Prata no Mundial, juiz-forana busca o tri do Sul-Americano de Jiu-jítsu

Mara Azevedo, multicampeã na arte marcial, se orgulha em representar as mulheres de Juiz de Fora, ao mesmo tempo em que sofre com falta de apoio


Por Davi Sampaio

09/10/2022 às 07h01

Vice-campeã europeia e mundial de jiu-jítsu, tricampeã brasileira, bi sul-americana e do Internacional Master e sete vezes vencedora do Open Jiu-Jítsu, além de dois bronzes no circuito BJJPRO. O currículo da juiz-forana Mara Azevedo, de 40 anos, já é extenso, mas seu desejo é que fique ainda maior. A atleta vai em busca do terceiro título do Sul-Americano de jiu-jítsu, que acontece nos próximos dias 15 e 16, no Rio de Janeiro.

Trajetória de Mara no jiu-jítsu

A juiz-forana treinava capoeira há 30 anos, quando, em 2016, decidiu entrar no jiu-jítsu. “Não me atraía muito o estilo de agarrar, da parte de chão do jiu-jítsu. Mas decidi fazer um treino e gostei muito. Meu mestre disse que era para eu competir, só que no início não queria. Só que nunca gostei de perder, por isso decidi participar dos campeonatos. Acendeu uma chama. Gosto de vencer eu mesma, meus medos e desafios. Me colocar à prova, sair da zona de conforto. O jiu-jítsu mudou totalmente a minha vida”, conta Mara.

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Em 2018, Mara decidiu que iria disputar os maiores campeonatos do mundo. Com este norte, abdicou de alguns hábitos, como idas em baladas, como ela mesma mencionou. “Vejo isso como uma forma positiva, tenho mais objetivos. Tudo é questão de foco, e o jiu-jítsu agrega muito”, conta. Não à toa, ela se sagrou vice-campeã de uma das maiores competições do mundo, a World Master de Las Vegas, em setembro, no peso-pluma.

Mara
Mara começou a lutar com 34 anos e se tornou multimedalhista de jiu-jítsu (Foto: Arquivo pessoal)

Sul-Americano e falta de incentivo

No Sul-Americano, Mara irá lutar no peso-pena, pelo fato de seu peso ter aumentado. A atleta conta que leva ao tatame, também, as companheiras de treinamento. “Me sinto muito feliz de representar Juiz de Fora e minha equipe Alliance, do mestre Paulo Borracha. Sinto que carrego todas as meninas e mulheres que treinam jiu-jítsu aqui”, se orgulha.

Mas mesmo com tantos títulos, Mara diz não ter apoio. “Já procurei a Prefeitura e não me ajudou. Conheci atletas no Mundial que estavam lá com passagens pagas pelas prefeituras de suas cidades”, recorda Mara. A Tribuna entrou em contato com a Prefeitura de Juiz de Fora, que não retornou até a edição desta matéria.

“A gente, em Juiz de Fora, tem que se desdobrar, trabalhar muito, já que não temos apoio. Em janeiro quero disputar o Europeu, em Paris, mas dependo da parte financeira”, pretende a atleta, que disponibiliza o contato (32) 98849-3295 para interessados em ajudá-la.

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