Gasolina chega a R$ 4,99, escasseia e juiz-forano corre aos postos

Em várias regiões da cidade, o etanol e a gasolina já não estavam mais disponíveis


Por Gracielle Nocelli

23/05/2018 às 18h56- Atualizada 23/05/2018 às 20h54

Logo pela manhã, preço da gasolina comum já era R$ 4,99 em postos da cidade (Foto: Olavo Prazeres)

Os juiz-foranos realizaram um verdadeira corrida aos postos de gasolina nesta quarta-feira (23). Ainda na manhã, em parte dos estabelecimentos já não havia mais combustível disponível, reflexo da greve dos caminhoneiros iniciada no último domingo (20). A expectativa era que nos demais locais os estoques terminassem rapidamente. Por conta do aumento da demanda e da pouca oferta, os preços dispararam. O litro da gasolina chegou a R$ 4,99, aumento de 11% em comparação ao preço médio de R$ 4,49 praticado na cidade até sábado (19), conforme levantamento mais recente realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). O etanol atingiu o valor de R$ 3,29, 13% mais caro do que o custo médio de R$ 2,91 verificado anteriormente. Já o diesel era vendido a R$ 4,20, 12,6% maior do que a média de R$ 3,73 apontada na pesquisa.

A Tribuna percorreu 15 postos em diferentes regiões da cidade e se deparou com locais fechados pela falta de combustível e outros superlotados com filas de carros que chegaram a congestionar o trânsito em vias de acesso. Num posto localizado na Avenida Rio Branco, próximo ao Bairro Bom Pastor, a gasolina e o etanol acabaram num intervalo de três horas. Às 9h, a equipe do jornal flagrou vários carros abastecendo. Por volta de 12h, o estabelecimento exibia um aviso que tinha apenas diesel disponível.

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De acordo com a assessoria do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), o estado é de alerta. Caso a greve dos caminhoneiros persista, haverá desabastecimento geral dos estoques. O sindicato não faz levantamentos junto aos revendedores para apurar os níveis das reserva. Entretanto, conforme a entidade, “alguns pontos de revenda na Zona da Mata e, especificamente, em Juiz de Fora, já procuraram o sindicato para informar a falta de combustível”.

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No Posto Chaminé, no Bairro Fábrica, consumidores enfrentaram fila para abastecer. A representante comercial Maria Cristina Garcia relatou que era o quarto local em que buscava combustível. “Vim da Zona Norte e passei por três postos, um no Bairro Encosta do Sol e dois na Avenida JK. Em todos eles não havia mais gasolina.” Ela destacou que, apesar das dificuldades causadas pela situação para a sua rotina profissional, mesmo assim é favorável a greve dos caminhoneiros. “O país vive um momento absurdo, acredito que deveria ocorrer uma greve geral. Todos deveriam parar e apoiar a causa que já nem é mais apenas pelo preço do combustível. Este é só um dos nossos problemas.” O gerente do posto, Marciel Pereira Dutra, disse que os estoques de combustível já estavam no final. “Pedimos encomenda na sexta-feira (18), mas ainda não chegou. A procura aumentou muito desde terça, e não sei quanto tempo a nossa reserva irá durar.”

Reajuste é considerado abusivo

Mesmo após a Petrobras anunciar a segunda redução de preços do diesel e da gasolina comercializados nas refinarias, nesta quarta-feira (23), os postos em Juiz de Fora dispararam os valores cobrados ao consumidor. Na avaliação do Serviço de Defesa do Consumidor de Juiz de Fora (Sedecon-JF), o reajuste é abusivo. “O preço do combustível é administrado pelo Governo. Se não há motivos de aumento com custo para aquisição, não há justificativa para reajustar para quem compra”, informou o superintendente Nilson Ferreira Neto.

Posto de combustíveis no Salvaterra também registrou grande fila nesta terça (Foto: Marco André Soares)

Ele alerta que o consumidor que pagou mais caro pelo combustível deve guardar o recibo e acionar os órgãos de defesa do consumidor. “A nossa outra orientação é o boicote aos estabelecimentos que estejam aderindo a esta prática.” No site www.anp.gov.br é possível consultar o último levantamento de preços feito pela ANP.

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Protesto contra imposto mantém gasolina a R$ 2,355

Mesmo com as dificuldades de abastecimento nos postos de Juiz de Fora, devido à greve dos caminhoneiros, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) garantiu a manutenção, para esta quinta-feira (24), do Dia de Liberdade de Impostos.
O movimento, no âmbito do varejo de combustível, consiste na oferta do produto com preços sem a incidência de impostos. Nessas condições, serão abastecidos 40 carros e 25 motos. Em Juiz de Fora, a iniciativa acontece no Posto Padre Café, a partir das 8h. O valor praticado para a gasolina será de R$ 2,355 o litro.

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