Mais de 1.700 usam conexão entre aeroporto regional e BH

Voos da Gol para a Pampulha completam um mês nesta quinta-feira. Maior procura é no sentido BH, com ocupação média de 42,8% dos assentos disponíveis


Por Fabíola Costa

22/02/2018 às 07h00- Atualizada 22/02/2018 às 07h34

Voos da Gol para a Pampulha completam um mês nesta quinta-feira. Maior procura é no sentido BH, com ocupação média de 42,8% dos assentos disponíveis (Foto: Leonardo Costa)

Nesta quinta-feira (22), completa um mês dos voos entre o Aeroporto Regional da Zona da Mata e o Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. Apesar de a Gol Linhas Aéreas Inteligentes não se posicionar sobre o assunto, dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontam que, só no mês de janeiro, foram transportados 1.714 passageiros, sendo 97,8% pagantes (1.676) em 32 decolagens, 16 de ida e 16 de volta. A maior demanda foi com destino a BH (947 passageiros), o que representa ocupação média de 42,8% dos assentos disponíveis. No sentido inverso, foram transportados 767 passageiros, representando uma média de 34,7% de ocupação dos assentos. Vale lembrar que os números referem-se apenas ao mês de janeiro, ou seja, aos dez primeiros dias de operação.

Procurada, a Concessionária do Aeroporto da Zona da Mata, por meio de sua assessoria, não divulgou números relacionados à regularidade do voo, como percentual de atraso e cancelamento. “Como a demanda é recente, ainda não temos a apuração dos dados de todo o período.” Sobre a procura e a importância do trecho para o aeroporto e para a população do entorno, a avaliação é que Belo Horizonte é um destino muito solicitado na região. “É um dos trechos mais apontados em pesquisa realizada pela concessionária em 2017.” A oferta desse destino é considerada muito importante para a região, já que os usuários do aeroporto viajam muito a trabalho e também para congressos universitários. “A nova oferta, então, cumpre o papel de possibilitar que essas pessoas concretizem negócios de forma mais ágil.”

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Apesar de os preços terem apresentado bastante volatilidade no último mês – inclusive com passagens indisponíveis em alguns dias -, os valores praticados no trecho variam de R$ 174,57 a R$ 937,17, de acordo com o dia desejado. Este é o resultado de consulta feita pela Tribuna nesta quarta (21), por volta das 17h, tendo por base o intervalo de um mês – de 22 de fevereiro a 22 de março. O valor da passagem em ônibus intermunicipal, de Juiz de Fora para Belo Horizonte, varia de R$ 83,40 a R$ 98,80 de acordo com o tipo de veículo e o dia desejado. A consulta foi feita no site da Companhia Atual de Transportes considerando o mesmo intervalo.

Um analista de sistemas, que prefere não ser identificado, aproveitou o preço promocional de R$ 114 praticado na semana passada e comprou passagem de ida e volta. Ele mora em Belo Horizonte e viaja com frequência a Juiz de Fora para visitar a família. Ele desembarcou no sábado (17) de manhã no Aeroporto Regional sem problemas. Na segunda-feira (19), no entanto, ao tentar embarcar para a capital, foi comunicado sobre o cancelamento do voo. A informação que ele recebeu da companhia aérea foi a de que o piloto do avião, vindo do Aeroporto de Congonhas, tentou pousar, arremeteu e não faria nova tentativa em função das condições meteorológicas.

Dentre as opções oferecidas pela companhia aérea, ele escolheu ir para a capital de van. No embarque havia outros seis passageiros. “Tirando a perda de uma reunião de trabalho e o cansaço após quatro horas de viagem, deu tudo certo. Cheguei no Pátio da Savassi às 13h. Era para eu ter chegado às 10h.” Ele comenta que pretende percorrer o trecho de avião outras vezes, mas sem comprar passagem para segunda de manhã. “Não dá para correr o risco.” Sobre o episódio de segunda, a Concessionária do Aeroporto da Zona da Mata afirmou que “segundo nossa Estação Prestadora de Serviço de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo (EPTA), o aeroporto estava operando normalmente por instrumentos nesse período”.

Alternativa

Antes da rota, os passageiros partindo do Itamar Franco contavam com voos diretos apenas para o Estado de São Paulo: Congonhas (pela Gol) e Viracopos, em Campinas (pela Azul Linhas Aéreas). Com a opção para Pampulha, partindo do Regional, os embarques acontecem às 8h25 e 17h40, com chegada prevista às 8h55 e 18h10, na ordem, em Belo Horizonte. No sentido contrário, os embarques estão previstos para 9h25 e 18h40, com chegada às 9h55 e 19h10, respectivamente. As opções pela manhã são de segunda a sábado. Já as da tarde são de segunda a sexta e também aos domingos.

Além de oferecer aos passageiros do Itamar Franco deslocamento direto para a capital, o terminal assumiu papel importante na briga jurídica envolvendo Pampulha. Impedida de fazer a ligação direta entre Pampulha e Congonhas, por decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), a alternativa usada pela Gol tem sido conectar São Paulo a Belo Horizonte através da rota Congonhas – Zona da Mata – Pampulha. A operação é reconhecida, pois há um aeroporto regional (sem restrições) ligando o destino final.

Determinação do TCU, acatada pelo Ministério dos Transportes, restringe as operações na Pampulha à modalidade táxi aéreo, além de voos diretos entre o aeródromo e os aeroportos regionais. Conforme definição que consta na Lei 13.097/2015, aeroportos regionais são aqueles de pequeno ou médio porte, com movimentação anual inferior a 600 mil passageiros. O Aeroporto Itamar Franco enquadra-se nesse perfil, já que, em 2017, transportou cerca de 130 mil passageiros.

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Sobre a perspectiva de julgamento do mérito da representação apresentada ao TCU, que resultou na medida cautelar suspendendo a reabertura do Aeroporto da Pampulha para voos comerciais interestaduais, o TCU, por meio de sua assessoria, afirmou que “a última decisão que temos foi a que referendou a medida cautelar, no dia 24 de janeiro”. A informação é que o processo continua em andamento, sem prazo para que volte a ser julgado em plenário.

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