Candidatos à presidência carijó apresentam propostas
De um lado, a sequência do trabalho. Do outro, a vontade de mudanças. O popular cenário em disputas políticas no Brasil, evidenciado nos últimos anos, se enquadra na busca pela presidência do Tupi no triênio 2017-2019. No próximo sábado (10), a chapa Sempre Tupi, encabeçada pela atual presidente do Carijó, Myrian Fortuna, 57 anos, com o vice Roberto Cândido da Silva, o ‘Boizinho’, disputa votos com a concorrente Explosão Carijó, do líder e conselheiro carijó João Batista Delvaux, 72 anos, aposentado, que tem como vice o sócio do clube Eurico Moura.
O processo eleitoral do clube foi conturbado, sendo suspenso após a oposição contestar a falta do prazo legal de quatro dias entre a publicação do edital e a realização da reunião para a definição dos membros da Comissão de Fiscalização Eleitoral (Cofel), em 31 de agosto. O Tupi admitiu o erro, mas alegou, em sua defesa, que não houve prejuízo ao andamento do pleito, mantendo a concorrência das duas chapas e reiniciando todo o processo, com desfecho no sábado.
A Tribuna conversou com os candidatos ao comando do Alvinegro de Santa Terezinha, que expuseram suas ideias, projetos e prioridades para a sede social, no Centro, o futebol profissional, carro-chefe da agremiação com o Campeonato Brasileiro da Série C de volta ao calendário, além de outros questionamentos abordando as condições de centro de treinamento, categorias de base e demais pontos destacados pelos entrevistados.
Tribuna – Quais as prioridades na nova gestão?
Myrian Fortuna – Colocamos até no planejamento tudo o que já fizemos. Precisamos continuar com a revitalização do Centro de Treinamento (CT) em Santa Terezinha, cuidar da sede social, e muita coisa foi melhorada lá. Temos que investir na base e isso é uma meta que sigo desde que estou no Tupi. Tínhamos uma equipe de base, mas ficava muito caro. Tem várias pessoas que estão gostando de ver nossos meninos, e isso é prioridade. O grande projeto que temos é a construção de um CT. O Tupi tem imóvel para isso, o antigo Thermas, uma área que pode ser trocada. São várias hipóteses que podem ser usadas como moeda de troca para o Tupi ter seu CT para desenvolver a base e ter um time com mais de um campo de futebol. Mas claro que custa dinheiro, não adianta apenas falar que vamos fazer. Mas já é um grande passo, uma conquista desses últimos seis anos.
O que a senhora propõe para o futebol?
Myrian Fortuna – Temos que seguir consolidando o futebol do Tupi no cenário nacional e estreitar a relação do clube com os representantes das torcidas com a formação de Embaixadas Carijós. Pretendemos fazer parcerias com as prefeituras, trazer meninos para essa base, fazer peneiras. E o Tupi não está vivo só no futebol, está muito forte em outras modalidades. Tem a natação, onde tivemos o circuito regional, o próprio futsal, handebol, temos bolsistas em todas as modalidades, futebol de mesa, na própria academia, ginástica. Temos diversas modalidades que muitos não conhecem.
E para a sede social?
Myrian Fortuna – A revitalização da sede social e novas melhorias na piscina. Precisamos cuidar da sede social, como já estamos fazendo nesses anos. Promovemos vários eventos lá, e os sócios sentiam falta disso, participando de almoços, jantares, festa junina e até um grito de carnaval. Tentamos reviver os melhores momentos do clube.
Em que sua adição à diretoria pode beneficiar o clube?
Boizinho – Vim de trabalhos como na Escola de Samba Unidos da Ladeira, que todos conhecem. Gosto do social, de fazer, não fico esperando. Como já estava há bastante tempo no clube, e o Magela (Geraldo, falecido carijó) me dizia que queria que eu fosse presidente do Tupi um dia, mas sempre respondia que eu tinha a vontade apenas de ajudar, senti que estava na hora. Sou empresário e aposentado, então quero muito ajudar o clube. Vamos procurar passar por cima de todos os problemas e conheço todos os que votam porque frequento o Tupi há 40 anos. Vejo pessoas contra e não sei o motivo. Não trazem benefício nenhum ao Tupi.
Tribuna – Quais as prioridades na nova gestão?
– João Delvaux – Primeiramente, temos uma proposta de reforma no estatuto do clube para que os sócios-torcedores possuam direito a voto. Em decorrência disso, iremos criar um novo plano de sócio-torcedor como fonte geradora de recursos destinada a formação de categorias de base e reforma do Salles de Oliveira. É uma proposta nossa de investimento na categoria de base. Queremos formar parcerias com as escolinhas de futebol nos bairros da cidade. Um clube sem base perde a referência. E nos jovens sempre temos um começo, além da identidade. Nosso projeto é fazer parcerias com iniciativas privadas e até o Poder Público para incentivar a prática de futebol nos bairros, além das peneiras. Já temos alguém especializado nesse tipo de investimento de coordenar a base, inclusive formado no Tupi e com bastante experiência nesse ponto, mas, infelizmente, ainda não posso revelar o nome.
O que o senhor propõe para o futebol?
João Delvaux – Já temos um adiantamento com alguns contatos. Em épocas normais, até janeiro, o Tupi não possuía uma equipe definida ainda. É óbvio que essa suspensão das eleições atrapalhou, mas não irá prejudicar totalmente o clube. Em janeiro do ano passado, o Tupi nem time tinha. Irá estrear no fim de janeiro contra a Tombense e tem tempo hábil para formar um elenco, desde que sejamos bem sucedidos. Temos contatos com comissão técnica e até jogadores que já passaram pelo clube e desejam voltar, e, inclusive, algumas parcerias para patrocínio. Pretendo manter a comissão permanente do clube, que, aliás, não tem sido tão permanente assim. Hoje temos o Walker, grande profissional. A memória dessa comissão deve ser mantida.
E para a sede social?
João Delvaux – Queremos investir na revitalização da sede social no sentido de motivar a frequência do associado, criar um ambiente. Dentro disso, o clube conseguir receita, porque o associado é muito importante também neste sentido. E investir no marketing do clube, a marca do Tupi, para atrair novos sócios que se interessem a integrar o quadro de sócios.
O senhor mora em Brasília. Como irá proceder se vencer a eleição?
– Não sou de Brasília, nem forasteiro do Tupi. Moro em Brasília por uma circunstância. Sou nascido e criado em Juiz de Fora, com muito orgulho. Sou bacharel em ciências contábeis pela Faculdade Machado Sobrinho. Estou sempre ligado ao Tupi, sou torcedor desde a infância por influência do meu pai. Inclusive, fazia parte do Conselho Deliberativo da Myrian. Sou muito juiz-forano e torcedor com muito orgulho.