Motoboys são utilizados por cerca de 70% dos bares de Juiz de Fora

Sindicato prevê prejuízos em mais da metade do comércio com paralisação agendada para esta sexta-feira


Por Gabriel Silva, Repórter, e Mariana Floriano, sob supervisão da editora Rafaela Carvalho

31/03/2022 às 07h44- Atualizada 31/03/2022 às 17h40

Os motoentregadores de Juiz de Fora farão, nesta sexta-feira (1º de abril), paralisação em Juiz de Fora. O movimento é organizado pelos mesmos trabalhadores que arquitetaram a manifestação pelas ruas da região central do município na terça, reunindo mais de 50 integrantes da categoria. A nova mobilização ocorre em torno das mesmas pautas: a crítica ao preço dos combustíveis, a insatisfação pela situação da pavimentação juiz-forana e a cobrança por melhores tarifas pelo serviço de entrega nas plataformas de delivery. O assessor da presidência do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Juiz de Fora, Rogério Barros, estima que cerca de 70% dos estabelecimentos da cidade fazem uso de motoentregadores terceirizados. “Geralmente, o restaurante tem um ou dois entregadores fixos, mas dependendo da demanda precisa chamar os que estão à disposição por aplicativo”.

Segundo, Rogério Barros mais da metade do comércio sairá prejudicada com a paralisação do serviço de entrega. “Nossa expectativa é que essa situação se resolva o mais rápido possível, para que nenhum dos lados saia mais prejudicado.” Ele avalia que a paralisação pode trazer um grande prejuízo para o setor, que vem se recuperando da recessão econômica causada pela pandemia. “Principalmente por ser uma paralisação próxima ao fim de semana, dia no qual os pedidos para entrega aumentam bastante. […] Os estabelecimentos vão ter que procurar outras alternativas, como serviços que realizam entregas de carro e não de moto, mas isso pode render custos extras para o bar ou restaurante.”

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A paralisação foi revelada à Tribuna pelo motoboy Nicolas Souza Santos, que esteve à frente da passeata realizada na terça-feira. Segundo ele, os trabalhadores discutiram nesta quarta-feira (30) a adesão à nova mobilização, que também deve acontecer em outras cidades do país.
Nicolas afirma, ainda, que, na sexta-feira, não haverá novo ato nas ruas, mas os motociclistas vão se posicionar em frente aos estabelecimentos que comumente fazem entrega e ficarão de braços cruzados.

Na terça, a manifestação dos motociclistas teve início na Rua Coronel Vidal, no Bairro Mariano Procópio, na Zona Nordeste de Juiz de Fora, e passou por ruas da região central da cidade. Dezenas de motoentregadores fizeram passeata pelo trecho, paralisando o trânsito por alguns minutos em pontos estratégicos, como no mergulhão da Avenida Rio Branco e próximo ao Parque Halfeld.

A mobilização tem como objetivo, principalmente, a pauta do aumento dos combustíveis. A explosão no valor do litro da gasolina em Juiz de Fora pode ser conferida em levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), referente ao dia 20 de março e à última sexta-feira (26), quando a gasolina chegou a custar R$ 7,779.

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