Léo Santana retoma treinos na Espanha: “muito bom voltar”

Juiz-forano com passagem pela seleção retornou às atividades em quadra pelo ElPozo após flexibilização do isolamento e já sonha com títulos a partir do dia 23


Por Bruno Kaehler

12/06/2020 às 22h00- Atualizada 12/06/2020 às 22h06

Mirando retorno das competições após o controle da pandemia na Espanha, juiz-forano voltou aos treinos convencionais na semana passada (Foto: Reprodução/Instagram)

Após quatro meses de recuperação de uma fratura na perna direita, além de quase três meses de quarentena, o juiz-forano Léo Santana, ala do ElPozo Murcia, da Espanha, enfim comemora a possibilidade de voltar a fazer uma das coisas que melhor sabe: buscar títulos em quadra. Com a crescente flexibilização do isolamento social no país europeu, o atleta ex-Sport Club, AABB e São Bernardo, que chegou a atuar antes da pandemia, mas sem se considerar 100%, voltou aos treinos convencionais com o restante de sua equipe com o sentimento de que está preparado física e mentalmente para o retorno.

“Os treinamentos voltaram nessa semana com todas as prevenções necessárias e o grupo completo. A sensação é muito boa. Antes de começar a pandemia eu tinha feito uma sessão de bons treinos, sentia que meu corpo estava quase 100%. E nessa quarentena treinei e me cuidei muito. Sabia que iria ter a oportunidade de voltar e tinha que aproveitar isso. Estou me sentindo 100%. É muito prazeroso. Profissionalmente estou há quase 12 anos jogando futsal, minha vida inteira fiz isso e nunca tinha ficado tanto tempo parado. Primeiro pela lesão, mais a pandemia. Estou indo todos os dias para treinar com uma felicidade, um amor. É muito bom voltar a fazer o que a gente gosta.”, conta o jogador à Tribuna.

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Um dos países mais atingidos pela Covid-19, com mais de 27 mil mortes e estudo divulgado pelo Governo em que ao menos 5% da população foi infectada, a Espanha vive momento de retomada das atividades já programando, até, a reabertura das fronteiras a partir de julho. O futebol e o futsal retomam o calendário com o término das ligas nacionais. A competição nas quadras tem previsão de sequência com playoffs entre os dias 23 e 27 deste mês em Málaga, uma das cidades menos afetadas pela doença. “O retorno foi aprovado pela Liga Espanhola, mas falta o aval do órgão de saúde do país”, explica Léo, atual campeão nacional, mas pelo seu ex-clube, o Barcelona.

Se o desejo de voltar à normalidade já é ponto pacífico aos atletas de quaisquer modalidades, é possível dizer que Léo se sente ainda mais motivado por estar tanto tempo focado em sua recuperação completa. “Antes da Copa da Espanha (pré-isolamento) eu tinha voltado a treinar. Mas comecei a sentir que não estava 100%. Me dediquei muito nessas duas semanas e acho que consegui chegar no melhor que podia, mesmo não sendo o suficiente, pelo que vi, para ajudar. Depois que voltamos da Copa, tive uma semana sensacional. Senti que estava melhor e comecei a ficar muito feliz porque vi que era o propósito de Deus, já que tinha a Champions e a Liga ainda. Mas na semana seguinte anunciaram a quarentena na Espanha”, lembra o ala.

Sua vida, neste período distante das quadras e da bola, não foi fácil. Mais um desafio vencido pelo juiz-forano. “Os treinos em casa foram um pouco difíceis no começo porque não estava acostumado, sempre fazia algo com um acompanhamento e estava em processo de recuperação de lesão. Mas como eu sabia que era importante para mim, coloquei como prioridade. Me cuidei e os números provaram, porque nos testes que fizemos agora minha gordura corporal diminuiu. Chega em um momento que fica mais difícil por você fazer praticamente as mesmas coisas todos os dias, mas o clube também deu um suporte muito bom, toda semana mandava um cronograma de treinos e o fisioterapeuta também estava próximo”, relata.

‘Todos os dias tenho motivos para batalhar’

O retorno de Léo à grande forma eleva, ainda, as chances do juiz-forano voltar a vestir a camisa da seleção brasileira e, quem sabe, disputar o Mundial, adiado pela Fifa de setembro deste ano para maio de 2021. Questionado se era um motivo de ânimo para o ala, ele foi categórico.
“Sendo bem sincero, não é o Mundial que me deixa focado. Claro que é um sonho, um grande objetivo de qualquer atleta de alto rendimento. Você fica marcado na história da sua modalidade. Mas me considero abençoado no esporte por tudo o que já aconteceu e pelo que estou vivendo, então todos os dias eu tenho motivos para batalhar, manter o foco. Hoje tenho a chance de ser novamente campeão da Champions e espanhol. E, claro, conseguindo, chama mais a atenção da seleção. O que me foca é o que está mais próximo.”

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