Governo federal anuncia reajuste de bolsas de pesquisa

Atualização nos valores varia de 25% a 200% e deve vigorar a partir de março de 2023; pós-graduandas da UFJF participaram de anúncio do presidente


Por Leticya Bernadete, com informações da Agência Estado

16/02/2023 às 18h56

O Governo federal anunciou, nesta quinta-feira (16), reajustes nas bolsas de graduação, pós-graduação, de iniciação científica e na Bolsa Permanência. A atualização nos valores varia de 25% a 200% e deve vigorar a partir de março de 2023. Representantes dos pós-graduandos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) estiveram em Brasília para acompanhar o anúncio oficial feito pelo presidente Lula (PT) na tarde desta quinta.

Sem reajuste desde 2013, as bolsas de mestrado e doutorado terão aumento de 40%, e as de pós-doutorado, de 25%. Desta forma, no caso do mestrado, o valor sairá de R$ 1.500 para R$ 2.100. Já no doutorado, as bolsas passam de R$ 2.200 para R$ 3.100, enquanto no pós-doutorado, de R$ 4.100 para R$ 5.200.

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Já as bolsas de iniciação científica para alunos do ensino médio terão aumento de 200% (de R$ 100 para R$ 300), e de iniciação científica no ensino superior de 75% (de R$ 400 para R$ 700).

As bolsas para formação de professores da educação básica, cujos repasses variam de R$ 400 a R$ 1.500, terão reajuste entre 40% e 75%. “Em 2023, haverá 125,7 mil bolsas para preparar melhor os professores, peça central na elevação da qualidade do ensino básico”, disse o governo.

A Bolsa Permanência – auxílio financeiro voltado a estudantes quilombolas, indígenas, integrantes do Prouni e alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica matriculados em instituições federais de ensino superior – terá reajuste entre 55% e 75%. Atualmente, os valores vão de R$ 400 a R$ 900.

Segundo o governo, os reajustes implicam aporte anual de R$ 2,38 bilhões em recursos do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência e Tecnologia. “Investimentos que vão suprir instituições como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)”, disse.

Pós-graduandas da UFJF participam de anúncio

Laryssa (à esquerda) e Dalila estiveram em Brasília, onde o presidente fez o anúncio (Foto: Arquivo pessoal)

Os pesquisadores da UFJF foram representados pela Associação de Pós-Graduandos (APG) da instituição no anúncio feito pelo Governo federal em Brasília. Como destacado pela coordenadora da APG-UFJF e doutoranda em História, Dalila Varela, as bolsas de mestrado e doutorado não tinham reajuste desde 2013, o que prejudicou a ciência no Brasil, produzida dentro das universidades e demais instituições de ensino públicas.

“Não se constrói nenhum país no mundo sem que haja investimento na ciência, na tecnologia, na pesquisa e na educação”, disse. “O dia de hoje marca o investimento do Brasil na sua ciência para que, assim, ele possa se desenvolver em todas as áreas – na saúde, nas engenharias, nas humanidades – e ser líder na pesquisa, como sempre foi.”

De acordo com a coordenadora da APG-UFJF, o reajuste anunciado pelo Governo federal marca uma sequência de reivindicações da Associação Nacional de Pós-Graduandos, que havia calculado a necessidade de um reajuste de 70% nas bolsas. “Há uma série de lutas que ainda temos pela frente, mas vemos um diálogo aberto com esse Governo e, principalmente, interesse em investir na ciência do país.”

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Para a doutoranda em Comunicação e secretária da APG-UFJF, Laryssa Gabellini, o reajuste pode contribuir não só para melhora na qualidade de vida dos pesquisadores, mas também para incentivar as produções acadêmicas e fazer com que as pesquisas produzidas pelas instituições, como a UFJF, ganhem maior alcance, seja a nível nacional ou internacional.

“A partir do momento que nós temos dedicação exclusiva, a bolsa representa não só o sustento da vida particular, mas também um investimento em participação em congressos. Isso faz com que a ciência produzida dentro da UFJF circule por outros espaços, que os estudantes sejam representativos em mais locais fora da Zona da Mata, levando o nome dessa região em outras discussões acadêmicas e aprofundando ainda mais a ciência.”

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