JF elimina 3.475 empregos com carteira assinada


Por Fabíola Costa, Repórter

20/01/2017 às 18h22- Atualizada 20/01/2017 às 18h32

Um total de 3.475 trabalhadores deixaram de contar com carteira assinada em Juiz de Fora no ano que passou. O número, fruto de 3.281 contratações e 4.389 demissões, apresenta uma pequena queda de 8,7% em relação ao saldo verificado em 2015 (-3.806). Na análise de dezembro, o resultado é o pior de todo o ano, com a extinção de 1.108 empregos com carteira assinada no mês. Ao longo de 2016, aliás, em apenas dois meses houve desempenho positivo – abril (217) e agosto (236) – no quesito empregabilidade.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apontam, ainda, que, na análise de dezembro, houve queda no ritmo de perda de empregos formais ante o mesmo mês de 2015. Na época, foram menos 1.254 oportunidades. Na comparação com novembro de 2016, no entanto, o aumento é assustador: de -161 para -1.108 (ver quadro).

evolução-do-emprego-em-JF

PUBLICIDADE

Dentre os setores produtivos, a construção civil liderou a extinção de postos (-1.154) no ano, seguida pelo setor de serviços (-991) e pela indústria da transformação (-782). O comércio, que durante boa parte do ano se manteve na liderança das demissões, fechou 2016 em quarto lugar, com menos 491 vagas formais. Na comparação com 2015, houve mudança nas posições. Naquele ano, os serviços foram os que mais eliminaram oportunidades (-1.197), seguido por comércio (-878), indústria da transformação (-847) e construção civil (-698).

Para o economista André Zuchi, em termos absolutos, os números são muito ruins, apesar da pequena reação verificada em relação a 2015. “Uma reação muito pequena ante o tamanho do estrago”, dimensiona. Zuchi lembra que, nos últimos dois anos, o número de fechamento de postos passa de sete mil na cidade. “Atrelo esses números à crise que o país atravessa. Cidades como Juiz de Fora, de porte médio, com muita participação de comércio e serviços, são afetadas muito fortemente.”

Para 2017, diz, há uma perspectiva de melhora. A tendência, no entanto, é que o quadro piore um pouco mais até o meio do ano, para só depois começar a arrefecer. “Mas nada suficiente para recuperar essa profunda recessão que o país atravessa.” Na avaliação do economista, a perda de empregos formais é o lado mais cruel da crise econômica e política que afeta a todos, direta e indiretamente.

 

No país

No país, foram fechados 1.321.994 de postos formais de trabalho no ano passado. O corte, apesar de menos intenso do que o verificado em 2015 (quando o saldo foi negativo em 1,534 milhão, o pior da história do Caged), mostra que 2016 ainda foi um ano desfavorável em termos de mercado de trabalho. O número do Caged em 2016 foi o segundo pior da série, iniciada em 2002 (com ajustes), e é fruto de 14,7 milhões de contratações e 16,1 milhões de demissões no período.

Apenas no mês de dezembro, quando geralmente há mais demissões em função da dispensa de temporários, foram fechados 462.366 postos com carteira assinada. O número também foi menos intenso do que em igual mês de 2015, quando foram extintas 596.208 vagas.

O conteúdo continua após o anúncio

 

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.