seguiram com as datas das competições a partir de agosto, mas sem valer para o ranking. O campo do Rio de Janeiro é sempre muito desafiador, tanto pelo calor quanto pela pedana, que é muito difícil. Os resultados sempre são baixos pela dificuldade que é atirar lá”, conta a atleta à Tribuna, praticante do tiro esportivo desde 2018, naturalmente satisfeita com o resultado.

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“Foi ótimo ganhar essa prova, está sendo muito difícil conciliar home office com a filha e, por conta da pandemia, não estamos conseguindo treinar com nosso técnico. E também atrasou a entrega das nossas máquinas, ainda não estamos conseguindo treinar em Juiz de Fora”, explica.

Em meio ao esforço da divisão de tarefas, a possibilidade de compartilhar o crescimento esportivo e todas as dificuldades vivenciadas com a esposa é motivo de alegria para Luis Gustavo e, certamente, sentimento recíproco por parte de Priscila.

“Dividir com o seu companheiro(a) a prática de um esporte é a melhor coisa para um casal. Estamos sempre juntos nos treinamentos, nas viagens e nos planos para o nosso futuro no esporte. Quando um não vai bem, tem sempre a torcida para o outro trazer o troféu para casa. Além de tudo isso, a nossa maior conquista de 2020 foi a chegada da Pietra, que nos trouxe alegria extra para um bom psicológico nas competições!”, enfatiza o atleta local.

Como ocorreu no Brasileiro, Priscila e Luis Gustavo têm acumulado troféus ao longo dos últimos anos (Foto: Arquivo pessoal)

Da Série C a um tiro do título na Série A

Há cerca de dez anos, Luis Gustavo pratica o tiro esportivo. “No início era mais por diversão, com armas curtas. Mas somente em 2018 resolvi aceitar o desafio de uma modalidade olímpica e tive que recomeçar do zero. Então me considero um novato na modalidade”, contextualiza o juiz-forano que, a partir dos novos planos, tem registrado uma carreira de pura ascensão.

“Em 2018 entrei conseguindo o título da Série C (estreantes). Em 2019 fui campeão de uma disputada Série B. Este ano me classifiquei para a final da Série A, onde perdi o 1º lugar somente no último tiro, depois de ter eliminado grandes nomes do esporte brasileiro. Então acho que termino o ano com a sensação de dever cumprido e com muita motivação para 2021”, relata Luis Gustavo.

‘Nosso grande sonho é a Olimpíada’

Como o próprio nome da modalidade transparece, o tiro olímpico pode render vaga aos atletas para Paris 2024. “O ciclo que classifica para a Olimpíada de Tóquio terminou quando eu comecei a competir na Fossa Olímpica. Agora o foco é a de Paris, que inicia o ciclo assim que terminar a de Tóquio”, explica Priscila.

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“O nosso grande sonho é a Olimpíada. Vamos começar um ciclo olímpico em 2021 para conseguir trilhar um longo caminho para a classificação dos Jogos de Paris 2024. Para o ano que vem temos que ir bem no Brasileiro e no Sul-Americano. Visando esta preparação, construímos uma pedana olímpica aqui no clube de Juiz de Fora que será inaugurada neste mês. Até então usávamos a pedana de Belo Horizonte. Agora poderemos treinar com a frequência e intensidade que um esporte olímpico necessita. Então a meta para o início do ano é treinar e treinar!”, projeta Luis Gustavo. E não se pode duvidar de uma família que cresce, treina, vibra, chora e comemora junta.

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