Juiz-forano Luiz Maurício vence o Troféu Brasil de Atletismo no lançamento de dardo

Amanda Oliveira é a 5ª melhor nos 5 mil e 10 mil metros; também representando a UFJF, Gilmar Lopes é vice-campeão nos 10km


Por Bruno Kaehler

14/12/2020 às 17h56

O lançador de dardo Luiz Maurício da Silva (Cria UFJF) fez história mais uma vez para o esporte juiz-forano. Neste final de semana ele foi campeão do Troféu Brasil 2020, principal competição de atletismo do país, realizada anualmente desde 1945. O evento reuniu muitos dos principais atletas canarinhos também em provas como os 5 mil metros, em que a mercesana Amanda Oliveira foi 5ª colocada, mesma posição que alcançou nos 10k, disputa em que Gilmar Lopes, outro representante da UFJF em pista paulistana, foi vice-campeão masculino.

A UFJF foi representada, ainda, por Glenison Gilbert de Carvalho, Francisco Verissimo Perrout Lima e Isaias Aparecido de Souza. Na classificação, a equipe do Cria, projeto de extensão de atletismo da Universidade local, terminou na 14ª colocação com 37 pontos. O tradicional Pinheiros foi o primeiro lugar, com 511,5.

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Recorde pessoal e primeiro título adulto

Mesmo após meses sem treinar lançamentos, por conta da pandemia, Luiz Maurício, 20 anos, provou que segue como o atleta número 1 da modalidade no Brasil. À Tribuna, ele comemorou a medalha de ouro inédita em sua ascendente trajetória.
“Esse título teve uma importância muito grande na minha carreira, foi meu primeiro em campeonato nacional adulto. Acho que o Troféu Brasil 2020 foi uma competição de início na minha carreira na principal categoria e foi muito bom competir e melhorar meu resultado, isso não tem preço”, relatou.

Luiz Maurício vem se firmando como o principal nome do dardo no Brasil (Foto: Wagner Carmo/CBAt)

O atleta destacou seu novo recorde pessoal, com a marca alcançada de 76,10m, superando os 74,51 do vice-campeonato pan-americano sub-20, em julho do ano passado. Para obter essa evolução, Luiz manteve tanto o foco com treinos em casa.

“O tempo que eu fiquei parado na pandemia aproveitei para ver os pontos que eu precisava melhorar. Mesmo treinando em casa, de forma adaptada, pra não perder tanto quando eu voltasse. E isso ajudou muito na melhora da técnica do meu lançamento. O resto era velocidade e força, e isso se consegue com academia e lançamentos”, contou.

Outro ponto vital para seu resultado foi o fato de, há cinco meses, ele ter retomado os treinos práticos de lançamento, mas no Rio de Janeiro, longe da Faefid, na UFJF, que segue fechada para uso. “Combinei com o pessoal da CDE, a Comissão Desportiva do Exército, de treinar até o Troféu Brasil, então essa semana volto para Juiz de Fora. Estava aqui desde 13 de julho, tinha pedido para treinar aqui porque em JF estava tudo fechado, sem local de treinamento para fazer os lançamentos.”

Sobre seu futuro, Luiz Maurício segue motivado e com metas traçadas. “Agora é descansar e voltar para o ano que vem pensando em competições internacionais. Vai ter um Sul-Americano sub-23 e quero tentar melhorar essa marca. É acertar os detalhes e querer sempre buscar o melhor. Em 2021 vamos planejar chegar na casa dos 80 metros e ir evoluindo”, deseja.

Única representante de Minas

Amanda Oliveira segue em evolução e sonha com um pódio do Troféu Brasil em 2021 (Foto: Arquivo pessoal)

Amanda Oliveira, 23 anos, multicampeã do Ranking de Corridas de JF, voltou a se superar no atletismo, desta vez com suas melhores colocações no Troféu Brasil mesmo há dez meses sem treinar em uma pista. Sua participação teve direito a recorde pessoal nos 5 mil metros, prova realizada no domingo (13), em que a atleta foi a 5ª melhor com o tempo de 17min00seg37. Nesta disputa, ela ainda foi a única mineira entre 21 competidoras de todo o Brasil.

Antes desta marca, Amanda já havia corrido os 10 mil metros na quinta-feira (10), também alcançando a quinta posição, desta vez com a marca de 36min42seg29.

“Os 10 mil metros não saíram como eu esperava, pois larguei muito forte tentando arriscar. Mas sou uma atleta que tenho um final bem melhor. Nos 5 mil metros já foi ao contrário, fui umas das últimas a largar e fui só crescendo na prova”, conta Amanda, feliz com seu resultado apesar dos obstáculos. “Saio satisfeita. Apesar de dez meses sem treinar em uma pista, consegui representar muito bem Minas Gerais. Mas o objetivo agora é focar que no ano que vem quero trazer uma medalha”, almeja.

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Vice-campeão pela UFJF

O atleta Gilmar Lopes foi outro destaque na representação da camisa da UFJF. Natural de São Miguel do Anta, município distante cerca de 140km de Juiz de Fora, ele completou os 10km em 29min37seg28, resultado que rendeu a medalha de prata, atrás apenas de Daniel Ferreira do Nascimento (SP), com 29min32seg61.

À Tribuna, Gilmar conta que a UFJF o auxiliou para poder competir, em uma temporada naturalmente prejudicada por conta da pandemia. “Eu estava federado pelo Cruzeiro, mas a equipe acabou e eu precisava de um clube. Como tenho contato com o professor Perrout (JorgePerrout, coordenador do Cria UFJF), pedi a ele e consegui disputar representando a UFJF”, explica, também satisfeito com a marca. “Foi um ano difícil, de poucas provas. Essa foi só a minha terceira em 2020. Mas foi uma oportunidade muito boa de estar correndo, já tinha ficado em segundo em 2017 também, que tinha sido minha última participação no Troféu Brasil. Gostei do meu resultado”, resume.

Todos os resultados do Troféu Brasil 2020 podem ser conferidos no site da Confederação Brasileira de Atletismo.

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