Redução no preço do gás de cozinha deve ter pouco impacto para o consumidor

Mesmo com a queda de 4,7% no valor do insumo cobrado às distribuidoras pela estatal, preço médio final do botijão de 13 kg não deve ficar abaixo de R$ 100 em Juiz de Fora


Por Nayara Zanetti, estagiária sob supervisão da editora Fabíola Costa

14/09/2022 às 08h50

A partir desta terça-feira (13), o preço médio do gás de cozinha (GLP) cai de R$ 4,23 para R$ 4,03 por quilo junto às distribuidoras. A redução de 4,7% no valor de venda do insumo às distribuidoras foi anunciada pela Petrobras na segunda-feira (12). Com isso, o botijão de 13 kg passará a R$ 52,34 nesta etapa da cadeia, uma redução de R$ 2,60. Apesar de já estar em vigor, o impacto não deve ser expressivo no bolso do consumidor. Mesmo se a redução for repassada integralmente ao final da cadeia, a estimativa é que o valor do botijão em Juiz de Fora, neste momento, não fique abaixo de R$ 100 nas revendas.

A estimativa foi feita com base no último levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizado na cidade, o qual apontou que o preço médio do GLP de 13 kg era de R$ 105,23, sendo que o valor mínimo encontrado foi R$ 93,99, e o máximo, R$ 105. A coleta foi realizada na semana entre 4 e 10 de setembro com consulta em 21 estabelecimentos.

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Apesar do cálculo, não é possível definir, com precisão, o preço final que será praticado ao consumidor, já que outros fatores contribuem para o valor cobrado na ponta, como tributos e margens de lucro. A Petrobras é responsável por 49,2% desse valor. Além disso, impostos como o ICMS influenciam no preço do botijão. O preço final inclui ainda outros custos.

A última vez que o preço médio do gás de cozinha registrou queda foi em abril deste ano, quando passou de R$ 4,48 para R$ 4,23 por quilo. Até então, o preço do insumo seguia em alta. Em março, o gás de cozinha vendido pela Petrobras havia sido reajustado em 16,1%. Em outubro do ano passado, a alta havia sido de 7,2%, assim como em julho de 2021, quando foi registrado aumento de 6%.

De acordo com a estatal, a redução acompanha a evolução dos preços de referência e é “coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”.

Entidades não esperam queda de preço ao consumidor

O Sindicato do Comércio Varejista Transportador e Revendedor de GLP de Minas Gerais (Sirtigás) acredita que a redução do preço do gás de cozinha trará um impacto negativo. A entidade reforça que setembro é a data-base da categoria, motivando reajuste no valor do produto. De acordo com o sindicato, revendedores, mais uma vez, tendem a absorver o esperado aumento ao invés de praticarem a redução, diminuindo as margens de lucro. “Acreditamos que a população não irá ver redução nos valores do gás de cozinha, e sim a chance de algumas revendas repassarem a diferença”, afirma o presidente do sindicato José da Silva. O acréscimo é estimado em R$ 2.

Em nota divulgada à Tribuna, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) também se manifestou e reiterou que os preços do GLP são livres em todos os elos da cadeia e suscetíveis às variações do mercado. Por isso, “as distribuidoras associadas não reportam ao Sindigás qualquer aumento ou baixa de preço e não há como fazer uma previsão ao consumidor”.

O Sindigás recomenda que os consumidores realizem sempre pesquisa de preços antes de efetuarem a compra, para buscar a melhor combinação de oferta de serviço e custo, tendo em vista a relação de confiança com a marca e a revenda de preferência.

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