JF vai receber investimento bilionário em novas fábricas de latas e garrafas
Para Fiemg Regional, chegada da multinacional Ardagh é ‘extremamente importante’ para toda a região
Conforme antecipado pela Tribuna na coluna Painel na última sexta-feira (20), a chegada de uma nova empresa a Juiz de Fora será confirmada nesta quarta-feira, dia 25 de maio. A agenda deve acontecer pela manhã, no Teatro Paschoal Carlos Magno, como confirmado por interlocutores envolvidos no anúncio. Trata-se do grupo irlandês Ardagh, em movimentações capitaneadas pela Ardagh Metal Packaging (AMP). Segundo o jornal Valor Econômico, a multinacional vai instalar duas fábricas na cidade, sendo uma para a produção de latas de alumínio e outra de embalagens de vidro. As plantas serão implementadas em terrenos que pertenciam à montadora Mercedes-Benz, nas margens da BR-040, na altura do quilômetro 773. O novo investimento da cidade pode chegar a cifras bilionárias.
Nesta segunda-feira, a Tribuna de Minas procurou os vários atores envolvidos para confirmar detalhes do novo investimento. Até a edição deste texto, porém, nem a Ardagh, nem a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e nem o Governo do Estado responderam aos questionamentos feitos pela reportagem. Via de regra, a informação é de que todas as especificidades que marcam a chegada da empresa na cidade serão conhecidas no evento marcado para esta quarta. Até aqui, a previsão é de que, juntamente com representantes da multinacional, também devem participar do evento o governador Romeu Zema (Novo), a prefeita Margarida Salomão (PT) e o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, além de outras lideranças regionais.
A reportagem conversou com o diretor da Fiemg Regional Zona da Mata e presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Juiz de Fora (Sinduscon-JF), Aurélio Marangon Sobrinho, sobre as expectativas para a chegada da multinacional à cidade e os seus impactos. “É um investimento extremamente importante, não só para cidade, como para a região. Toda a Zona da Mata vai ser beneficiada”, avaliou. Assim, a expectativa é de um novo momento para a cidade após frustrações recentes nas negociações que tentaram trazer para Juiz de Fora as fábricas da M. Dias Branco e da cervejaria Heineken.
“De repente, conseguimos uma empresa desse porte. Só temos que aplaudir. Vai ser muito importante para nós. A Fiemg já disponibilizou toda a sua estrutura física para treinamento e o que for necessário. É um incentivo que podemos dar. Vai ser um cartão para Juiz de Fora e região”, avalia o diretor da Fiemg Regional. Segundo Aurélio, ainda não há informações definitivas sobre o volume de investimentos. “A informação que a gente tem é que é um investimento próximo a R$ 1 bilhão para a estruturação da empresa”, especula. Segundo ele, interlocutores da empresa procuraram a Fiemg para conhecer o perfil da mão de obra local. “Já temos mão de obra formada e temos toda uma estrutura para formar mais”, pontuou, citando toda a estrutura de educação e formação técnica de Juiz de Fora.
R$ 2,5 bilhões
Segundo informações do Valor Econômico, em matéria publicada nesta segunda-feira (23), o investimento total nas duas fábricas em Juiz de Fora pode alcançar R$ 2,5 bilhões. Esta será a quarta fábrica de latas de alumínio no Brasil, onde o grupo chegou em 2016. Será, porém, a primeira de embalagens de vidro. Ainda de acordo com o Valor Econômico, o início das obras para a construção das unidades fabris em Juiz de Fora está previsto para setembro. Desta forma, a produção tanto das latas de alumínio como também de garrafas começaria até o final de 2023. Ainda de acordo com a publicação, a Ardagh Metal Packaging é a terceira maior fabricante de latas de alumínio do mundo.
“Estamos trabalhando na meta de atingir 10 bilhões de latas fabricadas no Brasil em 2024”, afirmou o CEO da AMP no Brasil, Jorge Bannitz, conforme publicado pelo Valor Econômico. A opção pela instalação das fábricas em Juiz de Fora é estratégica pela boa localização e fácil acesso a grandes centros da Região Sudeste, mercado em que a empresa quer avançar. “Minas está virando um grande polo cervejeiro”, avaliou Bannitz. Assim, pesou na decisão, por exemplo, a ferrovia que corta a cidade, que servirá para a chegada de matéria-prima e também para o escoamento da produção.