Com pista pronta e eventos: conheça o Autódromo Potenza, em Lima Duarte

Veja fotos e vídeo de apresentação da pista; obras seguem na estrutura que já sedia provas de alto nível, bem como track days de motos, carros e bikes


Por Bruno Kaehler

11/12/2020 às 07h00- Atualizada 11/12/2020 às 07h29

Uma estrutura de ponta a 40 quilômetros de Juiz de Fora já tem sido utilizada por pilotos profissionais, amadores e amantes do automobilismo de todo o país neste segundo semestre de 2020. O Autódromo Potenza não cessou as obras durante a pandemia e, dentro das possibilidades conforme as normas sanitárias na Zona da Mata mineira, concluiu a pista de 3.200 metros de extensão, já conseguindo receber eventos de pequeno, médio e até grande portes.

Na última semana, a Tribuna conheceu a estrutura situada na BR-267, em ponto distante aproximadamente 40 minutos de carro do Centro juiz-forano. O gerente do espaço, Felipe Andrade, atendeu a reportagem e detalhou o andamento das obras e a expectativa de inaugurar oficialmente o complexo em 2021.

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Em relação ao avanço das obras, houve prioridade, neste ano, na conclusão da pista para que os primeiros testes já fossem realizados e, com isso, fossem diagnosticadas mais demandas, sobretudo na segurança do circuito.

“Agora estamos construindo os boxes. Já temos os primeiros quatro prontos e faremos mais seis, além da torre de cronometragem e direção de prova. Os investimentos estão mais concentrados agora nessa infraestrutura de boxes, paddock e serviços como banheiros”, explica Felipe.

Questionado sobre em que fase estão as construções, o gerente afirmou ser “difícil dar um percentual de evolução, porque o autódromo é uma construção que praticamente não acaba. Dura muitos anos. Feito isso tudo, tem espaço ainda para mais boxes, áreas de serviço, heliporto, estacionamento, obras de entorno, o trevo de acesso e o próprio acesso ao autódromo. Tem as arquibancadas também. Há muita coisa pra ser feita. É um investimento de longo prazo”, reforça.

A pista contempla 14 curvas de dimensões e angulações alternadas no sentido anti-horário e, quase em sua totalidade, largura de 12 metros, com exceção da reta de largada, com 15 metros. “É maior porque é onde o bicho pega, no começo e no final da prova.. É comum que a reta de largada seja um pouco mais larga para que (os pilotos) disputem posição. Além da segurança, porque tem uma margem para caso alguém agarre no grid”, justifica.

Dos 3.200 metros de extensão, 450 são da reta de largada, que não é a maior do trajeto. Há uma reta oposta, de 650 metros.

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Foto: Leonardo Costa

Inauguração e eventos

Como destacou Felipe à Tribuna, o Ponteza já apresenta condições e recebe eventos até de grande porte. Na última semana, por exemplo, o espaço sediou a penúltima etapa do SuperBike Brasil, principal evento de motovelocidade das Américas. “Mas as obras seguem. Não sabemos qual ritmo seguiremos, mas ainda queremos inaugurar”, lembra o gerente. A inauguração oficial estava marcada para novembro, em provas da GT Sprint Race e Classic Cup MG, mas foi cancelada por três motivos. “Em primeiro lugar a pandemia, que leva ao segundo, de inaugurar sem visitantes. Tem sido um ano difícil para começar a operação com tantas restrições. E também por causa das obras. Até lá conseguimos oferecer uma infraestrutura para o público bem melhor. Por isso está prevista para abril.”

Enquanto isso, o espaço recebe eventos amadores também, como track days de carros, motos e até bikes, com possibilidade de agendamento por telefone (98401-6406) ou pelo Instagram do Potenza.

Foco na segurança

Ainda segundo o gerente do espaço, “o principal ativo do Potenza é a segurança. Como o circuito é feito para moto e adaptado para os carros, ele atende aos dois, mas os requisitos de segurança das motos são mais elevados, então ele é extremamente seguro. Tem áreas de escape superdimensionadas. Atrás dos três trechos de alta velocidade – a reta de largada, a reta oposta e uma outra reta, colocamos caixas de seixo rolado, como se fosse brita, só que afundam mais. E ele não tem guard-rail, só muro de concreto. Guard-rail é perigoso porque ele quebra e pode machucar o piloto.”

“Vai ser referência nas Américas”

Na última semana, um dos pilotos que competiu no Autódromo Potenza foi Osvaldo Jorge Filho, mais conhecido como Duende. Aos 41 anos, ele é o brasileiro mais vitorioso em provas de motociclismo sul-americanas da atualidade e comprovou ainda mais sua capacidade ao ser campeão invicto da categoria SuperStock 1000cc. A Tribuna entrou em contato com Duende, que não mediu elogios à nova estrutura.

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“Passei uma semana lá. Como também sou instrutor da Moto School, fiquei no autódromo. A beleza de lá dispensa comentários pela natureza. Gostei muito do asfalto, principalmente pela drenagem da pista. É o único autódromo que depois da chuva não fica poça. As áreas de escape também são grandes, têm brita (seixo rolado). Além da disposição do proprietário, incrível e empenhado para colher informações sobre o que pode ser melhorado”, conta, antes de exemplificar. “Conversei com ele sobre algumas situações de segurança e ele resolveu antes do evento.”

Sobre as dimensões da pista, Duende afirmou que estão dentro dos padrões internacionais. Na visão dele, as competições em Lima Duarte tendem a privilegiar a capacidade dos pilotos. “É uma pista bastante técnica, ela equilibra mais a diferença de potencial econômico das equipes. Um piloto com uma motocicleta menos completa pode ter um resultado melhor em Potenza por conta disso”, avalia.

Certamente Duende e mais pilotos profissionais terão muitas experiências na Zona da Mata. “Vai ser um autódromo referência nas Américas. Em todos os sentidos. É um lugar bonito, uma pista legal e o proprietário é empenhado em manter ela segura. O público de Minas é incrível também, de um calor que não tem na maioria dos lugares”, exalta.

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