De olho nos preços, consumidor substitui bacalhau por outros tipos de peixe

Na Semana Santa deste ano, o tradicional bacalhau perdeu espaço na mesa para sardinha, tira-vira, cavalinha, corvina e cação


Por Tribuna

29/03/2018 às 15h47

Foto: Leonardo Costa

Os consumidores movimentaram as peixarias de Juiz de Fora para garantir a tradição de comer peixe durante a Semana Santa. A demanda cresceu gradativamente desde a última segunda-feira, e, nesta quinta (29), véspera da celebração da Sexta-Feira Santa para os católicos, longas filas foram formadas nos estabelecimentos. Diante da instabilidade econômica, que reduziu o poder aquisitivo das famílias, a preferência tem sido por itens mais populares. Assim, o tradicional bacalhau perdeu espaço na mesa para sardinha, tira-vira, cavalinha, corvina e cação.

A professora Elaine Costa, 42 anos, conta que não abre mão de comer peixe na Sexta-Feira Santa e, por isso, não se incomodou em enfrentar uma longa fila na peixaria. “É um hábito que eu tenho trazido para minha família por ser uma opção mais saudável. Nesta época do ano, faço questão por causa da crença católica.” Para a compra caber no orçamento, ela fez substituições na receita. “Este ano vou fazer a sardinha, pois o bacalhau está literalmente salgado”, brincou. Em média, o quilo do bacalhau é vendido a R$ 75, enquanto o da sardinha é encontrado a R$ 16.

PUBLICIDADE

Mesmo com a procura dos consumidores, o setor não fez projeção sobre crescimento das vendas. “A movimentação nos surpreendeu, e está bem parecida com a do ano passado. Acredito que teremos resultado igual ou melhor”, diz o subgerente do Supermercado Granjamar, Guilherme Bellini. Segundo ele, os valores dos peixes se mantiveram estáveis em decorrência da crise econômica. “A preferência continua por produtos populares.”

O gerente do Armazém do Porto, Zeca Fonseca, explica que o tíquete médio do consumidor diminuiu. “O bacalhau, por exemplo, tem saído menos. Os consumidores estão substituindo pelos peixes com preços mais em conta. Então, apesar da movimentação, ainda não dá para saber se teremos crescimento nas vendas.”

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.