Servidores do INSS encerram greve nacional após acordo com Governo Federal

Em Juiz de Fora, parte dos servidores já tinham retomado os serviços; demanda represada afeta população


Por Elisabetta Mazocoli, sob supervisão do editor Eduardo Valente

24/05/2022 às 13h25- Atualizada 24/05/2022 às 13h26

Após cerca de 50 dias, chegou ao fim nesta segunda-feira (23) a greve dos servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). De acordo com a categoria, o impasse terminou após a assinatura de um acordo com o Governo federal através do Ministério do Trabalho e Previdência. Nele, está previsto o atendimento da maioria das demandas da categoria, como valorização da carreira, adoção de melhores condições de trabalho, novos concursos públicos, obrigatoriedade de nível superior para ingresso e a transformação da carreira do seguro social em carreira típica de Estado. 

Com o acordo, também será criado um comitê com poder deliberativo para promover melhorias no programa de gestão e nos processos de trabalho dos serviços previdenciários.

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A categoria ainda pedia o reajuste salarial de 19,99%, mas conforme a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social, Saúde, Previdência, Trabalho e Assistência Social em Minas Gerais (Sindsprev) em Juiz de Fora, Cleuza Maria Faustino, essa demanda ainda está sendo discutida “em pauta geral”, junto com outras áreas do serviço público.

Com a demora da negociação, parte dos trabalhadores do INSS se desmobilizou. Em Juiz de Fora, técnicos do seguro social afirmaram que grande parte das equipes nas agências já tinham retornado às suas rotinas de trabalho. De acordo com Cleuza Maria Faustino, no caso de “qualquer ameaça de não cumprimento das cláusulas contidas no acordo, a categoria retorna ao movimento grevista”. 

Demanda represada

Neste domingo (22), reportagem da Tribuna mostrou que a demanda represada do INSS em Juiz de Fora e das filas de espera para obter os benefícios chegam a oito meses de espera. O prazo correto deveria ser de até 90 dias.

Na ocasião, a diretora afirmou que a greve não prejudicou a situação da demanda represada, pois o INSS já estava passando por esses problemas há anos, principalmente desde 2015, quando ela afirmou que o órgão perdeu mais de 50% da sua força de trabalho. 

Está previsto no acordo, no entanto, que os servidores devem repor os dias paralisados para agilizar a análise dos processos e a concessão de benefícios. Cleuza afirma que essa pauta ainda será discutida com mais detalhes junto à Direção Central do INSS, definindo o formato e os critérios dessa reposição.

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