Juiz-forano já paga mais caro pela gasolina
Nas bombas, combustível já podia ser encontrado por R$ 3,79
Os juiz-foranos já começaram a pagar mais caro pela gasolina. De acordo com levantamento da Tribuna, os novos preços passaram a ser praticados nesta sexta-feira (21), um dia após a decisão do Governo federal aumentar em R$ 0,41 a tributação sob o combustível. Na maioria dos estabelecimentos, o reajuste girava em torno de R$ 0,40 por litro, o que demonstra que os postos estão repassando o valor na íntegra para o consumidor. Assim, o custo final por litro chegou a R$ 3,79. Seguindo este patamar, a média do preço da gasolina comum na cidade, que era de R$ 3,54 na última semana, conforme pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), pode chegar a R$ 3,95.
O reajuste nas bombas é consequência do decreto assinado pelo presidente da República, Michel Temer, aumentando o valor das alíquotas de PIS e Cofins na distribuição de gasolina, diesel e etanol – no caso deste último, tanto para os produtores como para os distribuidores do combustível. Com isso, o valor da tributação aumentou R$ 0,41 sob a gasolina e R$ 0,22 sob o etanol. Já nesta sexta, consumidores de diversas cidades do país sentiram o impacto da medida, que fez a gasolina ultrapassar R$ 4 em algumas regiões. Em diversos postos de combustíveis de Juiz de Fora, os valores da gasolina oscilaram entre R$ 3,36 e R$ 3,99 durante o dia. A expectativa é que, neste sábado, os novos valores já estejam valendo em todos os estabelecimentos. O preço do etanol variava entre R$ 2,27 e R$ 2,89.
De acordo com a gerente administrativa do Posto São José, Juliana de Oliveira, os distribuidores foram pegos desprevenidos. O preço da gasolina comum no estabelecimento era R$ 3,33 na tarde desta sexta, mas a previsão era de que o valor aumentasse no sábado. “Não repassamos o aumento na sexta porque ainda tínhamos estoque, mas com a entrega de gasolina que estamos aguardando, o reajuste já será aplicado.” No Posto Cencosud, a mudança aconteceu durante a tarde, quando o valor da gasolina passou de R$ 3,39 para R$ 3,79. “Vendemos com o valor antigo até quando deu, mas temos que repassar o reajuste. Algumas pessoas criticam a mudança, mas o consumidor sabe que a decisão partiu do Governo federal.”
O diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Bráulio Chaves, destaca que cada posto de combustível define qual será o valor dos produtos para a venda, assim como a data de repasse do reajuste. Ele acredita que a alta, principalmente no caso do diesel, vai impactar toda a população de forma negativa. “A escolha do momento de reajuste da carga tributária é um momento infeliz, porque o consumidor já está com uma situação financeira debilitada. Com isso, é prevista uma redução no consumo de combustíveis, assim como um sacrifício maior por parte das pessoas. Esse aumento, especialmente no diesel, significa uma transferência de renda da população em geral para o Estado, onde o posto de combustíveis funciona como agente arrecadador”.
Consumidores não esperavam repasse imediato
Durante a tarde desta sexta, o movimento nos postos da cidade era normal, com poucas filas. A Tribuna constatou que, apesar de o aumento ter sido anunciado na quinta-feira, a maioria dos consumidores ainda não sabia da mudança nos preços. Outros esperavam que o reajuste ainda fosse demorar para ser praticado. Em comum, todos os entrevistados classificavam o aumento como um “absurdo”.
O motorista Flávio de Leles sentiu a diferença, apesar de não saber se o novo valor já estava sendo praticado. “Senti que houve um pequeno aumento e penso que qualquer reajuste é prejudicial. Mas este, especificamente, vem dos problemas com a Petrobras”, especula. O aposentado Eduardo Milagre acredita que o reajuste vai impactar seu orçamento. “Pretendo passar a usar mais ônibus, é uma das opções para não gastar tanto com o carro.” Para o empresário Carlos Werneck, um reajuste tão alto “vai impactar demais nas despesas dos brasileiros. Já estava sabendo do aumento, mas não corri para abastecer porque não tem muito para onde correr”, lamenta.