Beatriz Ferreira estreia no Campeonato Brasileiro de Boxe em busca do tri

Pugilista aniversariante desta quarta terá companheira de seleção como primeira adversária em São Paulo


Por Bruno Kaehler

09/12/2020 às 19h09

Nesta quarta-feira (9), a boxeadora Beatriz Ferreira comemorou seu 28º aniversário fazendo o que mais gosta: treinando e se preparando para mais uma importante competição. A baiana radicada em Juiz de Fora há 16 anos estreia na 18ª edição do Campeonato Brasileiro de Boxe Feminino nesta quinta, em São Paulo (SP), diante da companheira de seleção no peso leve (60kg), Rebeca Lima (RJ).

Bia iniciou o torneio nacional já classificada à segunda fase, que são as semifinais. Sua adversária teve uma luta na terça, com vitória em decisão unânime sobre a capixaba Ester Silva, credenciando-a ao combate com o principal nome do pugilismo brasileiro atual.

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“Todo mundo da seleção veio ao campeonato, tanto os reservas quanto os titulares. Na minha categoria tem eu e a Rebeca, que é minha reserva na seleção. Ela lutou ontem (na terça), venceu, e agora me enfrenta. Vamos ver quem leva a melhor”, relata Bia à Tribuna.

Os combates são transmitidos à tarde pelo Facebook da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) . Bia buscará seu tricampeonato nacional. “Já tenho dois títulos brasileiros, poderia ter mais, só que, pelas viagens e pelo calendário internacional, eu tive que ficar de fora de dois Brasileiros”, lamenta.

A tensão, conforme a atleta, já está presente em seu dia a dia, apesar de toda a experiência adquirida ao longo das últimas temporadas. “Como sou nova no Brasileiro, é uma adrenalina diferente. Você encontra vários amigos e pessoas que te admiram também, então você é um ponto de referência e dá um pouco mais de ansiedade até do que lutar fora.”

Segunda vez pós-isolamento

Esta não será a primeira competição de Bia desde a permissão do retorno aos compromissos oficiais. Após mais de sete meses sem competir, treinando em casa, em Juiz de Fora, com o pai Sergipe, ela voltou aos ringues em outubro, no Torneio Internacional dos Balcãs, em Sofia, na Bulgária. Mantendo sua incrível média, foi ao topo do pódio recebendo mais uma medalha de ouro para a coleção.
Atual campeã mundial da categoria leve, bem como a primeira brasileira a vencer os Jogos Pan-Americanos, a aniversariante Bia vê como um presente poder estar na ativa diante de um cenário tão caótico em todo o planeta.

“Me amarro de fazer isso. É meu aniversário e tô aqui na competição muito feliz de estar lutando. É tudo um aprendizado. Como sou um ponto de referência, tento passar minha imagem da melhor forma porque sei que estão observando e querem um dia estar na seleção. É muito bom, uma sensação diferente. Pena que eu senti isso poucas vezes ainda, é a terceira vez no Brasileiro, mas pretendo sentir em outras oportunidades.”

Crédito: Arquivo Pessoal

O Campeonato Brasileiro

As competições, no feminino e masculino, recebem mais de 200 participantes entre o domingo (6) e este sábado (12). Estes são os mais importantes e tradicionais eventos do boxe brasileiro, que, extraordinariamente em 2020, ocorrem seguindo um protocolo sanitário por conta da disseminação do coronavírus.

Por este motivo, o acesso do público externo está vedado. Apenas atletas, treinadores e o staff da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) têm acesso ao local da competição, que ocorre em um hotel localizado no centro da capital paulista.

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O sonho olímpico

Apesar de ser considerada a principal esperança do boxe brasileiro para a Olimpíada de Tóquio de 2021, Bia ainda não assegurou sua vaga por conta do adiamento do Pré-Olímpico, que seria disputado nos primeiros meses deste ano e ainda não possui uma nova data confirmada.

Apesar das incertezas, ela leva cada nova experiência como uma chance de aprimorar seu boxe para conquistar a sonhada vaga e buscar fazer história mais uma vez. “A gente que tem o sonho olímpico sempre está pensando nos Jogos, então é um aprendizado. Aqui estou sendo referência e chegando lá (Tóquio), que vai ter outras referências. Então sei como devo me comportar. Estamos sempre treinando para os Jogos Olímpicos, precisando estar prontos, porque é tudo muito rápido, não podemos errar quando estivermos lá. Temos que ser impecáveis.

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