Feras do futsal local, Marina e Mancha voam alto 

O futsal juiz-forano segue valorizado. Terra de craques como o jogador do Barcelona e da Seleção Brasileira, Léo Santana, e da Seleção Belga, Léo Aleixo, a cidade regularmente exporta talentos mesmo sem equipes profissionais na modalidade. É o que aconteceu com os juiz-foranos Marina Loures e Marcus Vinícius, o Mancha, nesta temporada. A dupla foi contratada pelo Cianorte (PR) e Apaf Futsal (PR), respectivamente, times paranaenses que investem no esporte com diferentes objetivos no ano.
Marina, 27 anos, personagem da série Olha Ela! da Tribuna, terá nova oportunidade em um time de ponta do Brasil, desta vez nas quadras.

Após cinco anos no juiz-forano Buscapé Futsal Feminino/Açaí do Fábio, além disputas dos Mineiro, Jimi e Taça Brasil pelo Filadélfia, de Governador Valadares (MG), em 2018, a ala/fixo atraiu o interesse do Cianorte. A equipe é atual campeã da Copa do Brasil de Futsal feminino e participa somente nesta temporada do Campeonato Paranaense, da Liga Nacional, Copa do Brasil, Copa dos Campeões e da Supercopa, que renderá vaga na Libertadores da modalidade, motivos que obviamente contribuíram para a juiz-forana aceitar o desafio.

“O Cianorte me viu na Taça Brasil, gostou do meu futsal e acabou me contratando. O que me atraiu no projeto foi também a seriedade com que eles tratam o futsal feminino em Cianorte, porque busquei informações com uma menina que está lá e já jogou comigo, a Camila. E através do elenco que estão montando e competições que vão jogar, algumas das principais do país, como a Supercopa. Poder jogar a Libertadores é algo que todos que amam jogar futebol já sonharam”, conta Marina.

A Supercopa ainda não possui data e adversário oficializados. A atleta ainda tem como metas a retomada do título paranaense e o bicampeonato da Copa do Brasil. Um dos principais objetivos individuais da jogadora, porém, está fora das quatro linhas. Obcecada pelo crescimento do futebol feminino juiz-forano, Marina ainda vê uma chance de aumentar a vitrine do trabalho realizado em sua cidade.

“A visibilidade da minha transferência foi um dos motivos que me fez tomar a decisão de ir jogar no Cianorte. Não foi uma decisão fácil. A paixão que tenho pelo Buscapé e por tudo o que estamos construindo é muito grande. Apesar de ainda não ter comparação com o nível do Cianorte, foi muito difícil a decisão porque sei a importância que tenho para as meninas de JF. Mas acredito que pode abrir os olhos para a galera da cidade sobre o trabalho que o Buscapé faz, da estrutura que a gente está montando e dos resultados que temos conquistado. Tudo pela importância do futsal feminino e para ser exemplo para as outras meninas também”, declara.

Marina já treina pelo Cianorte, que estreia diante do Corinthians Tiger, dia 13 de abril, no primeiro de quatro amistosos entre as duas equipes já confirmados. “As primeiras semanas estão sendo tranquilas. Estamos treinando bastante, acabamos a parte física da pré-temporada agora e dia 13 iniciamos sequência de amistosos contra o Corinthians. Um em casa e outros três em cidades da região. E no final de abril deve ser a primeira fase da Liga Nacional, com uma das sedes no Paraná. Mas por enquanto só treinamos e semana que vem faremos a apresentação oficial da equipe com esse amistoso contra o Corinthians” antecipa.

Três Mundialitos e foco no Paranaense

A temporada também é de extrema importância na carreira de Marcus Vinícius, 22, mais conhecido como Mancha, apelido por conta de uma mancha na cabeça, e que fechou com o Apaf Futsal, de Paranaguá (PR). Apesar da pouca idade, o juiz-forano, que acumula passagem pelos times locais Sport Club JF, Clube Bom Pastor, e que estava no Tupi Futsal em 2018, já disputou três mundialitos de futsal, pelo Praia Clube, com dois títulos e o prêmio de melhor goleiro também em duas oportunidades. “A primeira foi pela categoria sub-17, ficamos em 5º na Croácia. Na segunda, em 2013 ainda, também sub-17, fomos campeões e, eu, o goleiro menos vazado da competição. E em 2015, na sub-18, vencemos na Itália e também fui o menos vazado”, lembra Mancha.

Indicado justamente por um treinador na época de Praia Clube ao clube paranaense, o arqueiro já atua pela equipe na competição mais importante da temporada – a Série Prata do Campeonato Paranaense. “O projeto da Apaf é muito bom, a longo prazo, e temos como o principal objetivo em 2019 o acesso para a Série Ouro do Estadual. É um dos motivos que me fizeram vir para a Apaf, a oportunidade de estar no cenário do futsal e poder disputar um dos melhores estaduais do Brasil”, conta.

A equipe de Mancha iniciou a Série Prata, inclusive, com o pé direito. Em duas partidas fora de casa, o time empatou em 4 a 4 com Coronel Futsal e venceu Siqueira Campos por 2 a 1, partida em que foi titular. Neste sábado ocorreu a estreia do time na competição em casa, no Ginásio Albertina Salmon, em partida marcada para as 19h contra o Pitanga Futsal, finalizada após o fechamento desta edição.

O crescimento de Mancha passa pelo sonho de viver da modalidade e que reflita, também, no desenvolvimento do futsal juiz-forano, sem equipe profissional após o fim do projeto Tupi Futsal. “Infelizmente Juiz de Fora passa por um momento triste no futsal. Temos muitos talentos que não são aproveitados por conta de que não temos incentivos financeiros e estruturas de times. E os que foram aproveitados e tiveram oportunidades alcançaram coisas grandes, como Léo Santana, Léo Aleixo, entre outros”, avalia o goleiro.