Revendas mineiras estão 100% sem gás de cozinha

Segundo associação, pedidos por escolta de carga de GLP ficaram sem resposta


Por Fabíola Costa

28/05/2018 às 17h13- Atualizada 28/05/2018 às 19h31

Revenda no Bairro Jóquei Clube sofre com as poucas unidades para distribuição (Foto: Fernando Priamo)

“As revendas mineiras estão 100% sem gás de cozinha”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg-BR), Alexandre José Borjaili. Segundo ele, a situação é grave, já que não estaria havendo uma preocupação no sentido de garantir o reabastecimento do produto, indispensável para consumo doméstico e para o funcionamento de comércio e indústrias de pequeno porte. “O consumidor está totalmente desprovido e ninguém está preocupado com ele.” Conforme Borjaili, os pedidos por escolta de carga de GLP ficaram sem resposta. “A revenda está acumulando prejuízo enorme”. O presidente afirma que não há perspectiva de reversão do quadro. Para ele, a paralisação dos petroleiros, que foi antecipada para esta terça (29), promete agravar, e muito, a situação. Nesta segunda-feira, a Tribuna ligou para várias revendas e não conseguiu contato com nenhuma.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informa que algumas praças ainda possuem estoque mínimo de GLP, “apesar da situação caótica do abastecimento do produto em todo o Brasil”. Conforme a entidade, grevistas e forças policiais estão permitindo apenas a passagem de caminhões com GLP granel para abastecer serviços essenciais, como hospitais, creches, escolas e presídios. “Porém, caminhões com botijões de 13kg, 20kg, 45kg vazios ou cheios com nota fiscal a caminho das revendas não são reconhecidos pelos grevistas como abastecimento de um serviço essencial, o que é um equívoco, pois o produto nessas embalagens também pode ser destinado ao abastecimento de serviços essenciais.”

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O Sindigás comenta que o setor trabalha com uma logística reversa, na qual é imprescindível o retorno dos botijões vazios às bases para serem engarrafados. O Sindigás reitera que há gás nas bases. O problema no abastecimento, diz, deve-se às dificuldades de escoamento do produto pelas rodovias. “É necessário que grevistas e autoridades que atuam nesse momento de crise, como Polícia Rodoviária Federal, ANP e Exército, entre outros atores, compreendam que o GLP é um produto essencial para o bem-estar da população, permitindo o trânsito das carretas a granel e dos caminhões com os botijões, sejam vazios ou cheios.”

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