Queixas contra SIM explodem em Juiz de Fora

São quase cinco reclamações por dia; filial da empresa na cidade fechou


Por Fabíola Costa

26/02/2018 às 20h29

Na porta da SIM, leu a mensagem sobre a falha no sistema e a falta de perspectiva de solução (Foto: Olavo Prazeres)

Menos de um mês após um “apagão” nos serviços oferecidos pela SIM – empresa de TV por assinatura, internet e telefonia -, os juiz-foranos voltam a sofrer com falhas no serviço e a recorrente dificuldade para contactar os canais de atendimento. As queixas no Procon relacionadas à empresa chegam a 323 só neste início de ano, considerando o acumulado do ano até segunda-feira (26), chegando a quase cinco por dia. O número é, pelo menos, oito vezes maior do que o verificado no mesmo período do ano passado (39) e representa quase o dobro do total de queixas formalizadas em 2017 (162). Nas últimas semanas, vários consumidores têm usado as redes sociais da Tribuna para, mais uma vez, comunicar deficiências no serviço oferecido pela empresa.

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Conforme o Procon, há 157 audiências agendadas na busca de uma solução para os consumidores. Ainda segundo o órgão de defesa do consumidor, as reclamações registradas foram encaminhadas ao Ministério Público Estadual (MPE). Nesta terça-feira (27), está prevista audiência na 13ª Promotoria de Defesa do Consumidor. “A filial aqui em Juiz de Fora já fechou”, informou o Procon, por meio de sua assessoria. A Tribuna esteve na sede da empresa nesta segunda. Lá, havia um comunicado afixado na porta “estamos sem sistema, sem previsão” e a orientação para imprimir a fatura pelo site. Não havia atendimento ao público.

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Uma consumidora, que preferiu não ser identificada, comenta que, desde o Carnaval, estava sem internet. O serviço, comenta, só foi restabelecido na sexta-feira passada. Como não conseguia contato via canais de atendimento, decidiu ir até a sede da empresa, onde encontrou as portas fechadas e pelo menos 25 pessoas indignadas pelo mesmo motivo. Apesar de estar conseguindo utilizar o serviço, ela sente-se insegura. “A gente procura, mas não recebe nenhuma informação por parte da empresa. Merecemos e precisamos de uma satisfação.”

Clarice Castro enfrentou o mesmo problema. “Estava sem internet há uma semana, tentava contactar a empresa por telefone, e-mail, site e nada.” Na porta da SIM, leu a mensagem sobre a falha no sistema e a falta de perspectiva de solução. Clarice formalizou queixa no Procon e uma reclamação oficial sobre a precariedade do serviço, a fim de evitar cobranças indevidas. “Com essa situação indefinida, sinto-me lesada em meus direitos enquanto consumidora.”

A queixa de outro consumidor, que também preferiu não ter o nome divulgado, refere-se às cobranças indevidas. Apesar de estar com o pagamento em dia e quitar as faturas com antecedência, continuava sendo cobrado por dois boletos referentes aos meses de janeiro e fevereiro. “Consta que estou devendo e recebo mensagens de cobrança, mesmo estando com os pagamentos em dia.” Depois de perder a conta das vezes em que mandou os comprovantes de pagamento por site e e-mail – e ter as mensagens devolvidas -, decidiu cancelar o serviço. “Decidi cancelar, porque estava com esse problema e não conseguia resolvê-lo. Além disso, todos estão falando que a empresa está falindo.”

A Tribuna não conseguiu contato com a direção da SIM nesta segunda (26). Apesar de estar em horário de expediente, nas várias ligações para o telefone da sede, a informação recebida era a de que as linhas estavam ocupadas. Também foi preenchido o formulário correspondente ao atendimento à imprensa, sem retorno.

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