Fotógrafo Jairo de Souza conta, através de suas fotos, grande parte dos 30 anos do Municipal


Por Bruno Kaehler

01/11/2018 às 07h00

“Essas fotos vão ficar no meu coração para o resto da vida. E tenho que agradecer a todos que possuem as fotos que fiz e as conservam até hoje. Isso ficará para os filhos, netos de todos”, diz Jairo (Foto: Leonardo Costa)

Os olhos brilham na recepção. Permanecem marejados durante quase duas horas de saudosismo e orgulho. Em suas mãos, o material favorito – a câmera fotográfica, deu lugar a três páginas escritas a mão com um resumo dos principais acontecimentos dos 30 anos do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, completados na última terça-feira (30). O sofá de sua casa foi coberto por camisas históricas do Flamengo, Sport Club JF, Cruzeiro e outras equipes que registrou no principal palco esportivo da cidade. Na quarta matéria da série sobre o aniversário de 30 anos do Estádio, a Tribuna mostra o trabalho de Jairo de Souza, que fotografou grande parte da história do esporte local no gramado.

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“Naquele tempo era maravilhoso para os repórteres e fotógrafos. Podiam entrevistar os jogadores e fazer diversas imagens diferentes. E tínhamos o prazer de entrar em um laboratório e fazer a própria foto aparecer com os produtos químicos que usávamos. Lembrar tudo isso e ser lembrado me deixa muito orgulhoso porque ajudei a contar a história de jogadores que atraíram grandes públicos no Estádio. Essas fotos vão ficar no meu coração para o resto da vida. E tenho que agradecer a todos que possuem as fotos que fiz e as conservam até hoje. Isso ficará para os filhos, netos de todos”, relata Jairo.

Entre as lembranças está o encontro com o técnico Telê Santana, quando comandou o Fluminense no Fla-Flu de despedida do Zico em 1989, duelo especial para o fotógrafo. “São muitas as partidas que pude fotografar, mas para mim as duas coisas mais marcantes foram a união dos clubes para criar o Manchester, na década de 1990, e a despedida do meu ídolo eterno, o Zico. Tive o prazer de fotografar ele durante toda carreira. Foram duas alegrias que tive no Estádio Municipal”, conta Jairo.

Jairo (à esquerda) com Telê Santana em 1989

Há também a vinda de Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, em maio de 1996, como ministro Extraordinário dos Esportes da época, para participar da inauguração do projeto da Prefeitura, Bom de Bola, Bom de Escola, existente até hoje. O fotógrafo faz questão de exaltar, ainda o homenageado cronista esportivo e amigo, Mário Helênio. “Ele mora do lado esquerdo do meu peito. Eu estava sempre ao lado dele e, inclusive, levava para ele notícias de futebol. Eu praticava futsal, futebol society e ligava para o Mário Helênio, que me atendia prontamente, e passava os resultados para ele. Tinha um público que sempre o ouvia. Fora as vezes que ele me acompanhava nos jogos da imprensa. Deixou saudades, mas será lembrado pra sempre com a homenagem.”

Recordar é viver

Jairo fotografou, ao longo das décadas como profissional, diversos clássicos municipais, sobretudo entre Tupi e Sport Club Juiz de Fora. Mesmo não realizando mais a função, ele admitiu a possibilidade de levar uma câmera ao Estádio Municipal para um duelo mais que especial no início de 2019, ainda sem data definida, pelo Campeonato Mineiro.

Pelé esteve em Juiz de Fora em maio de 1996, como ministro Extraordinário dos Esportes, para participar da inauguração do projeto da Prefeitura Bom de Bola, Bom de Escola

“Estou feliz com a volta do Tupynambás. Pode até acontecer de eu querer matar a saudade de fotografar, mas devo ir ao estádio com meus filhos torcendo para que tudo dê certo e continuem (Baeta e Tupi) na Série A do Estadual. Mas quem sabe eu fotografe o Tu-Tu no Mineiro do ano que vem?! Os clássicos em Santa Terezinha e no campo do Sport recebiam milhares de torcedores. Era uma época muito boa e espero que a torcida volte ao campo para acompanhar as equipes da cidade.”

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