Zico agradece os juiz-foranos e ressalta sua ligação com a cidade

Na quarta matéria sobre os 30 anos do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, Galinho relembra o dia 2 de dezembro de 1989, seu último jogo oficial da carreira


Por Bruno Kaehler

01/11/2018 às 07h00

“Levei minha mãe, filhos, amigos e foi um dia muito especial porque pude terminar bem, fazer uma grande partida, o Flamengo vencer, eu fiz gol e todos saíram muito felizes do Estádio”, lembra Zico (Foto: Roberto Fulgêncio)

Aos 65 anos, Arthur Antunes Coimbra, o Zico, se lembra do último jogo oficial da carreira como se tivesse acontecido ontem. A sequência especial de matérias da Tribuna sobre o aniversário de 30 anos do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio não poderia deixar de rememorar o dia 2 de dezembro de 1989, quando o Galinho de Quintino se despedia do futebol profissional pelo Flamengo, com goleada sobre o Fluminense de 5 a 0 e tento de falta que abriu o placar do duelo.

“Um jogo, sem dúvidas, especial. Tem a alegria de você encerrar a carreira com todos os feitos e conquistas, tudo o que pude fazer pelo meu clube eu procurei fazer. Mas também ter que parar de fazer o que gosta por uma série de situações. Mas tinha preparado minha cabeça para isso. Levei minha mãe, filhos, amigos e foi um dia muito especial porque pude terminar bem, fazer uma grande partida, o Flamengo vencer, eu fiz gol e todos saíram muito felizes do Estádio”, se lembra em entrevista exclusiva.

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O gol, aos 22 minutos do primeiro tempo, tinha que ter saído mesmo da especialidade do camisa 10 rubro-negro. “Lembro do gol de falta, claro, e mais importante também foi a jogada, em que eu dominei a bola de costas, o Donizete veio e dei uma caneta nele. Me segurou e, na falta, na entrada da área, lugar bom, gostoso de bater, peguei muito bem na bola. Foi um gol inesquecível. Você na sua despedida oficial fazer um gol de uma forma que todo mundo gosta, porque a torcida sempre parava, era um silêncio no estádio nas faltas. Foi unir o útil ao agradável”, avalia Zico.

Por ter um compromisso no sábado, véspera do clássico em 1989, o ídolo não chegou junto dos companheiros de time. “Falei com o Espinosa (Valdir, técnico do Flamengo) que no sábado tinha um jogo festivo das crianças que eu dirigia, o Nova Geração. O time tinha sido campeão, então seria a entrega de faixas e medalhas contra a seleção do campeonato. Fiquei lá, participei da festa no Rio de Janeiro. Peguei um carro e fui direto para o Estádio no domingo, lotado. E foi um dia que deu tudo certo. Chegar lá com aquela massa toda presente foi muito bacana.”

Quase trinta anos depois do duelo, Zico lamenta apenas um fato. “O sentimento é de dever cumprido. Foi o último jogo, inesquecível, ganhamos de 5 a 0 do Fluminense, e só lamento que do outro lado o técnico era o Telê (Santana), um treinador que eu admiro e que foi muito importante na minha carreira, na seleção. Você golear e do outro lado ter um cara que você adora é muito chato, mas futebol é isso e a gente, nessa hora, tem que entender. É uma recordação excelente que jamais vou esquecer. E o Aloísio (Viug, carioca), árbitro, me deu a bola do jogo, que tenho guardada até hoje comigo. A camisa do jogo presenteei o George Helau, responsável pela minha ida ao Flamengo e permanência no clube. Foi um reconhecimento por tudo o que ele representou na minha vida.”

Festa 26 anos depois

Gratidão também sempre foi uma marca do ex-camisa 10, que não deixou de exaltar os torcedores que o acompanharam e o seguem até hoje, com o Centro de Futebol Zico na cidade, como viu em jogo comemorativo dos 25 anos de sua despedida, também no Estádio Municipal, no dia 16 de maio de 2015.


 Zico voltou ao Estádio em maio de 2015 em jogo comemorativo dos 25 anos de sua despedida (Foto: Leonardo Costa)

“Voltei para fazer uma festa dos 25 anos de comemoração, organizada pelo Leo Beire, meu representante na cidade, do CFZ-JF, e joguei com ex-companheiros contra uma seleção local. Foi a única vez que voltei lá para jogar. Só tenho que agradecer ao povo de Juiz de Fora pela oportunidade de ter jogado no Estádio, por ter o CFZ-JF, por ter recebido a Medalha Itamar Franco, uma honraria muito importante da cidade, além do diploma de cidadão de Juiz de Fora. E volto constantemente pelo trabalho do Leo Beire. A ligação com a cidade é muito grande e só tenho que agradecer o carinho de todos, principalmente aos rubro-negros, porque existem em um grande número na cidade.”

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