Comércio espera aumento de 18% nas vendas na Black Friday em JF
Data se tornou uma das mais importantes do calendário varejista; pesquisa da Fecomércio-MG aponta que 72% dos estabelecimentos pretendem oferecer descontos
O final do ano costuma ser o melhor período de vendas do ano para o comércio varejista por conta de datas como o Natal e a Black Friday. De acordo com o Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF) e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Juiz de Fora (CDL-JF), a expectativa para este ano é de que o setor fature mais em relação ao mesmo período de 2021, ainda impactado pelas restrições impostas pela pandemia. Ao longo dos anos, a Black Friday se firmou como uma das datas mais importantes para aquecer o mercado, inclusive em Juiz de Fora, e ocorre tradicionalmente na última sexta-feira de novembro. Neste ano, a data vai cair no dia 25, mas os lojistas da cidade já começaram os preparativos, com promoções que prometem se estender até lá.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), Emerson Beloti, as vendas do comércio local podem ser 18% maiores ante as do ano passado. Emerson afirma que os setores de vestuário, perfumaria, cosméticos, brinquedos e eletroeletrônicos são os mais beneficiados com as promoções de final de ano.
Tanto Emerson quanto o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Juiz de Fora (CDL-JF), Marcos Casarin, identificam a data como mais um passo para a recuperação gradativa do setor, que ainda enfrenta os reflexos da Covid-19. Casarin destaca, ainda, o impacto positivo das contratações temporárias, que já começaram. Segundo ele, o número de admissões deve aumentar neste final de ano, podendo variar entre mil e 1.200 pessoas. O presidente da CDL-JF reforça que, mantendo a tradição, entre 30% e 40% dos temporários permanecem no emprego mesmo após as datas comemorativas, impactando, de forma positiva, toda a cadeia.
A Black Friday, aliás, promete aquecer o comércio de todo o estado. Conforme pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), 27,5% das lojas físicas do comércio varejista de Minas Gerais planejam investir em ações para a data. A principal medida é a concessão de descontos, prevista por quase 72% dos estabelecimentos. Deste total, 27,35% pretendem aplicar redução superior a 45% do valor dos produtos. Ainda conforme a sondagem, para 15,65% dos empresários, as ações do período devem aumentar em até 50% o volume de vendas.
Vendas on-line
O economista Bruno Dore, da Estácio JF, avalia que, mesmo com o poder de compra da população reduzido, o comércio espera um aumento significativo nas vendas este ano, por ser a primeira Black Friday sem restrições impostas pela pandemia. Além disso, o economista também aposta em crescimento das vendas por aplicativos e redes sociais. “Porém, o consumidor precisa ficar atento na hora de comprar. É preciso pesquisar não só as lojas, mas também os produtos e os preços a serem pagos para não cair em fraudes nesse período”, alerta.
O economista avalia que o fato do pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário ser próximo da data da Black Friday possibilita que os consumidores realizem as compras antecipadas de Natal. No entanto, Bruno orienta os consumidores a terem cautela, para não comprometerem boa parte da renda futura com as compras de final de ano, o que pode comprometer o orçamento doméstico não apenas desse ano, mas o de 2023 também.
Copa do Mundo também está no radar
A proximidade da Copa do Mundo com as promoções da Black Friday deve impactar o comércio de forma positiva. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) espera que o evento movimente R$ 141 milhões no varejo mineiro, o que representa aumento de 12,96% em relação ao campeonato de 2018. Segundo Bruno Dore, os lojistas terão a oportunidade de aproveitar o engajamento do consumidor com a Copa para oferecer promoções e alavancar as vendas, principalmente de produtos que tendem a ser mais procurados neste período, como eletrônicos e peças de vestuário.
Nesta semana, a Tribuna esteve nas ruas para conferir os preparativos do comércio juiz-forano e constatou que algumas lojas da região central já começaram a aderir às promoções pré-Black Friday, embora o movimento ainda seja tímido.
Após a instabilidade causada pela pandemia, a consultora de vendas da Loja Ortobom da Rua São João, Dárlei Melo, acredita que esse final de ano será mais positivo para o mercado. Com a Copa do Mundo, comenta, a procura por produtos que aumentem o conforto dentro de casa aumenta. Pensando nisso, a loja física está oferecendo até 50% de desconto em determinados modelos de colchões. Porém, Dárlei afirma que uma recuperação das vendas aos níveis verificados antes da pandemia ainda está longe de acontecer.
“As vendas reduziram bastante, e a busca na loja física sofreu mudanças. Durante a pandemia, as plataformas on-line de vendas ganharam muita força, pois muitos consumidores se adaptaram à compra virtual neste período de dois anos. Mas as promoções aquecem o comércio físico e, por isso, estamos com expectativas de um bom volume de vendas”, avalia.
A estratégia de antecipar as promoções da Black Friday também foi aderida pela loja de roupas Kinky e pela Óticas Carol. A loja de roupas aproveitou o simbolismo da Copa do Mundo para lançar uma coleção inspirada no campeonato, usando as cores da camisa oficial da Seleção Brasileira. Os descontos são oferecidos em peças selecionadas e podem chegar a 40% no pagamento em dinheiro e em 20% no cartão de crédito. A expectativa da gerente da Kinky, Sabrina Mesquita, é de que as estratégias adotadas aumentem as vendas em até 25%.
Já nas Óticas Carol, os descontos nos óculos chegam a 25%, mas, de acordo com a vendedora Aline André, a tendência é que as promoções aumentem até o dia da Black Friday. A expectativa da loja é de que as vendas cresçam entre 30% e 50%, e, para atender a demanda, a marca vai investir na contratação temporária.