Manifestantes querem auditoria do transporte público

Representantes dos manifestantes, da Câmara, da Prefeitura e da UFJF sentaram-se à mesa para falar sobre o transporte coletivo


Por Fabíola Costa

18/10/2017 às 18h32- Atualizada 18/10/2017 às 19h10

Encontro foi agendando na semana passada, como exigência para desocupação da Câmara (Foto: Marcelo Ribeiro)

Uma das exigências para a desocupação da Câmara Municipal, ato realizado em protesto contra o aumento das passagens de ônibus que durou 20 horas, nos dias 9 e 10 de outubro, foi concretizada nesta quarta-feira (18).

Representantes dos manifestantes, do Legislativo, da Prefeitura e da UFJF sentaram-se à mesa para falar sobre o transporte coletivo em Juiz de Fora. A pauta, que inicialmente estava concentrada na planilha de cálculo tarifário, ganhou contornos mais abrangentes, como a discussão de uma política para o setor na cidade.

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O movimento foi representado por Laiz Perrut (Frente Brasil Popular) e Mylena Melo (Frente Povo Sem Medo). Segundo Laiz, a conversa foi tranquila, e todos estavam abertos ao diálogo. “Falamos como será a auditoria e as possibilidades de melhorias e mudanças no sistema de transporte público da cidade.” Segundo ela, o processo será realizado em três etapas: professores convidados farão estudos sobre os documentos entregues após a ocupação: planilha de custos, diagnóstico do trânsito e licitação de transporte público.

No próximo encontro, marcado para o dia 31 de outubro, serão apresentadas as conclusões. “Com os cálculos refeitos da planilha, iremos conversar sobre os custos da tarifa.” Na segunda etapa, a meta é promover uma discussão mais ampla sobre o transporte. “Vamos sugerir outras formas de financiamento como, por exemplo, subsídio da PJF e uso de outros mecanismos que sabemos que existem.” Um exemplo dado foi a cobrança de um percentual no IPTU, por exemplo.

Por último, o objetivo é elaborar um relatório que será publicado para que, caso a Prefeitura se interesse, faça a aplicação das alternativas apresentadas. Questionada se acha possível que o valor da passagem seja reduzido na cidade – meta inicial do movimento -, a avaliação é que é “complicado”. “A PJF está muito atrelada ao contrato com as empresas. A forma que a gente vê de mudança é arrumar o sistema de cobrança feito hoje.”

Câmara

O presidente da Comissão de Urbanismo e Trânsito da Câmara, vereador José Márcio Lopes Guedes – Zé Márcio (PV), participou do encontro. Ele reforçou que a Casa assumiu o compromisso de encaminhar, junto ao Executivo, a agenda. Segundo o vereador, a proposta de ampliar a discussão para a política do transporte público, como formas de financiamento e melhoria da mobilidade urbana, foi acatada pelos presentes. Sobre a auditoria defendida pelos manifestantes, ele comentou que acredita que vá acontecer. Zé Márcio também confirmou o novo encontro previsto para o final do mês.

Settra

A Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra), por meio de sua assessoria, afirmou que “a Administração sempre foi pautada pela transparência e pelo diálogo com a sociedade”. Neste sentido, o encontro “reforça este compromisso firmado com o cidadão da cidade”. O posicionamento é que ampliar a discussão sobre o transporte público do Município é um ganho tanto para a Prefeitura quanto para a população. “O trabalho desta gestão é garantir cada vez mais um serviço de qualidade.” A licitação, ressaltou a Settra por nota, foi realizada buscando melhorias e visando a garantir mais agilidade e resultado à fiscalização do serviço na cidade.

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