Em semana turbulenta, Ricardo Leão comanda o Tupi contra o Patrocinense
Após saída de Barroso, nome do novo técnico será debatido após jogo desta sexta (9), em Juiz de Fora. Diretor de futebol confirma que salários estão em dia e diz que treinos foram fechados à imprensa para “preservar atletas”
O auxiliar técnico da comissão permanente do Tupi, Ricardo Leão, será o responsável por comandar a equipe na partida desta sexta-feira (9), contra o Patrocinense, às 20h, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. A confirmação foi feita durante entrevista do diretor de futebol do Galo, Nicanor Pires, à Tribuna na tarde desta terça (6).
O substituto de Alexandre Barroso não deve ser anunciado até o duelo, vital na avaliação da direção para a sequência do Mineiro. Nicanor ainda admitiu cobrança aos jogadores em reunião nesta segunda (5), garantiu salários em dia e revelou que a situação do volante e lateral-direito Leandro Salino deve possuir desfecho até esta quarta, após fechar com o irmão do atleta, Leo Salino, para a sequência do Estadual.
Ricardo Leão terá a primeira oportunidade de estar na área técnica do Carijó após chegar no clube no início de 2017 ao lado de Éder Bastos. Outro assunto debatido foi o fechamento de todos os treinamentos alvinegros da semana, com exceção da quinta (8), em Santa Terezinha. Nos outros dias, a imprensa sequer terá minutos no gramado para falar com jogadores, como tradicionalmente ocorre. As entrevistas, inicialmente, não serão permitidas. Confira a íntegra da entrevista de Nicanor à Tribuna.
Tribuna de Minas: Em que pé está a procura do clube pelo novo técnico?
Nicanor Pires: Não queremos tomar uma decisão precipitada em relação ao treinador, então iremos avaliar bem a situação do grupo, o jogo. O que a gente decidiu é aguardar o jogo com o Patrocinense, crucial para nós, e tivemos uma conversa com o time nesse sentido. A ideia inicial é que o Ricardo comande o time na sexta.
– Qual o motivo do fechamento dos treinos?
– Foi uma situação de preservação pelo momento difícil que atravessamos. Acho importante ter um pouco mais de privacidade agora para sairmos dessa situação. Fechar o treino não quer dizer que vamos ganhar o jogo, e a nossa intenção não é esconder o esquema tático ou a escalação, mas preservarmos os atletas. Não é problema com a imprensa ou com os torcedores.
– A contratação de Leo Salino foi uma oportunidade de mercado ou necessidade pelo momento no Mineiro?
– O Leo é um atleta de Juiz de Fora, já teve diversas passagens no Tupi e, como não acertou com nenhum clube, pediu para manter a forma. Desde então viemos conversando para que o acerto acontecesse. E entendemos que o Salino é uma peça interessante para nosso grupo, e sua contratação nada tem a ver com o momento. Se estivéssemos na parte de cima da tabela o acordo também aconteceria, não podemos deixar um jogador deste potencial passar sem tentar.
– Há chances de o Tupi contar também com o Leandro Salino, irmão de Leo?
– Existe a possibilidade, e nossa intenção é a de que até amanhã possa ocorrer uma definição. No momento ele está viajando, não está em Juiz de Fora, e por isso não há nada sacramentado. Novas contratações, agora, podem ocorrer apenas se porventura aparecer alguma peça que julgamos ser importante para elevar o patamar técnico da equipe.
– O que foi discutido na reunião com os jogadores?
– Foi em tom de cobrança porque entendemos ter um elenco para disputar o Mineiro em uma posição melhor. O elenco não foi formado para estar lá embaixo, e não podemos adiar nossa recuperação.
– Os salários estão em dia?
– Não chegamos ao quinto dia útil do mês, e os salários de janeiro estão pagos. Estamos rigorosamente em dia com todos os atletas e membros da comissão técnica. O Tupi trabalha sem déficit com seus jogadores.
– Gostaria de deixar um recado ao torcedor neste momento?
– Criticar faz parte, o torcedor tem esse direito. O time não vive bom momento, e o torcedor tem que cobrar. O que não pode é faltar com respeito ao ser humano. A cobrança tem que haver de forma respeitosa e precisamos do apoio deles para sair dessa situação. No vestiário essa semana foi citada a importância da torcida no duelo contra a Caldense. Parte vaiou, mas o pessoal que estava na charanga torceu os 90 minutos, e os jogadores sentiram esse apoio, então é importante contar com eles. Precisamos que se unam aos atletas na sexta para tirar o clube dessa situação. Terminada a partida, se não conseguirmos o resultado, podem vaiar.