Gasolina em Juiz de Fora é a segunda mais cara de Minas Gerais
Média do litro ficou em R$ 7,40 na cidade, atrás apenas da cidade de Três Corações
Juiz de Fora possui a segunda gasolina mais cara de Minas Gerais, segundo a pesquisa semanal divulgada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). De acordo com o levantamento, feito entre os dias 31 de outubro e 6 de novembro, o preço médio do litro do combustível registrado no município é de R$ 7,40. O valor só não é maior do que o cobrado na cidade de Três Corações, região Sul do estado, onde o motorista paga, em média, R$ 7,42 pelo litro.
Na sequência, o levantamento aponta a cidade de São Sebastião do Paraíso, em terceiro lugar no ranking, com valor médio de R$ 7,32 pela gasolina comum, Passos (R$ 7,31) e Unaí (R$ 7,28). A capital do estado, Belo Horizonte, registrou uma das gasolinas mais baratas, com litro a R$ 6,80, perdendo apenas para Contagem, que cobra o menor valor em todo o estado, R$ 6,79, conforme a ANP.
O levantamento da agência reguladora leva em conta o preço praticado em 41 municípios. A listagem completa pode ser conferida no site institucional.
Etanol e diesel
O preço médio do etanol em Juiz de Fora, de acordo com o mesmo levantamento, também é o segundo maior de Minas Gerais. O valor do litro é de R$ 5,80, enquanto em Três Corações, cidade que, mais uma vez, aparece em primeiro lugar na pesquisa, os postos cobram, em média, R$ 5,84 pelo combustível. Em seguida, estão Ipatinga (R$ 5,74) e Patrocínio (R$ 5,73). Na sequência, está a cidade de Campo Belo, registrando preço médio de R$ 5,70 pelo litro do etanol. Em Belo Horizonte, o valor médio do combustível é de R$ 5,45.
Os maiores valores médios cobrados pelo diesel no estado foram registrados nos municípios de Viçosa (R$ 5,82), Paracatu (R$ 5,64), Unaí (R$ 5,56), Três Corações (R$ 5,56) e Patrocínio (R$ 5,55). Juiz de Fora aparece no levantamento com preço médio de R$ 5,42. Em Belo Horizonte, o litro é encontrado a R$ 5,29.
Segundo o levantamento mensal divulgado pela ANP, de janeiro a novembro de 2021, a gasolina comum registrou aumento de quase 50% em Juiz de Fora. O combustível começou o ano com preço médio de R$ 4,95. Nos meses seguintes, até abril, o valor continuou na casa dos R$ 5, atingindo o valor de R$ 5,89. De maio a outubro, o valor variou na casa dos R$ 6, chegando a R$ 6,88. Até a última pesquisa divulgada em novembro, a gasolina comum tinha superado a casa dos R$ 7.
Fiscalização de preços abusivos em JF
A Agência de Proteção e Defesa do Consumidor de Juiz de Fora (Procon/JF), juntamente com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), apura, desde o início da pandemia, a suposta prática de alta abusiva no preço dos combustíveis em Juiz de Fora. Em entrevista à Tribuna, o promotor de Justiça Juvenal Martins Folly afirmou que foram instaurados cerca de 45 procedimentos administrativos visando a investigar o valor cobrado pelo diesel. “Foi estabelecido um parâmetro de que, para ser considerado preço abusivo, o posto teria que ter uma margem de lucro acima de 20%.”
Em relação à gasolina, ele afirma que também foi feita verificação, mas nenhuma irregularidade foi encontrada. “Nós recebemos algumas reclamações da sociedade e começamos a fazer a apuração no ano passado. Analisamos a documentação, que é apresentada pelo posto, como nota fiscal, e não foi identificada margem de lucro acima da permitido. Se fosse o caso, nós puniríamos o estabelecimento na via administrativa, aplicando uma multa a esses postos.”
A reportagem entrou em contato com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) questionando sobre o valor dos combustíveis cobrados nos postos de Juiz de Fora. O Minaspetro respondeu que é impedido de falar sobre preços, porque cada empresário é livre para praticar os valores nas bombas, de acordo com as peculiaridades regionais, operacionais e logísticas de cada cidade.
Inflação de outubro elevada pelo aumento da gasolina
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação de produtos e serviços no país, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acelerou 1,25% no mês de outubro. Foi a maior variação para um mês de outubro desde 2002. Em 2021, o IPCA acumula alta de 8,24% e, nos últimos 12 meses, de 10,67%. Em outubro de 2020, a variação mensal foi de 0,86%.
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram no último índice divulgado, mas o grupo dos transportes apresentou a maior variação e o maior impacto (2,62%), principalmente pelo aumento no preço dos combustíveis. A gasolina subiu 3,10% e teve o maior impacto individual no índice do mês. Foi a sexta alta consecutiva nos preços desse combustível, que acumula 38,29% de variação no ano e 42,72% nos últimos 12 meses. Além da gasolina, houve aumento também nos preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%).