Gasolina tem novo aumento e preço médio chega a R$ 5,16 em JF

Combustível já não é encontrado a menos de R$ 5 nos postos da cidade, de acordo com pesquisa do Procon


Por Gabriel Silva

22/11/2022 às 15h46- Atualizada 22/11/2022 às 18h41

O valor da gasolina comum segue acumulando alta nos postos de Juiz de Fora. Pesquisa da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-JF) realizada na segunda-feira (21) e publicada nesta terça (22) aponta que o custo médio do combustível chegou a R$ 5,16 o litro na cidade, aumento de R$ 0,08 frente aos R$ 5,08 apurados no levantamento anterior, realizado no último dia 11. A majoração do litro da gasolina, percebida gradualmente ao longo dos dois últimos meses, ocorre mesmo sem movimentações da Petrobras junto às refinarias, mas é justificada por revendedores pelo maior custo do etanol anidro, um dos componentes do combustível.

O levantamento do Procon encontrou o menor valor da gasolina a R$ 5,04 e, o maior, a R$ 5,19 entre os dez postos consultados. Na pesquisa divulgada no dia 11, o preço mais alto alcançava R$ 5,29, e o mais baixo estava em R$ 4,89. A escalada no valor cobrado pelo combustível teve início na primeira semana de setembro, quando o órgão municipal identificou preço médio de R$ 4,81 cobrado nos postos da cidade, com o menor valor encontrado a R$ 4,77 e, o maior, a R$ 4,99.

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A partir daí, o Procon passou a apontar a tendência de aumento, constatada nas semanas seguintes. No dia 10 de outubro, o custo médio da gasolina comum subiu R$ 0,18 e chegou a R$ 4,99, movimento acompanhado pelos valores mínimo (R$ 4,95) e máximo (R$ 5,09). Um mês depois, no dia 8 deste mês, os valores chegaram a R$ 5 o custo médio, R$ 5,19 o máximo e R$ 4,94 o mínimo, valor que viria a ser aumentado outras duas vezes antes de chegar à média atual, de R$ 5,16.

Etanol é apontado como vilão

Ainda que, recentemente, não tenha sido anunciado reajuste nos valores cobrados pelo combustível nas refinarias pela Petrobras, revendedores ouvidos pela Tribuna, em condição de anonimato, afirmam que ocorreram aumentos menores que não foram publicizados pela estatal. No entanto, a principal justificativa apontada por eles foi a valorização do etanol anidro, componente responsável por 27% do valor da gasolina.

O etanol anidro, de acordo com os revendedores, acumula diversas altas ao longo das últimas semanas, chegando a 7% de crescimento no intervalo de um mês. Inicialmente, os postos de combustíveis teriam evitado repassar os reajustes para o valor cobrado na bomba, o que teria sido feito nesta semana e justificaria a alta recente no custo da gasolina comum. A valorização do etanol hidratado também teria parte da responsabilidade pela variação do combustível, segundo as fontes ouvidas pela reportagem.

Economista manifesta pessimismo com cenário econômico

Se as últimas semanas apontam para aumento no custo da gasolina comum, o economista Bruno Dore, da Estácio JF, estima agravamento do cenário econômico para os próximos meses. De acordo com o especialista, Juiz de Fora tem poucos postos de combustíveis, o que torna a cidade mais sensível ao pareamento de preços entre os estabelecimentos. “Os postos estão aproveitando o medo da população com relação ao desabastecimento para aumentar o preço, além de aproveitarem o final de ano, com a população com mais dinheiro em mãos, por conta do 13º.”

O economista lembra que o país também passa por um movimento de depreciação do Real frente ao dólar, que deve refletir em valorização no preço do barril de petróleo e chegar ao consumidor. Além disso, há incerteza sobre as políticas econômicas do Governo Lula (PT), que assume a presidência em janeiro. “Caso haja descontrole das contas públicas, nós teremos uma desvalorização do câmbio, aumento dos combustíveis e, principalmente, inflação. A gente espera que o próximo Governo tente equacionar melhor essa possível volta dos impostos (que incidem sobre a gasolina) e a inflação.”

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