Juiz-forano Thiagus Petrus critica ‘troca política’ de treinador na seleção

Capitão do escrete masculino publica carta em rede social com diversas reprovações ao comportamento da Confederação Brasileira da modalidade


Por Bruno Kaehler

14/10/2020 às 20h26- Atualizada 14/10/2020 às 20h33

Thiagus é um dos principais líderes da seleção brasileira nos últimos anos (Foto: Reprodução Instagram)

Capitão da seleção masculina de handebol e atleta do Barcelona, o juiz-forano Thiagus Petrus, 31 anos, reforçou novamente seu desagrado com as decisões da Confederação Brasileira da modalidade. O atleta desaprovou, por meio de carta divulgada em suas redes sociais, nova mudança no comando técnico canarinho e a falta de transparência e comunicação dos gestores da modalidade no país para com os jogadores e demais profissionais do esporte.

Na última semana, o treinador Washington Nunes, de apenas dois meses no cargo, foi demitido. Ele havia convocado a seleção para a Missão Europa, de olho no Pré-Olímpico, mas acabou substituído por Marcus Tatá, do Taubaté.

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“Na última semana fui surpreendido com mais uma mudança de técnico na Seleção. É a terceira ou quarta alteração em um ano. Tudo indica que a posição de técnico deixou de considerar as competências profissionais e esportivas, passando a ser, sobretudo, uma posição política”, criticou Thiagus. “Após a Olimpíada de 2016, ficou mais evidente a necessidade de um técnico estrangeiro. No entanto, o único a assumir o cargo – desde então – perdurou nele por menos de um mês”, emendou, argumentando sua revolta.

Ainda sobre o tema, o juiz-forano afirmou acreditar que “o melhor caminho seria buscar um técnico estrangeiro que possa contribuir, efetivamente, na evolução dos jogadores e no desenvolvimento da modalidade no Brasil.”

Temor à retaliação

Thiagus ainda lamentou o pequeno investimento destinado às categorias de base brasileiras e outros aspectos. Antes de reiterar que defenderá o verde e amarelo com a seriedade que sempre demonstrou em quadra, ele lamentou o fato de que companheiros de seleção deixam de se manifestar por medo das consequências.

“A opinião dos atletas e principais atingidos pela mudança de técnico – que deveria ter enorme relevância – nunca foi levada em consideração na história da modalidade, ou pelo menos, desde que faço parte da seleção principal. […] Por temer retaliação é que grande parte dos jogadores deixa de se posicionar e cobrar da Confederação medidas em prol do handebol. O receio de falar algo que desagrade certas pessoas – e ser cortado da equipe principal por isso – assombra os atletas.”

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