Papelarias apresentam diferença de até 200% nos preços
Material escolar pode triplicar de valor entre um estabelecimento e outro, conforme pesquisa do Procon/JF
O movimento nas papelarias e livrarias de Juiz de Fora para a compra de material escolar deve se intensificar a partir desta segunda-feira (14), quando o comércio amplia o horário de atendimento, e seguir em ritmo acelerado até a primeira quinzena de fevereiro. Neste período, pais e responsáveis devem ficar atentos a cada item da lista. Pesquisa realizada pela Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/JF) revelou que um mesmo produto pode triplicar de valor entre um estabelecimento e outro. Sendo assim, a tradicional pesquisa de preços continua sendo uma aliada fundamental na hora das compras.
A equipe técnica do Procon/JF coletou os preços de 125 produtos, divididos em 20 categorias como lápis, borracha, caneta, lapiseira, caderno, cola branca, giz de cera, dentre outros. O levantamento foi feito nas papelarias Leitura, MEC, Graffite e Sion. O material escolar que apresentou maior variação de preços foi a tesoura ponta redonda da Disney, da marca Tris, que pode ser encontrada por R$ 3,90 até R$ 11,90, uma oscilação de 205%.
Em seguida está a borracha branca pequena da Faber Castell, vendida entre R$ 1,80 e R$ 5,25, o que corresponde a variação de 192%. Completando a lista dos cinco itens com maior diferença de preços ainda estão a régua de plástico de 30 centímetros da marca Waleu (186%), com valores entre R$ 0,35 e R$1; a caneta esferográfica ponta fina da marca Faber Castell (182%), de R$ 1,10 até R$ 3,10; e a caixa de giz de cera de 12 cores da marca Acrilex (180%), comercializada entre R$ 1,50 e R$ 4,20. A pesquisa completa pode ser acessada no site Prefeitura.
Do total de 125 produtos, apenas a caneta esferográfica ponta média da Faber Castell apresentou o mesmo preço (R$1) em todas as papelarias. Na sequência de materiais escolares com menor variação de preços estão o caderno espiral de uma matéria Verão da marca Tilibra (0,56%), com preços entre R$ 8,90 e R$ 8,95; o refil para fichário da marca Foroni (1,69%), com valores entre R$ 5,90 e R$ 6; a cola branca tenaz da Henkel (1,72%), vendida entre R$ 2,90 e R$ 2,95; a tesoura escolar 12 cm da marca Desart (2%), encontrada por R$ 2,45 até R$ 2,50; e o caderno espiral capa dura de dez matérias Verão da Tilibra (5,4%), entre R$ 18,50 e R$ 19,50.
Diante da oscilação de preços entre os estabelecimentos, o Procon/JF orienta que os consumidores não abram mão de pesquisar. “Se o intuito for economizar o máximo possível, é importante evitar a compra de material com personagens, logotipos e acessórios licenciados porque os preços são mais elevados. É importante verificar, também, o que pode ser aproveitado do ano passado para não correr o risco de comprar um material sem necessidade. Portanto, na hora de fazer a lista, coloque apenas o necessário. Outra dica é optar por fazer as compras em grupo, prática que pode garantir descontos vantajosos”, destacou por meio da assessoria.
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) ressalta que uma boa estratégia para economizar é fazer as compras à vista para poder negociar descontos. Outra alternativa é optar pela troca ou venda dos livros didáticos que não serão mais utilizados e estão em bom estado de conservação. “Optar por comprar livros usados também é uma forma de pagar mais barato.”
Lojistas esperam crescimento de 10%
A expectativa nas papelarias e livrarias da cidade é alcançar resultado 10% maior do que o registrado em 2017. Segundo os lojistas, o otimismo se dá pela mudança de comportamento do consumidor. No ano passado, a principal estratégia de pais e responsáveis para economizar em meio a crise foi optar por produtos de marca mais barata e com valor agregado menor. Já este ano, a substituição tem sido deixada de lado, o que tem tornado o tíquete médio de compras maior, e os consumidores têm optado pelo parcelamento das compras.
A coordenadora de livraria da Leitura, Leila Pinheiro, diz que a movimentação na loja começou logo após o Natal. “A expectativa é de que a demanda cresça de forma gradual. Nós temos trabalhado com a pré-venda de livros, o que permite os consumidores encomendarem e serem avisados quando o material chega. Nesse momento de buscar é que as vendas de outros itens tendem a crescer.” Ela afirma que está mais otimista este ano. “A economia deu sinal de melhoras, e o mercado está reagindo.”
O gerente da papelaria Graffite, Guilherme Assis, afirma que os primeiros dias do ano já apresentaram movimentação maior do que igual período do ano passado. “Há consumidores que preferem antecipar a compra para fugir do tumulto, pois a procura aumenta muito na segunda quinzena de janeiro até meados de fevereiro.” Também otimista, ele diz que voltou a ver o público buscar produtos de maior valor agregado. “As mochilas, que são produtos mais caros, estão com muita saída”, avalia. “A nossa estratégia é oferecer uma grande variedade de produtos para atender todos os públicos, tanto quem busca as marcas mais caras quanto as mais em conta.”
Horário especial
Para que os consumidores possam ser atendidos com maior comodidade, os sindicatos patronal e laboral do comércio firmaram acordo especial para autorizar que as papelarias e livrarias da cidade possam funcionar em horário estendido. A medida entra em vigor nesta segunda-feira (14) e segue até o dia 15 de fevereiro. Os estabelecimentos poderão funcionar das 8h30 às 20h, de segunda à sexta-feira, e das 8h30 às 16h, aos sábados.
Consumidores estão atentos para economizar
Atentos às possibilidades de oscilação de preços, os juiz-foranos têm adotado estratégias para economizar. A auxiliar de produção Elaine Cristina Dornelas de Almeida foi às compras com a filha Ana Luiza, que está no 8º ano do ensino fundamental, na última segunda-feira (7), e elas relataram que a pesquisa de preços é a principal maneira de reduzir os gastos. “Estou procurando caderno, caneta, corretivo e esses materiais que precisam de reposição. A nossa ideia é priorizar qualidade do produto e preço”, contou a jovem. “É a primeira papelaria que estamos olhando, mas iremos em outras para comparar, pois é fundamental para economizar”, disse a mãe.
A técnica em enfermagem Jucinéia Pereira Guedes fez uma reserva para a aquisição de material escolar da filha, que vai frequentar o 1º ano do ensino médio. “Vendi os livros que foram usados por ela no ano passado para ajudar a comprar a lista deste ano.” Já a manicure Vânia Fernandes dividiu as compras em dois momentos. “Em dezembro, fui às papelarias para comprar parte da lista dando preferência aos produtos que tinham qualidade, mas apresentavam menor preço. Agora em janeiro vou comprar o restante, e trouxe meu filho Eduardo para escolher um caderno com a capa do personagem que ele quiser.” Segundo ela, a divisão permitiu não sobrecarregar o orçamento. “Este planejamento faz com que a despesa não pese de uma única vez.”